Ainda no rescaldo do MatchUp e como referiu o amigo João Ribeiro, é um sinal de vitalidade da modalidade, quatro treinadores promoverem um debate sobre o basquetebol no país.

Como mencionei no meu artigo anterior o José Violante e o Rui Diniz, talvez por abordarem temas de perspetivas não tão usuais serem discutidas, talvez por estarem a olhar mais para a floresta do que para algumas árvores, foram as intervenções que mais na memória me ficaram. Durante a intervenção do Rui lembrei-me do conceito expresso no Clinic Internacional da ABP na Póvoa do Varzim em 2011, pelo companheiro Mário Gomes, um dos oradores do segundo painel, quando afirmou que o “treinador não se deve remeter às quatro linhas”.

Foi nesta linha de raciocínio que ouvi com muita atenção as palavras e ideias do Rui Diniz, que para além de ter mencionado que todos teríamos de realçar o facto de neste ano o basquetebol fazer cem anos em Portugal, aceitou tentar realizar o desafio de conseguir encher o pavilhão de Vagos para assistir a jogos de basquetebol. O que foi diferente na sua mensagem é que na opinião do Rui, quem tem esse objetivo não se deve remeter ao que se passa nas quatro linhas, tem de centrar a sua atenção no público. Com base no seu conhecimento da experiência de Málaga deu uma série de sugestões e pistas, que dão trabalho, mas que poderão levar mais público aos pavilhões.

Não sei se este será o meu último apontamento sobre o MatchUp contudo não resisto a  contar uma pequena estória que me vem sempre à cabeça no final destes debates; e desde 2000 já assisti a três:  Basquetebol que medidas? (Lisboa 2000), o Fórum do Basquetebol Juvenil (Coimbra 2003) e MacthUp (Coimbra 2012).

No final duma reunião na Marinha, há muitos anos, ainda eu era oficial subalterno, houve um oficial bem mais antigo, que me contou o seguinte: “Quando os irlandeses se juntam à volta de uma mesa para debate, o “brainstorming” é brilhante, surgem ideias e perspetivas inovadores e até surpreendentes, mas quando acaba a reunião ninguém sabe ao certo que fazer e quem vai resolver os problemas. Quando os ingleses se juntam à volta de uma mesa para discussão de um tema, as opiniões são poucas, há uma aridez e sensaboria de ideias e pensamentos, mas no final da reunião está decidido o que vai ser feito e o que cada um tem de fazer. Será que somos como os irlandeses?