5 regras de ouro (1ª parte)
 
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5 regras de ouro (1ª parte)

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João RibeiroDe regresso ao treino, ao campo e ao ensino do jogo, eis algumas sensações que procurei acumular no Setembro que passou, dando assim início a mais uma época de colaboração com o Planeta Basket e com os companheiros treinadores.

E é de treino e de ensino que vos escrevo no artigo desta semana.

Há algum tempo que o conceito das 5 Regras de Ouro para jogar minibasquete, criadas pelo Prof. Mário Lemos e em vários momentos levadas à prática pelo San Payo Araújo, me inspira à reflexão sobre a forma mais fácil de chegar aos atletas que dirijo. É certo que as referidas regras simplificam imenso a abordagem ao jogo, possibilitam que haja ambiente para jogar e a sua essência assenta numa linguagem simples e clara. Dessas regras, proponho-me explorá-las um pouco mais neste artigo e seguintes, pensando num contexto de “Iniciados” – entenda-se sub-13 e sub-14.

Quando o jogo evolui e nos dedicamos a ensiná-lo a atletas que expressam progressos nas suas capacidades atléticas e coordenativas, mostrando aptidão para desenvolverem mais ferramentas para jogar, encontramos igualmente outras possibilidades de estruturar o jogo que praticam. Assim, a Filosofia que vos partilho, pretende que se jogue a correr, baseando a estrutura do jogo no contra-ataque, no 1x1 (quer na perspetiva do atacante com bola, quer na perspectiva do atacante sem bola), na defesa e no ressalto. Eis-nos perante 4 boas iguarias para que o jogo dos “Iniciados” (Sub-13, Sub-14) nos entusiasme no ensino e dê prazer a quem o joga. Para cada uma delas um “tempero” especial, suportado por 5 regras essenciais. Estas regras tentarão que cada jogador possa explorar o seu espaço vital (segundo Bordas, citado por San Payo a propósito da experiência vivida em Collel), desenvolva a sua capacidade para jogar e encontre na prática oportunidades para adquirir o gosto de “investir” individualmente na aprendizagem de mais “ferramentas” para jogar. Ao treinador experiente a oportunidade de sintetizar e simplificar o seu saber; ao treinador que se inicia a simplicidade de conceitos para poder investir na capacidade de intervenção. Tudo está pronto para dar vida a uma nova etapa do ensino do jogo.

É importante considerar que o escalão de “Iniciados”, corresponde igualmente ao início de uma nova etapa de conhecimento do jogo. É a primeira etapa de prática do Basquetebol, dado que o Minibasquete terminou nos sub 12. Como tal, importa enriquecer os atletas relativamente à terminologia específica da modalidade. Este escalão é um momento de transição entre aquela que é a linguagem que serve as necessidades e capacidades da criança e o “código linguístico” que há muito, treinadores como o Prof. Teotónio Lima, Olímpio Coelho entre outros dedicaram muito do seu tempo a construir e que nem sempre encontramos uniformização entre nós treinadores nem damos o seu real valor.
Neste primeiro artigo, partilhamos as nossas regras para defesa. Nas mesmas procuramos desenvolver um pouco o seu conteúdo, a sua filosofia.

A contextualização destas regras defensivas pressupõe que o grupo de praticantes desenvolva igualmente competências após a perda da posse da bola reagindo rapidamente e explorando um conjunto de princípios técnico-táticos que atrasem a transição defesa ataque da equipa adversária.

Nesta lógica também a  transição ataque defesa poderá sintetizar-se em 5 regras de ouro, que não sendo o propósito deste artigo desenvolvê-las, se resumem da seguinte forma:

À perda da posse da bola após ressalto perdido…

1ª Regra – Cada um defende um.
2ª Regra – Quem está mais perto do ressaltador pressiona o 1º passe.
3ª Regra – Parar a progressão da bola.
4ª Regra – Proteger o meio (entenda-se corredor central).
5ª Regra – Proteger o cesto.

