Alemanha teve que suar
 
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Alemanha teve que suar

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Mª João CorreiaRamla (Israel) – No segundo dia de competição, as perspectivas que se desenhavam antes do confronto com a Alemanha acabaram por se confirmar.

Não era propriamente o adversário ideal para se tentar apagar a imagem deixada na véspera, frente à Macedónia, em teoria o mais acessível dos três opositores. Foi pena efectivamente o desaire inicial que baixou os níveis de confiança, mas por outro lado funcionou como que um tónico, uma injecção de adrenalina, de querer, de vontade em querer rectificar a má prestação anterior. A poderosa selecção germânica teve que puxar dos galões, acabando por ganhar, mas que a vitória foi apertada, disso não restam dúvidas. Basta dizer que a 2 minutos e 40 segundos do termo a vantagem das nossas opositoras era de 6 pontos apenas (64-58).

Com um cinco inicial muito poderoso fisicamente (média de 1,84 m), em que a mais baixa e única abaixo do 1,80 m era a base Tina Menz (1,75 m), a Alemanha apresentava desde logo vantagens de estatura, posição por posição, com a estatura média das portuguesas a rondar o 1,77 m, sendo Sofia Carolina (1,89 m) a única acima doa fasquia do 1,80 m.
No quarto inicial (20-14) o equilíbrio foi a nota dominante até ao minuto 4 (8-7), numa toada de alternância, mas 2 triplos consecutivos de Breitreiner no minuto 5 (11-7) e no minuto 6 (14-9) obrigaram de imediato Ricardo Vasconcelos a parar o cronómetro pela 1ª vez. A entrada de Mª João Correia no minuto 5 por troca com Carla Freitas emprestava maior rapidez na transição ofensiva, mas a vantagem germânica mantinha-se sem grandes flutuações, entre os 4 e os 6 pontos.

No início do 2º período (23-17), a 2ª falta da atiradora Carla Freitas, que já tinha acertado o seu 1º triplo no 1º quarto, fê-la regressar ao banco, mas a mão quente de Mª João Correia (mais duas bombas) no minuto 14 (24-21) e no minuto 18 (31-28) mantinha o jogo em aberto. A poste Fikiel impunha a sua envergadura na tabela ofensiva fazendo 33-28 e da linha de lance livre (36-29), mas depois de se ter reduzido para 36-31, Portugal consentiu um parcial de 7-0 em menos de um minuto, com o 4º triplo de Breitreiner a cair a 28 segundos da buzina e Menz a fixar os 43-31, em cima do intervalo.

No início do 3º quarto (13-10) a nossa equipa não entrou bem. A 3ª falta de Carla Freitas e dois duplos do adversário, logo no minuto inicial, elevaram a contagem para 47-31, a maior diferença até então (16 pontos). Durante mais de 4 minutos Portugal não acertou com o cesto, mas do outro lado a eficácia também não era a melhor, mas no espaço de um minuto Sofia Carolina e Vera Correia (2 lances livres) repunham a diferença do intervalo (12). Desconto de tempo pedido pela treinadora germânica Alexandra Maerz, com a equipa a atingir a 4ª falta no minuto 26, mas sem resultados práticos, porque o seleccionado luso baixava a fasquia para 9, através de uma penetração de Mª João Correia (47-37) e com um lance livre de Carla Freitas (47-38) à entrada do minuto 27. Novo período de desconcentração luso e um parcial de 7-0 consentido, com Stephanie Wagner a lançar de 3 pontos sem oposição e a concretizar os 54-38, no minuto 28. Acto contínuo nova paragem de cronómetro pedida pelo treinador português, mas a vantagem germânica a manter-se nos 15 pontos ao cabo de 30 minutos jogados (56-41).

