Aquecimento - Campos MVP
 
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Aquecimento - Campos MVP

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Joel FernandesGostaria de começar este artigo com uma pergunta: será que damos a devida importância ao aquecimento que realizamos antes de um treino ou jogo?

Muitas vezes este “ritual” é descurado e resume-se a umas “corridas” acompanhadas de movimentos aleatórios dos membros superiores e inferiores terminando com alguns alongamentos estáticos. É ainda de salientar que muitas das vezes esta parte do treino serve para os atletas porem a conversa em dia, tudo numa enorme descontracção. É bom os atletas estarem á vontade mas não á “vontadinha”… a ideia com que fico é que para os atletas o treino só começa depois do aquecimento e a culpa é de todos nós.

De repente muitas outras perguntas me vêm á cabeça:

  • Será que com esta abordagem conseguimos um aquecimento efectivo da musculatura do atleta?
  • Será que o aquecimento serve simplesmente para aumentar a temperatura dos tecidos corporais?
  • Será que estamos a preparar devidamente os atletas quer física quer mentalmente para a realidade que irá enfrentar no campo?

Dificilmente a minha resposta a estas questões pode ser afirmativa tendo em conta os padrões de aquecimento que normalmente observo.

O aquecimento deve ser encarado como um treino em si próprio, essa é a nossa filosofia no Campos MVP. O nosso aquecimento dura em média 45 minutos… sim leram bem, 45 minutos e podem ter a certeza que os nossos atletas quando acabam o aquecimento estão bem quentes, MAS NÃO DE RASTOS. É claro que nós estamos “á vontade” em relação ao tempo que temos para treinar e compreendo que no “mundo real” haja limitações a este nível. Contudo este sistema é adaptável e pode ser facilmente reduzido.

Tudo no aquecimento do Campos MVP é uma extensão do que os treinadores vão exigir dos atletas em campo e não estou só a falar das componentes físicas. A parte mental assim como o espírito de grupo e competitivo começam logo a ser trabalhados nesta fase. O nosso objectivo é que no final deste processo consigamos optimizar ao máximo a performance dos atletas.

Outro aspecto importante no aquecimento é o impacto que pode ter ao nível da redução de lesões. Uma revisão sistemática realizada por Herman et al. (2012) demonstrou que a implementação de estratégias de aquecimento neuromuscular pode reduzir a incidência de lesões ao nível dos membros inferiores. Este tipo de aquecimento é constituído por exercícios de alongamento, fortalecimento, equilíbrio, agilidade específica do desporto em questão e técnicas de aterragem.

Muitas vezes queixamo-nos de que não há tempo para realizar trabalho especifico de prevenção de lesões pois vai “roubar” tempo ao treino propriamente dito, ora introduzir esse tipo de metodologias no aquecimento é uma excelente estratégia para conseguir conciliar ambos os mundos.

O aquecimento do Campos MVP está dividido em 5 partes distintas:

  1. Massagem miofascial – serve para libertar a fascia muscular,desfazer eventuais contracturas, nódulos musculares (trigger points), aumentar a circulação sanguínea e o aporte de oxigénio aos músculos optimizando a função muscular.
  2. Alongamentos estáticos - consistem em alongamentos de 30 segundos e caracterizam-se por posturas estáticas, portanto sem qualquer tipo de movimento. Têm como objectivo aumentar a extensibilidade muscular e/ou a tolerância ao alongamento contribuindo para uma maior amplitude de movimentos.
  3. Mobilidade e estabilidade dinâmica – são realizados exercícios específicos de mobilidade e estabilidade tendo em conta as necessidades primárias de cada articulação de forma a tornar o atleta o mais funcional e eficiente possível para a pratica do Basket.
  4. Activação muscular - Irá consistir em exercícios calisténicos, ou seja usar o peso do próprio corpo para criar resistência de forma a “acordar” determinados músculos que poderão estar ligeiramente inibidos por determinado tipo de posturas estáticas (ex: muito tempo sentado, em pé ou deitado).
  5. Activação do Sistema Nervoso Central (SNC) - vamos utilizar exercícios que exijam coordenação rápida e movimentos explosivos. Estas capacidades serão orientadas para o Basket de forma a estimular o SNC para as necessidades específicas deste desporto.

Este sistema de aquecimento como todos os sistemas é adaptável, quer ao nível físico de cada atleta quer ao nível do tempo, espaço e material disponível no treino.

Um ponto importante é o ênfase na qualidade de movimento, se o atleta não consegue realizar determinado exercício com uma boa postura e um bom controlo do seu corpo então regredimos o exercício para uma versão menos exigente para que o atleta vá progredindo de forma segura e com o menor número de compensações possível.

Aqui entra em jogo o princípio da individualidade, pois duvido que numa equipa todos os atletas consigam fazer todos os exercícios com níveis mínimos de qualidade, uns conseguem outros não, uns executam os exercícios outros sobrevivem aos exercícios.

Espero que este artigo contribua para reflectirem um pouco sobre o vosso aquecimento quer como treinadores quer como atletas, não negligenciem esta importante fase do treino.


Referências

  • Herman K, Barton C, Malliaras P, Morrissey D. The effectiveness of neuromuscular warm-up strategies,that require no additional equipment,for preventinglower limb injuries during      sports participation: a systematic review. 2012 Jul 19. PubMed PMID: 22812375.
  • Nick Tumminello (2010) –  Warm Up for Weight Lifting – Lower Body.

 

 


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