Mesmo não utilizando a internacional a extremo poste Susan Foreid, o CD Torres Novas já com duas vitórias no campeonato da Liga Feminina,
não teve problemas para levar de vencida o CAR Jamor Feminino (59-40) no quarto encontro do colectivo de Kostourkova.
A equipa de José Monteiro, que experimentou na posição de base a jovem Leonor Cruz (internacional Sub-16), assentou a sua estratégia no contra-ataque, onde Donica Cosby, melhor marcadora (30 pontos) e MVP da partida (25,5 de valorização), esteve como peixe na água, concluindo muitos dos ataques em situação de superioridade numérica.
No 1º período (16-8) cedo se verificou que a norte-americana ao serviço das torrejanas, melhor marcadora da Liga Feminina na época transacta, em representação do Académico FC, não tinha opositora com capacidade para a travar, pois em menos de 9 minutos já somava 12 dos 16 pontos obtidos pelas anfitriãs.
O 2º quarto (16-16) foi aquele em que o CAR Jamor deu mais luta, muito por culpa da poste Maria Kostourkova, a impor-se nas tabelas (7 ressaltos até ao intervalo), aliado à boa prestação de Patrícia Jorge que teve uma entrada fulgurante (100% de eficácia) ao converter primeiro um triplo e depois um duplo numa entrada decidida, em pouco mais de 3 minutos de utilização. Neste parcial, depois de estar a perder por 11 pontos mais do que uma vez, a última das quais aos 28-17 no minuto 17, a equipa de Kostourkova reagiu às indicações transmitidas pela sua treinadora no desconto de tempo pedido nessa altura, encurtando a diferença para 6 (28-22), no minuto 19, mas Cosby não esteve pelos ajustes ao somar mais 4 pontos à sua conta pessoal, mantendo o Torres Novas na frente (32-24), quando se atingiu o intervalo.
Na etapa complementar a prestação das comandadas de Kostourkova baixou ainda mais de qualidade, mantendo-se o elevado número de erros cometidos (segundo jogo consecutivo em que terminaram com 39 turnovers) e quando é assim, poucas soluções restam. A meio do 3º período (17-9) a fasquia ainda baixou de novo para 6 pontos (38-32), após um parcial de 0-8 imposto pelo CAR Jamor, a responder na mesma moeda ao arranque da equipa de José Monteiro no reinício da partida 38-24). Mas foi sol de pouca dura porque voltou a funcionar o contra-ataque torrejano e a diferença dobrava para 16 pontos (49-33), ao cabo de 30 minutos jogados.
No último quarto (10-7) e já com Donica Cosby no banco até final, as anfitriãs chegaram à maior diferença (22 pontos) à entrada do minuto 35 (55-33). Na ausência de Cosby era a sua compatriota Taylor Turnbow, melhor ressaltadora da partida (15 ressaltos) que assumia as despesas por banda das torrejanas e só depois da última paragem do cronómetro pedida por Kostourkova no minuto 34 é que as suas pupilas voltaram a acertar com o cesto, primeiro com um triplo de Ana Rita Reis (55-36) para de seguida ser Maria Kostourkova a carregar com a sua equipa, ao marcar mais 4 pontos (55-40). Turnbow e Leonor Cruz fixaram o resultado final (59-40).
Nas vencedoras destaque para Donica Cosby (30 pontos, 2 ressaltos defensivos, uma assistência, 2 roubos e 3 faltas provocadas, com 4/4 nos lances livres), bem acompanhada pela poste Taylor Turnbow, que fez um duplo duplo (11 pontos, 15 ressaltos sendo 7 ofensivos, 3 assistências, 4 roubos e duas faltas provocadas). Leonor Cruz (6 pontos, 6 ressaltos defensivos, duas assistências, 2 roubos e 4 faltas provocadas) denotou dificuldades na posição 1, como o provam os 7 turnovers cometidos, mas o experiente José Monteiro sabe certamente os motivos que o levaram a fazer esta experiência. Mariana Pinheiro (6 pontos em 7 minutos) aproveitou bem os minutos concedidos pelo seu treinador, revelando-se eficaz no contra-ataque.
Na equipa do CAR Jamor a mais valiosa (19,0 de valorização) foi Maria Kostourkova, que também conseguiu um duplo duplo (13 pontos, 12 ressaltos sendo 4 ofensivos, 2 roubos e 7 faltas provocadas, com 5/8 nos lances livres) em pouco mais de 30 minutos de utilização. Penalizada na sua valorização pelos 6 turnovers cometidos, foi ainda a principal responsável por a sua equipa ter ganho a luta das tabelas (36-40 ressaltos), dos quais 15 ofensivos, bem ajudada por Chelsea Guimarães (8 ressaltos sendo 3 ofensivos). Patrícia Jorge (5 pontos, 1 triplo, 2 ressaltos e 2 roubos) cumpriu o que lhe era pedido, enquanto Catarina Cardoso e Andreia Peixoto, respectivamente com 4 e 3 roubos, se destacaram a roubar bolas. Voltou a notar-se a dificuldade de as bases controlarem a posse de bola, revelando enorme insegurança.
Em termos globais, o Torres Novas foi mais eficaz nos duplos (46%-30%), mais colectivo (12-3 assistências), roubou mais bolas (22-16 roubos) e ainda cometeu menos erros (27-39 turnovers). O contra-ataque foi a sua arma mortífera ao concretizar mais de metade (30 pontos) da pontuação da equipa, nessa situação.
De nada valeu ao CAR Jamor o facto de ter ganho as tabelas porque a sua eficácia foi muito baixa (26% nos lançamentos de campo contra 40% do adversário) e também o ter provocado mais faltas (12-16) não foi convenientemente aproveitado por causa da fraca eficácia (50%) da linha de lance livre, ao desperdiçar metade (10) das 20 tentativas a que teve direito.
Ficha de jogo
Palácio dos Desportos de Torres Novas
CD Torres Novas (59) – Leonor Cruz (6), Cátia Mota, Donica Cosby (30), Nilza Utali e Taylor Turnbow (11); Patrícia Simões, Daniela Pascoal (2), Cheila Carvalho (2), Ana Esteves (2), Mariana Pinheiro (6) e Tânia Cabaço
CAR Jamor Feminino (40) – Catarina Cardoso (2), Maria Inês Santos (2), Maianca Umabano, Ana Granja (3) e Maria Kostourkova (13); Constança Neto, Chelsea Guimarães (3), Beatriz Silva (5), Ana Rita Reis (6), Emília Ferreira (1), Andreia Peixoto e Patrícia Jorge (5)
Por períodos: 16-8, 16-16, 17-9, 10-7
Árbitros: André Ferreira e Tiago Agudo
O próximo jogo do CAR Jamor Feminino é no dia 21, a partir das 21H00, no Pavilhão LORD (Faculdade de Motricidade Humana), para a recepção ao Montijo Banda Basket.