No último período (18-10), o único ganho pelas nossas representantes, a 2ª bomba de Carla Freitas logo no minuto 32 (58-44), respondendo ao duplo da poste Fikiel (58-41), foi o ponto de partida para um parcial de 0-10, imposto por Portugal, reduzindo o prejuízo para 7 pontos (58-51), com a capitã Carla Nascimento também a fazer o gosto ao dedo da linha de 3 pontos (58-49), no minuto 34, obrigando Alexandra Maerz a parar também o cronómetro, porque a selecção lusa estava em crescendo. À entrada do minuto 36, Vera Correia acertava o seu único triplo (60-54) e mantinha a esquadra alemã em sentido. Portugal estava à distância de 2 triplos e tudo podia acontecer. As comandadas de Ricardo Vasconcelos continuavam a acreditar na reviravolta apesar de a diferença ter voltado à dezena (64-54), no minuto 37. O seleccionador luso esgotava os descontos de tempo e dois duplos consecutivos de Carla Freitas (um deles a pisar a linha dos 6,75 m) em escassos 30 segundos voltaram a encurtar a diferença para 6 (64-58), com 2,40 minutos para jogar. Portugal continuava a lutar bravamente mas a MVP da partida, Fikiel, sentenciou o encontro no minuto 38 (66-58). Ainda houve tempo para Breitreiner falhar 2 lances livres a meio do minuto 39 e alguns segundos decorridos Mª João Correia provocou a exclusão (5ª falta da base Tina Menz) e selou o resultado final (66-59) da linha de lance livre.

Ricardo Vasconcelos, mesmo tendo perdido novamente, estava satisfeito com o comportamento da sua equipa: “ Jogamos ao ritmo da adversidade que nos aparece. Preparados para um jogo difícil, com um adversário forte, tivemos uma atitude excepcional que, na minha maneira de ver tem que ser a atitude para encarar qualquer jogo, independentemente da qualidade do opositor. A quantidade de lançamentos falhados debaixo do cesto impediu-nos de vencer esta partida. Uma equipa que lança ao cesto 82 vezes, perde 13 bolas, obriga o adversário a cometer 25 turnovers e tem 15 possibilidades em segundos lançamentos, com uma percentagem normal, não pode perder o jogo. Mas 28% em lançamentos de campo é fraquíssimo…”. De seguida o seleccionador nacional prosseguiu:“ “Obrigámos a Alemanha a fazer 60% de lançamentos de 2 pontos e a 57% de triplos na 1ª metade, porque sem essas percentagens ao intervalo, já podíamos estar na frente do marcador.”. A finalizar, disse: “Do ponto de vista estratégico cumprimos na quase totalidade com o plano: conseguimos trabalhar bem o ressalto ofensivo e impedir lançamentos sem oposição em transições rápidas em que as alemãs são peritas (contra ataque). Quem falha 50 lançamentos e sofre apenas 16 pontos em contra ataque, é porque conseguiu neutralizar aquele que seria a arma mais forte da equipa adversária.”

Destaque nas vencedoras para a soberba actuação da poste (1,95m) Katharina Fikiel, MVP do encontro (35,0 de valorização) que fez um duplo duplo ao contabilizar 16 pontos, 16 ressaltos sendo 3 ofensivos, uma assistência, 1 roubo, 2 desarmes de lançamento e 7 faltas provocadas, estando irrepreensível da linha de lance livre ao fazer 8/8. Contributos também importantes tiveram a extremo/poste Margret Skuballa (17,0 de valorização), também com um duplo duplo (10 pontos, 4/4 nos duplos, 10 ressaltos defensivos, 5 assistências, 2 roubos e duas faltas provocadas, com 2/3 nos lances livres) e a experiente atiradora Anne Breitreiner (21 pontos, 4/7 nos triplos, 5 ressaltos sendo 1 ofensivo, 4 assistências, 1 roubo e 6 faltas provocadas). Para se ver o respeito que a treinadora germânica teve por Portugal, basta dizer que este trio jogou 37.24, 36.04 e 32.35 minutos, respectivamente. E mesmo assim Breitreiner, ao fazer a 4ª falta no 3º período, à entrada do minuto 26, teve que ir para o banco, regressando ao jogo somente no último quarto, no minuto 34.

