Foi uma alegria tremenda quando soou o apito final. O abraço do colectivo (jogadoras e staff) simbolizou todo um trabalho de anos a fio, remando por vezes contra ventos e marés. Nestas alturas a emoção apaga muitas coisas da nossa memória, mas não queremos deixar de salientar que para a conquista deste objectivo, houve trabalho de muita gente. Obrigado a todos.
Não vamos falar muito sobre o jogo que deu o bronze à equipa das quinas. Liderámos o marcador durante 37 minutos e 18 segundos, enquanto a Hungria só o fez por escassos 34 segundos. Se isto não representa uma actuação categórica, então não sei quais os limites para se classificar a clareza do êxito luso.
Portugal entrou a matar, como se diz na gíria. A meio do quarto inicial (11-2), mas as húngaras reagiram e chegaram ao final dos 10 minutos a perder por 6 (18-12).
No 2º período (9-13) prosseguiu a reacção das adversárias, provocando muitas faltas o que obrigou a constantes rotações no banco português. Jogando com serenidade o seleccionado luso chegou a o intervalo (27-25), sem perder o comando do marcador.
No reatamento a equipa magiar passou pela primeira vez para a frente (27-29), logo no minuto 21, mas Josephine Filipe respondeu com uma jogada de 2+1 e repôs a liderança para Portugal (30-29), à entrada do minuto 22. Foram apenas 17 segundos em que estivemos atrás. As nossas representantes não desarmavam e paulatinamente iam jogando colectivamente (terminámos com 15 assistências contra 5) e no final do 3º período que voltámos a ganhar (20-17) a vantagem lusa era de 5 pontos (47-42).
Entretanto Joana Canastra, que Kostourkova tirou da cartola, colocando-a no cinco inicial, fazia a 4ª falta a escassos 6,7 segundos da buzina, indo para o banco. Foi uma aposta certeira, já que a jovem Canastra fez a sua melhor prestação no campeonato, terminando como uma das mais valiosas da equipa (17,5 de valorização).
No derradeiro quarto (20-15) ainda passámos por um mau bocado quando à entrada do minuto 35, a Hungria empatou (50-50). Foi altura de Kostourkova reunir as tropas, pedindo o 1º desconto de tempo da 2ª parte. Fez reentrar Maria Kostoukova e Josephine Filipe, ambas no banco com 4 faltas e apesar de as magiares terem passado de novo para o comando (a 2ª vez em toda a partida), aos 50-52, no minuto 36, Portugal não perdeu a cabeça e encheu o campo com uma ponta final de grande categoria. Um parcial de 18-5 em 4 minutos e meio aniquilou desbaratou por completo a débil resistência húngara. Portugal conquistava com todo o mérito a medalha de bronze e foi recebê-la ao pódio.
Maria Kostourkova foi a MVP do jogo (28,0 de valorização) ao fazer um duplo-duplo: 16 pontos, 14 ressaltos sendo 6 ofensivos, duas assistências, 1 roubo, 1 desarme de lançamento e duas faltas provocadas.
Resultado final: Portugal 68-57 Hungria
Ficha de jogo
Gym Park
Portugal (68) – Inês Viana (7), Laura Ferreira (4), Joana Canastra (17), Josephine Filipe (19) e Maria Kostourkova (16); Joana Soeiro (3), Nádia Fernandes, Inês Veiga (2), Chelsea Guimarães, Simone Costa e Ana Granja
Hungria (57) – Diána Miháczi (4), Fanni Csutorás (13), Dóra Szabó (2), Janka Hegedüs (9) e Amadea Szamosi (15); Regina Pap (4), Dorottya Balla, Agnes Gorjanácz, Bernardett Határ (2) e Dóra Nagy (8)
Por períodos: 18-12, 9-13, 20-17,21-15
Árbitros: Sinisa Herceg (Croácia), Janusz Calik (Polónia) e Christoph Rohacky (Áustria)
No jogo que atribuiu o título a Bielorússia sagrou-se campeã europeia de Sub-18 Femininos ao vencer a Inglaterra por 76-74.
Outros resultados:
13º/14º lugares – Israel 70-52 Montenegro
11º/12º lugares – Finlândia 74-72 Ucrânia
9º/10º lugares – Áustria 32-73 Letónia
7º/8º lugares – Lituânia 72-66 Alemanha
5º/6º lugares – Bulgária 79-45 Dinamarca
Cinco ideal: Inês Viana (Portugal) – base; Iva Kostova (Bulgária) – base/extremo; Shequila Joseph (Inglaterra) – extremo; Mariya Papova (Bielorússia) – extremo/poste; Amadea Szamozi (Hungria) – poste.
MVP: Mariya Papova (Bielorússia)
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Presidente do Comité Nacional de Minibasquete