Começou mal a prestação portuguesa diante do seu público na fase de qualificação para o Eurobasket 2013, com uma derrota esta noite em Almada diante da Republica Checa por 67-74.
Apesar da derrota, foi notório o crescimento da equipa nacional, que sem contar com algumas das referências dos últimos anos, foi capaz de reagir a um mal começo de partida e discutir o jogo com os checos.
Desconcentrados, apáticos e ansiosos, assim entraram em campo os atletas lusos, enquanto do outro lado, os checos se apresentavam mais serenos e focados na sua estratégia. Ao condicionar João "Betinho" Gomes, os checos criaram inúmeras dificuldades ao ataque português, que entre lançamentos, passes falhados e más decisões, sentia dificuldades em encontrar o caminho do cesto. A eficácia defensiva tinha consequências no ataque com os checos a tirarem partido de rápidos contra-ataques para cavarem um fosso no marcador. No final do primeiro período, a desvantagem lusa era já de 14 pontos (10-24), diferença esta que se viria a revelar decisiva no final do encontro.
Mário Palma procurava no seu banco soluções para virar a partida, e teve em Paulo Cunha um elemento importante para equilibrar a luta das tabelas. No ataque, a equipa vivia sobretudo do acerto do jogo exterior, com Jaime Silva em particular evidência. Ainda assim, a liderança checa mantinha-se quase sempre na casa das dezenas e teimava em não descer. Portugal acabou por vencer o segundo quarto e ao intervalo perdia apenas por 9 pontos (34-43).
Os atletas lusos voltaram melhor do intervalo, voltando a apostar forte nos lançamentos longos e numa defesa zona que criou algumas dificuladades aos checos. O aproximar no marcador acordou o público finalmente para a partida, mas os checos responderem a grande nível e distanciaram-se novamente, atingindo o final do terceiro período com 12 pontos de vantagem (46-58).
Apesar de difícil o jogo não estava acabado e Portugal não estava pronto para baixar os braços. Com uma atitude bem melhor da evidenciada no início da partida, o conjunto nacional passou a dominar as tabelas e a roubar várias bolas na defesa e como consequência passou tambem a dispor de mais situações de lançamento. Pena que várias dessas situações não tenham sido capitalizadas com a eficácia pretendida, pois tal teria colocado ainda mais pressão sobre a equipa checa. O técnico checo sentiu o crescimento de Portugal e recorreu ao seu elemento mais valioso, Jiri Welsh que apenas entrou para jogar os últimos 13 minutos. E neste escasso tempo de utilização, o extremo que passou por várias equipas da NBA e que actualmente joga em Espanha foi mesmo decisivo. Com o marcador em 60-64, Welsh parou Betinho Gomes na defesa, quando este estava a pegar no jogo e a levar a equipa lusa às costas e logo de seguida converteu um longo lançamento de 2, que voltou a abrir a diferença para 6, com pouco mais de um minuto por jogar. Jaime Silva ainda devolveu esperança ao público presente ao converter um triplo fantástico que reduziu a diferença para 3 pontos, mas Welsh acabaria por selar o triunfo da linha de lance livre.
Depois da derrota em Itália, este é o segundo desaire na fase de qualificação para o conjunto liderado por Mário Palma. Foi um jogo que pareceu estar quase sempre controlado pelos checos, mas que poderia ter caído para o lado português. Foi evidente a falta de maturidade e de experiência competitiva a este nível de um conjunto jovem e em fase de renovação, que não se pode dar ao luxo de "oferecer" um período de avanço a equipas mais experientes, como é esta Republica Checa.
Portugal viaja amanhã para a Turquia, onde defronta a seleção local no próximo dia 24.