Acções técnico-tácticas
 
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Acções técnico-tácticas

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altA Associação Nacional de Treinadores (ANTB) prepara-se para mais um acto eleitoral, a concretizar no próximo dia 15 de Junho. Esta data coincide com a realização do Clinic ANTB 2013.

Numa modalidade em que o papel dos treinadores tem sido determinante para que a sua vitalidade se mantenha, importa reconhecer o trabalho realizado pela actual direcção.

Recuperar a identidade da ANTB, dinamizar a formação contínua novamente, procurar chamar até novos sócios treinadores, entre muitas outras iniciativas, são sinais de que esta entidade pode ter um papel importante no desenvolvimento do Basquetebol nacional.

Para os que eventualmente não eram treinadores na década de 80, 90 do século passado, é importante realçar que a ANTB contribuiu de forma significativa para o enriquecimento da biblioteca do treinador, produzindo documentação técnica de enorme valor e que, mesmo passados 20 a 30 anos, continua a ser útil, nomeadamente ao nível do trabalho a desenvolver nos escalões de formação.

Um dos documentos técnicos que destaco no artigo desta semana consiste, mais propriamente, num caderno de textos técnicos, denominado Basquetebol – Acções Técnico-Tácticas. O seu índice, certamente despertará o interesse dos treinadores atentos às necessidades dos treinadores que orientam atletas que iniciam ou já têm 6 a 8 anos de prática de basquetebol. Ora vejamos:

  1. Alguns Conselhos aos Jovens Praticantes – Olímpio Coelho
  2. Juniores, o Escalão de Transição – Fernando Assunção
  3. Basquetebol: técnica individual ofensiva – Hermínio Barreto
  4. Drible: técnica para aprender cedo e treinar sempre – Teotónio Lima
  5. Técnica Individual Defensiva – Carlos Alberto Gonçalves
  6. Transposição da Defesa, um caminho a percorrer – Eliseu Beja
  7. O Ataque de Posição nos Iniciados – Mário Gomes
  8. Lance-livre: técnica e aspectos metodológicos do seu treino – Evaldo Poli

Em 1990, quando adquiri este documento, durante o clinic da ANTB realizado na minha terra natal – Torres Novas, talvez não estivesse ainda suficientemente desperto para a riqueza do seu conteúdo. Volvidos estes anos partilho convosco o que deste documento podemos recuperar, incentivando novamente todos os treinadores de jovens praticantes a centrarem-se no que realmente é importante no seu trabalho – o desenvolvimento das crianas e jovens praticantes. Importa não esquecer que treinar crianças e jovens é preparar o amanhã, com paciência e clara noção das necessidades dos praticantes que dirige.

No primeiro artigo, o Prof. Olímpio Coelho desperta a ambição nos jovens basquetebolistas, fornecendo alguns conselhos úteis para que aperfeiçoem as suas capacidades individuais.

Será que todos nós treinadores de formação sentimos necessidade de enquadrar minimamente os nossos atletas num percurso, paralelo à aprendizagem do jogo, dedicado ao trabalho individual?

O que fazemos para que os nossos Minis 12, Sub-14 e Sub-16 encarem a prática desportiva como complemento dos estudos, mas com real noção de compromisso e dedicação?

O que promovemos para que a prática do Basquetebol possa valorizar os nossos jogadores, fornecendo-lhes bons exemplos, bons hábitos e possibilite desenvolvimento humano e social?

Que conselhos fornecemos aos nossos atletas para que aperfeiçoem a sua técnica individual, desenvolvam as suas capacidades físicas ou previnam lesões?

Eu pergunto: actualmente quantos atletas investem parte do seu tempo no seu desenvolvimento individual; melhorando o lançamento, o drible, as suas capacidades físicas, que não seja na presença dos seus treinadores?

No capítulo 3, alerta-nos o Prof. Hermínio Barreto para o facto de treinadores na “ânsia da vitória que os atormenta e perturba…esquecem-se que tal êxito só terá significado no desenvolvimento da modalidade, se for correspondendo a um somatório de sucessos que os praticantes vão vivendo e demonstrando enquanto assumem a sua carreira desportiva”. Mais nos elucida que “a constante evolução do jogo, a implicar cada vez mais agressividade e contestação na defesa, é uma consequência da progressiva evolução qualitativa da ofensividade dos praticantes”.

Neste sentido lanço a questão: fará parte do tempo de treino dos nossos iniciados a melhoria do reportório de soluções para jogar 1x1 para lançar ao cesto? Terão os nossos cadetes gosto e dedicação ao aperfeiçoamento e enriquecimento das suas ferramentas individuais para jogar 1x1 com bola?

O título do capítulo 4, direcciona-nos a reflexão sobre a metodologia do ensino do drible. O Prof. Teotónio Lima dizendo que o drible é uma técnica que se aprende cedo e treina sempre, conduz à seguinte interrogação:

Estaremos nós treinadores preocupados não só com o ensino de um reportório de mudanças de mão em drible, mas igualmente com os seus quandos em jogo? Saberão os nossos jogadores, na prática, quando utilizar o mudança de mão em drible pela frente e por de trás das costas?

Por último destacaria o capítulo 6, onde o Prof. Eliseu Beja nos elucida sobre a necessidade de conhecermos em pormenor o jogo praticado pelos principiantes e qual o caminho para resolver as questões inerentes à aglomeração em torno da bola, através da transição defesa ataque.

Estarão os treinadores de minibasquete e sub-14, actualmente, capacitados para resolver os problemas de um jogo confuso praticado porque por quem ainda dá os primeiros passos na modalidade e anda a contas com o ritmo de desenvolvimento das suas capacidades coordenativas?

Depois de abrirmos o apetite para que cada um de nós encontre, potencie e aplique respostas metodológicas para as questões que levantei anteriormente, deixo igualmente o desafio á ANTB, para que recupere novamente os seus cadernos técnicos e os publique, colocando-os ao alcance dos treinadores que vivem o drama inicial de acolherem jovens praticantes ansiosos por aprenderem o jogo e necessitados de um trabalho metodologicamente bem estruturado em princípios e conceitos.

 

 


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