Para quê ensinar a fazer um passe de peito com a mesma força com as duas mãos se no jogo essa ação quase não é utilizada? Antes de respondermos a esta pergunta , uma vez mais é bom compreendermos que estamos a falar de minibásquete,

e como tal estamos a falar do desenvolvimento da criança e das suas capacidades coordenativas. No entanto acreditem que não é apenas uma questão de respondermos ao problema de fundo: Com que é que estamos preocupados, com o desenvolvimento da criança ou com o resultado do jogo? Foi propositadamente que no meu último artigo sobre o passe não mencionei as implicações e limitações de deixarmos instalar o hábito do passe ser feito praticamente apenas com a mão dominante. Há sempre treinadores que argumentam, se não vão executar o passe com a mão esquerda durante o jogo, estamos a perder tempo em ações que o praticante não vai utilizar. Se nós não ensinarmos e treinarmos o lançamento na passada pelo lado esquerdo certamente também não o porão em prática no jogo.

Existem dezenas de maneiras de fazer um passe que raramente são exploradas, ensinadas ou treinadas. Antes de dar um exemplo, de muitos que poderia dar, em que o facto de não sabermos utilizar a mão não dominante pode limitar a execução da melhor solução, vou enumerar algumas das diversas técnicas para passarmos a bola.

Passe a duas mãos

• Passe de peito
• Passe picado
• Passe de cima da cabeça

Passe a uma mão direita e esquerda, picado e sem ser picado

• Partindo do drible
• Passe em gancho lateral
• Passe em gancho lateral com abertura do angulo através do afastamento da perna da mão que executa o passe
• Passe a partir do ombro com afastamento da perna contrária à que executa o passe

Passe longo por cima do ombro
Etc…

Para finalizar vamos falar de uma ocasião de jogo em que o facto de o praticante só saber executar um passe com a mão dominante pode dificultar a melhor resposta à situação criada.

Imaginemos uma situação de contra-ataque de 2 x 1. Um dos atacantes seque em drible pelo lado direito do campo. Já próximo da área restritiva, perante a saída do defensor interrompe o drible. O outro atacante corta nas costas do defensor. Nesta situação uma boa solução de passe é, para abrir o ângulo executar um passe lateral em gancho picado ou simples com afastamento da perna que executa o passe. Se construirmos a mesma situação do lado contrário se o jogador em progressão pelo corredor do lado esquerdo não souber passar com a mão esquerda fica limitado nas suas opções.