Na selecção portuguesa a mais valiosa acabou por ser a poste Sofia Carolina (17,0 de valorização), que conseguiu um duplo duplo (10 pontos, 5/17 nos duplos, 13 ressaltos sendo 7 ofensivos, uma assistência, 1 roubo, 2 desarmes de lançamento e duas faltas provocadas), bem secundada por Mª João Correia, com 14,0 de valorização (16 pontos, 3/10 nos duplos, 3/7 nos triplos, 4 ressaltos sendo 1 ofensivo, duas assistências, 5 roubos e 6 faltas provocadas, com 1/2 nos lances livres). De referir igualmente os contributos de Vera Correia (9 pontos, 1/3 nos triplos, 6 ressaltos sendo metade ofensivos, duas assistências e duas faltas provocadas, com 2/2 nos lances livres), Carla Freitas (11 pontos, 2/6 nos triplos, 6 ressaltos sendo 4 ofensivos, 2 roubos e duas faltas provocadas, com 1/2 nos lances livres) e Lavínia Silva (7 ressaltos sendo 5 ofensivos e uma assistência). Carla Nascimento, que somou neste encontro a sua 100ª internacionalização, viu a sua valorização ser fortemente penalizada pela fraca eficácia nos lançamentos de 2 pontos (3 em 14 tentados), uns fraquinhos 21%.

A vitória da Alemanha deveu-se essencialmente á maior eficácia nos lançamentos de campo (45%-28%), nomeadamente nos duplos (50%-27%), já que nos tiros do perímetro a diferença não foi significativa (33%-32%). Foi mais colectiva (19-12 assistências) e provocou mais faltas (21-18), tendo ido para a linha de lance livre 20 vezes contra 10 de Portugal.
Por seu turno a selecção portuguesa ganhou as tabelas (44-48 ressaltos), particularmente a tabela ofensiva (8-25 ressaltos), com o facto anormal de ter conseguido mais 2 ressaltos ofensivos do que os defensivos (23). Cometeu menos erros (25-13 turnovers) e roubou o dobro de bolas (6-12 roubos).

Resultados da 2ª jornada

  • Alemanha 66-59 Portugal
  • Macedónia 56-72 Israel

No encontro que fechou a ronda, Israel fez a diferença no 2º quarto, chegando ao intervalo na frente (31-40). A segunda vitória garantiu-lhe matematicamente o 1º lugar no Grupo D e o consequente apuramento para as meias-finais do play-off do EuroBasket Feminino 2015. Destaque nas vencedoras para a poste Jennifer Fleischer , MVP do jogo (17 pts/17 ress/4 f.prov.), bem acompanhada por Shay Doron (16 pts./5 ress/4 ass./2 rb./2 d.l.)e Liron Cohen (12 pts/7 ass./2 rb.). Na Macedónia brilhou a norte-americana naturalizada Chrissy Givens (25 pts/11 ress/5 ass./12 f.prov.)

Ficha de jogo
Arena Elitzur Delek, em Ramla

Alemanha (66) – Tina Menz (8), Anne Breitreiner (21), Birte Thimm (4), Margret Skuballa (10) e Katharina Fikiel (16); Svenja Brunckhorst, Stephanie Wagner (7), Lea Mersch  e Finja Schaake

Portugal (59) – Carla Nascimento (9), Carla Freitas (11), Ana Oliveira (3), Vera Correia (9) e Sofia Carolina (10); Mª João Correia (16), Lavínia Silva, Inês Faustino (1), Joana Jesus e Mª João Andrade

Por períodos: 20-14, 23-17, 13-10, 10-18
Árbitros: Georgios Tanatzis (GRE), Piotr Pastusiak (POL) e Özlem Yalman (TUR)

Classificação (após a 2ª jornada)
1º Israel - 2V-0D -140/113- 4 pts.
2º Alemanha -1V-1D -123/127-3 pts.
3º Macedónia -1V-1D -116/128-3 pts.
4º Portugal -0V-2D -115/126-2 pts.

Jogos para domingo (3ª e última jornada):

  • Portugal-Israel (18H00) e Alemanha-Macedónia (20H45)

 

 


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