Para garantir a sua 3ª participação em Jogos Olímpicos, a Rússia teve de terminar num dos três primeiros lugares do torneio de qualificação disputado no mês passado.
À semelhança do que se passa com a Lituânia e a Nigéria, a Rússia chega tambem ao Jogos com um ritmo competitivo um pouco superior aos restantes países, o que lhe poderá ser benéfico sobretudo na fase inicial da prova. Outra vantagem é a continuidade do trabalho deste grupo e a manutenção da sua estrutura base. Fora das quatro linhas mantem-se David Blatt, o treinador israelo-americano que está à frente da selecção russa desde 2007 e que a conduziu ao título Europeu de 2007 e à medalha de bronze em 2011. Dentro de campo, o grande líder é Andrey Kirilenko, um atleta fantástico capaz de fazer praticamente tudo, com uma tranquilidade e concentração exemplares.
O núcleo duro desta Rússia é composto ainda por vários jogadores versáteis como Aleksey Shved, Vitaly Fridzon, Victor Khryapa e Anton Ponkrashov, enquanto os gigantes Mozgov e Kaun dominam no jogo interior. Falta no entanto neste grupo um base puro, alguem que pegue na bola e organize o jogo. A Rússia vai ultrapassando esta carência com a inteligência e cultura táctica dos seus atletas, que procuram sistematicamente a melhor opção na hora de lançar ao cesto. Mas perante situações de aperto e de pressing todo-o-campo, como aquele a que foram sujeitos na meia-final da fase de qualificação frente à Nigéria, os russos revelaram algumas dificuldades e certamente que os seus adversários nestes jogos disso tentarão tirar partido.
A fase de preparação para os Jogos Olímpicos correu bastante bem aos russos que somaram vários triunfos contra adversários como a Lituânia, Nigéria, Reino Unido, Angola ou Macedónia. Contudo, nestes jogos de preparação não defrontaram conjuntos como os EUA, Espanha, Argentina ou Brasil, pelo que as suas aspirações para a competição que está prestes a começar são algo imprevisíveis.
O calendáro ditou o confronto da Rússia logo na primeira jornada com a equipa da casa, ao qual se seguirá o embate com a China. Em caso de vitória nestes dois primeiros desafios, a Rússia ganhará uma tranquilidade maior para abordar os encontros que se seguirão e que são teoricamente mais complicados, Brasil, Espanha e Austrália. O primeiro objectivo dos russos é passar a fase de grupos e de preferência escapar ao 4º lugar, para assim evitar o provável confronto com os americanos logo nos quartos de final. Chegando aos quartos, cada jogo passa a ser uma final e aí tudo pode acontecer.
