A necessidade que cada treinador sente no decorrer de um jogo, de utilizar um número maior ou menor de jogadores depende de uma série de factores,
alguns internos à equipa e outros ligados à forma como cada encontro decorre e aos problemas que o adversário coloca. Em jogos de maior intensidade competitiva o desgaste físico e mental é inevitável, e uns minutos no banco são preciosos para trazer a respiração ao ritmo normal ou para recuperar a cabeça fria e enfrentar o resto do encontro com confiança renovada. É principalmente nessas circunstâncias que a chamada “profundidade do banco” se torna num factor que decide jogos.
No Academia-Atlético, a contar para a jornada 13 da Zona Sul do CNB1 a maior diferença esteve nos bancos. O 1º período foi marcado por muitos turnover’s e alguns erros defensivos principalmente do lado da Academia, cuja desconcentração lhe custou 9 pontos de desvantagem nos primeiros 10 minutos (11-20). No 2º quarto o conjunto da casa entrou mais agressivo a defender e mais determinado na luta dos ressaltos, o que lhe valeu a aproximação a 2 pontos a meio do período. Começou aqui a funcionar a rotação dos visitantes, que refrescaram a equipa e com isso recuperaram o domínio do jogo. Usando bem a arma do contra-ataque, os alcantarenses acabaram por recuperar e dilatar a diferença, que ao intervalo se cifrava em 12 pontos (27-39). A 2ª parte foi igualmente intensa mas melhor jogada. O conjunto do Lumiar colocou em campo as suas reconhecidas capacidades de ressalto e de intimidação defensiva, ganhando mais posses de bola e fazendo baixar a percentagem de lançamentos do Atlético, de forma que à entrada do último período a diferença estava reduzida a 3 pontos (47-50). O gás do “cinco” do Lumiar durou até 5 minutos do fim. Por alguns segundos a Academia liderou o marcador (56-55), mas a capacidade do Atlético de utilizar jogadores “frescos” nos momentos chave veio ao de cima e contrastou com a falta de rotação do conjunto da casa. Os visitantes voltaram a liderar o marcador e jogaram as últimas posses de bola com segurança, garantindo uma vitória (64-68) importante para a definição dos lugares cimeiros da classificação.
Concentrados no jogo, os veteranos de Alcântara foram bem acompanhados pelos mais jovens e mostraram o seu melhor nível da época, afirmando-se como a principal ameaça à liderança do Estoril. A qualidade do “cinco” da Academia esteve presente em algumas fases do jogo, mas as limitações decorrentes de utilizar apenas 6 jogadores durante o encontro e os mesmos cinco em toda a 2ª parte também estiveram patentes nesta derrota, que deixou a turma do Lumiar mais longe do desejado 1º lugar da fase regular.
Enquanto os segundos classificados se defrontavam, o líder teve uma deslocação pouco exigente. O Seixal nunca se mostrou capaz de fazer uma oposição forte ao Estoril. Mesmo jogando em casa, os seixalenses mostraram muitas debilidades na organização do seu jogo e foram presa fácil para os visitantes. Com larga vantagem logo no 1º período, o Estoril jogou calmamente o resto do encontro e fechou o resultado com (53-81).
O Belenenses voltou às vitórias na recepção ao penúltimo, os Salesianos de Évora (75-57). O conjunto do Restelo mantém o seu 4º lugar na classificação e os eborenses passaram a ocupar isolados a 9ª posição.
Na visita do Moscavide à Cruz-Quebrada a expectativa de um confronto competitivo não saiu defraudada. Ao domínio da equipa da casa no 1º período responderam os visitantes com uma superior coesão colectiva e uma confiança que lhes permitiu recuperar da desvantagem, passar para a frente e consolidar a vitória no último quarto. O Cruz-Quebradense lutou sempre mas mais uma vez não conseguiu colocar ao serviço do conjunto os argumentos individuais que possui e registou nova derrota (55-69). Com este resultado o Moscavide continua a ser 5º e o Cruz-Quebradense 6º, mas o fosso entre os dois alargou-se, deixando definitivamente separados na tabela classificativa o grupo dos 5 primeiros e o dos 5 últimos.
Em Ponta Delgada o Micaelense não aproveitou a oportunidade da visita do Ginásio Olhanense para interromper a série de derrotas. Os algarvios conseguiram uma vitória por números claros (49-66), o que lhes permitiu igualar o Cruz-Quebradense no 6º lugar, e que deixou o conjunto de S. Miguel mais preso ao último lugar da classificação.
Disputam-se no próximo sábado apenas 4 dos encontros da 14ª jornada, já que o Atlético-Belenenses está marcado para 23 de Março. As atenções estarão centradas no Pavilhão de Manique onde a Academia visita o líder Estoril.
23 de Fevereiro
Micaelense-Salesianos de Évora às 16:00h no Pav. da EBI Canto da Maia
Ginásio Olhanense-Cruz-Quebradense às 17:00h no Pav. do Gin. Olhanense
Moscavide-Seixal às 18:00h no Pav. do Moscavide
Estoril-Academia às 18:30h no Pav. de Manique-Salesianos
Comentários
desde já os meus parabéns pelo bom trabalho, excelentes crónicas!
Em relação ao jogo da Academia- Atlético, de facto, existiu alguma prudência por parte do treinador da Academia em fazer uma gestão do seu banco. No entanto, não podemos só criticar. Dos jogadores presentes no banco, caso não me falha a memória são jogadores ainda sub-20, que, pergunto-me, será que conseguem acompanhar o ritmo do jogo de Séniores? Serão capazes de dar as garantias necessárias ao seu treinador ?
Cumprimentos