Abandonos no basquetebol
 
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Abandonos no basquetebol

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altA não inscrição do F.C. do Porto no campeonato do próximo ano foi para mim, como penso que foi para qualquer amante da modalidade, uma triste notícia.

Um clube com o prestígio histórico que o FCP tem no basquetebol e no desporto nacional, que ficou em segundo lugar esta época à distância de um ponto do campeão, não podia, não devia, deixar a modalidade.

Este acontecimento faz-me lembrar o que aconteceu já há muitos anos, em que o Sporting Clube de Portugal, acabado de se sagrar campeão nacional tomava também a decisão de abandonar a modalidade.

Com certeza existem razões válidas que levam e levaram estes clubes a tomarem decisões destas. Não foi de ânimo leve que as tomaram. Problemas vários, incluindo de natureza económica estiveram na base da recente decisão de acordo com um comunicado publicado onde constava como intenção a assinalar, “reunir as condições necessárias, no mais curto espaço de tempo, no sentido de retomar a actividade da equipa sénior de basquetebol” (1). O que é um fato é que tais decisões deixam mais pobre a modalidade e contribuem negativamente para a competitividade, para o envolvimento de adeptos no basquetebol e para o mediatismo da modalidade, aspetos que são essenciais ao desenvolvimento ou mesmo à simples sustentabilidade do basquetebol em Portugal.

E por falar em abandono, li há poucos dias um estudo no Boletim da Sociedade Portuguesa de Educação Física acerca do abandono da modalidade por jovens cadetes de 15 e 16 anos (Mota, 2012). Nas conclusões do estudo, os seus autores apresentavam como estatisticamente significativas as respostas dos jovens sobre o abandono tais como: “não gostava dos métodos do(a) treinador(a)”, ou “não gostava do(a) treinador(a)”. Se bem me lembro já há muitos anos que este escalão charneira na formação dos jogadores do basquetebol é um escalão essencial onde de fato muito se decide no que diz respeito ao continuar ou abandonar a carreira de jogador e onde se dão muitos abandonos. Perante uma seleção mais apertada de jogadores, em que se passa de várias equipas nos escalões anteriores – mini e iniciados – para apenas uma, os jovens passam a ter muito menos hipóteses de jogar. Isso, juntamente com uma maior consciencialização das suas capacidades por parte dos jovens e de uma maior competição por lugares na equipa, faz com que o jovem que não rende tanto, e que joga menos tempo, se sinta a mais na equipa. Daí talvez ser fácil apontar o treinador, os seus métodos e as suas atitudes, como os responsáveis do abandono.

Enfim, dois tipos de abandono, duas perdas importantes para a modalidade. Um ao nível mais alto do basquetebol português, outro num nível intermédio. Qualquer deles com repercussões indesejadas no nosso desporto favorito.

Não abandonando o Planetabasket, vou fazer aqui uma pausa de escrita, continuando a vir cá no papel exclusivo de leitor num período em que vai decorrer uma importante prova do basquetebol e do desporto mundial – os jogos olímpicos de Londres – que está a ter um acompanhamento bastante próximo por parte do Planetabasket. Até setembro.

(1)    http://www.fcporto.pt/Noticias/Clube/noticiaclube_clubecombas_190712_69771.asp

Mota, S., & Tavares, F. (2012). Estudo dos motivos que levam ao abandono da prática do basquetebol em jovens de dos 15-16 anos de ambos sexos. Boletim SPEF., 36, 19-26

 

 


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