Captação que estratégias?
 
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Captação que estratégias?

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FracoBom 

altAgradam-me os artigos, que geram comentários e que me levam a refletir. Disse no artigo anterior que voltaria ao tema da captação e fomento sector, onde na estrutura da federação, o minibásquete está inserido  expressando duas frases, que nestes debates costumo frequentemente utilizar e a partir das quais tecerei mais algumas considerações.

“ Se eu vivesse na Lituânia, onde todas as crianças querem jogar basquete, certamente que não despenderia tanto do meu tempo, energia e empenho em ações para cativar crianças para a nossa modalidade. Teria muito mais tempo livre para fazer, o que mais gosto, que é ensinar a jogar basquete.”

“Nunca vi uma criança a entrar em campo e não querer ganhar o jogo. Já vi muitos profissionais, não os querendo acusar de fazerem por perder, no mínimo, a não se empenharem para ganhar.”

Subjacente à primeira frase está a necessidade, que temos em Portugal de encontrar formas de cativar e captar crianças para a modalidade. Como diz Pedro Frade no seu comentário, ao artigo da semana passada, “infelizmente, a cultura deste país coloca o futebol acima de todas as restantes modalidades e é muito difícil, que estas consigam influenciar a grande maioria da nossa juventude.”

A animação feita pelo minibásquete em alguns momentos altos do basquetebol, por ser talvez a faceta mais visível, para quem não conhece bem o universo do minibásquete, é uma imagem redutora do longo caminho que o minibásquete já percorreu nesta última década em Portugal. Contudo, se essas ações trouxerem alegria às crianças e contribuírem para o gosto e fidelização, envolvimento e apoio dos pais e entidades, embora como referi seja uma visão muito redutora do minibásquete em Portugal, não fico muito preocupado com essa imagem.

A captação e o fomento é, na nossa realidade, a grande finalidade do minibásquete na estrutura federativa. No entanto, embora ainda seja um número infelizmente reduzido, não podemos deixar de nos preocuparmos em proporcionar vivências, de uma forma integrada, aos praticantes mais evoluídos. Aqui pego nas palavras do companheiro Fernando Gomes, quando refere na possibilidade de se criarem nos Sub-12 dois “níveis de participação porque há muitas equipas que estão preparadas para competir, enquanto, que outras privilegiam a perspetiva lúdica, ou têm pouco tempo de prática que lhes permita competir com os mais fortes”. É aqui que entra a minha segunda frase. Quando uma criança entra para um jogo, mesmo não havendo campeonatos ou classificações ela quer ganhar, nem nas brincadeiras as crianças querem perder. As crianças quando jogam não têm a perspetiva lúdica, querem ganhar, faz parte da sua natureza. Os problemas da competitividade no minibásquete não estão nas crianças, estão nos adultos. Como referi no meu artigo de 19/10/10 essa é uma falsa questão.

A preocupação legítima, de uma prática ajustada aos praticantes mais evoluídos, não deve por em causa a procura de alargamento da base de praticantes, fator, esse sim decisivo para o basquetebol nacional. Em 2009 no Fórum do Minibásquete em Paços de Ferreira, por haver a sensibilidade que já se começava a justificar, foi proposta a realização da Festa do Minibásquete, que veio a acontecer em 2011.

Para podermos observar e proporcionar estímulos competitivos mais frequentes e aliciantes aos praticantes mais evoluídos também foi proposto em Paços de Ferreira, a alteração de escalões etários para os Sub-13 e Sub-15 e Sub-17 mantendo as Festas do Basquetebol Juvenil nos escalões de Sub-14 e Sub-16. Estas alterações teriam entre outras as seguintes vantagens:

- Abriam espaço para os Sub-12 mais evoluídos entrarem numa competição formal;
- Possibilitava aos praticantes mais evoluídos um estímulo forte, dos 12 aos 17 todos os anos, e não apenas de 2 em 2 anos;
- Não traria aumento de custos pois o número de competições seriam as mesmas.

Sei que no quadro atual da nossa realidade para atingirmos o número ideal de 5% da população dos 6 aos 12 anos, o que daria o interessante número de 45.000 minis de que falava Josep Bordas teríamos de trabalhar diretamente no local onde as crianças estão – a escola. Também sei que essa ligação é infelizmente muito complexa e dificultada.

Não me importo de voltar a factos, dados e números de qual era o estado do minibásquete em 2000 e qual é a sua situação atual. Contudo para não me alongar, apenas informo, que não há, nem nunca houve nada na FPB/CNMB, que impeça as Associações de organizarem os seus campeonatos regionais de minibásquete no escalão de Sub-12, Sub-10 e até Sub-8. Estas sempre tiveram e têm autonomia para organizarem o minibásquete como entenderem. Se considerarem, que independentemente do grau de evolução das crianças, que é por aí que conseguem aumentar o número praticantes, quem sou eu, para dizer não vão apenas por aí.

 

Comentários 

 
0 #2 Diogo Martinho 19-11-2012 15:27
Um sistema desportivo num país que funciona toda ao contrário será impossível alcançar a captação, formação e resultados. Até aos 12 anos a criança deve passar por um conjunto de actividades que lhe permitam alargar todo o seu reportório motor. Aos 12 anos segundo alguns modelos deverá começar a haver a especialização. No entanto surge um problema a especialização precoce... Não compreendo como nem as federações abrem os olhos, e apenas se preocupam com a competição e com isso apenas sobrevivem os mais aptos, os que são mais avançados maturacionalmen te e os outros ficam para trás. O desenvolvimento da criança deve ser visto como um processo global, aonde a competição não deve ser excessivamente valorizada.O porquê de campeonatos? Os treinadores querem ganhar apenas, uma má formação e mais um problema. Porque não torneios constantes procurando a participação de todos? Tudo ao contrário, precisamos de melhorar e rápido. Cumprimentos.
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+3 #1 Patrícia Correia 28-09-2012 07:20
Captação e fomento no Minibasket é mesmo necessário, mas infelizmente ainda existem Clubes que não fazem esse trabalho e vão buscar o dos outros. O mais dififil ninguém quer ir fazer (ir às escolas fazer desmontrações e outras atividades). A realidade de cada localidade também influência bastante, pois um miudo até pode gostar muito de jogar Minibasket, mas se morar um pouco mais longe do local de treino, os pais já irão dizer que não pode ser, as mensalidades por vezes um pouco elevadas para casos de pais desempregados. Captar crianças para esta modalidade não é muito fácil, e quem teve essa experiência sabe de certeza. O empenho, dedicação e o gosto pela modalidade ultrapassará tudo, e conseguirá atingir os objetivos. Evolução dos miudos é eles terem vontade de apreender sempre mais...
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