No que à defesa propriamente dita diz respeito resumimos as 5 regras de ouro, entendendo a sua aplicação no 5x5 em meio campo (Defesa de Posição) ou eventualmente na defesa estendida a todo o campo após reposição de bola ou lance-livre, isto é, em equilíbrio defensivo. Permitindo que cada defensor tenha a responsabilidade de defender um determinado atacante – Cada um defende o seu.

1ª REGRA – QUEM A DEFENDE A BOLA, PRESSIONA, CONDICIONA E COMUNICA
Apresentamos a defesa ao portador da bola como primeira regra, porque entendemos haver lugar a um forte investimento na capacidade de condicionar e interferir no elemento mais desequilibrador do jogo – o atacante com bola. Quando assistimos a preleções dos nossos selecionadores nacionais, constatamos que é um aspeto a melhorar na forma como defendemos.

Resolvidas que estão as questões da noção de que cada um defende um, que o enquadramento defensivo é uma conquista de futuro em detrimento do sôfrego estímulo de roubar a bola, parece-nos importante dotar o praticante de competências para ser capaz de pressionar a ação do portador da bola: posição defensiva, deslizamentos defensivos, ligar o sprint ao deslizamento defensivo – Na defesa, ou desliza ou sprinta.

Se numa primeira etapa apelamos para o defensor se enquadre com o atacante com bola com os pés paralelos reagindo para que não seja ultrapassado, procuramos direcionar o nosso trabalho para tão cedo quanto possível o praticante mostrar bom trabalho de pés defensivo incentivar para que o atacante realize muitas mudanças de mão, não penetre, utilize a sua mão menos hábil, interrompa o drible ou faça um mau passe – Condicionamos.

Por último, procuramos incentivar à comunicação, fomentando a regra de que o defensor tem de verbalizar uma palavra-chave que represente a sua ação defensiva:

  • Bola! Quando inicia a defesa ao portador da bola;
  • Parou! Quando o atacante parou o drible;
  • Tiro! Quando o atacante lança;
  • Ajuda! Quando o defensor é batido em drible.

2ª REGRA – SE O TEU ATACANTE ESTÁ PERTO DA BOLA FECHA-LHE A LINHA DE PASSE. FECHA!
Nesta regra trata-se de abordar os fundamentos à defesa do jogador sem bola do lado da bola (ou de uma primeira linha de passe), também denominada sobremarcação. Nesse sentido, tratamos de ensinar os fundamentos inerentes ao posicionamento face à posição da bola, ao atacante direto, à linha de passe e em função da maior ou menor proximidade do cesto.

Optamos por recorrer à sobremarcação fechada porque queremos dar continuidade à primeira regra, isto é: pressionar e condicionar as ações do portador da bola. Neste caso retiramos-lhe a possibilidade de passar.

3ª REGRA - NÃO HÁ CORTES PELA FRENTE
Dando continuidade à primeira regra da defesa, consideramos que esta regra é importante na medida em que, o seu ensino e treino, dotarão os praticantes de capacidades para:

  • Reagir à saída da bola das mãos aquando de um passe realizado pelo meu atacante direto, saltando para meio da linha de passe (também designado de saltar para a bola);
  • Rapidamente aplicar a regra 2, ou seja, FECHAR A LINHA DE PASSE.

Progredindo a aprendizagem importa também realçar que cortes do lado contrário da bola constituem sinal suficiente para que a regra 2 se aplique.

4ª REGRA – SE O TEU ATACANTE ESTÁ LONGE, AFASTA-TE PARA A LINHA CESTO-CESTO, PROTEGE O CESTO E PROCURA VER TUDO
Esta regra direciona a nossa atenção para a defesa ao jogador sem bola de uma segunda linha de passe, ou do lado contrário da bola.

Privilegia-se a noção de maior distância relativamente atacante, sendo a linha cesto-cesto uma referência e não uma obrigatoriedade onde o defensor se defenda mas não coopere para a sua equipa recuperar a bola.

Reconhecemos também que esta regra é de aplicação difícil, sabendo que a capacidade de visão periférica ainda é limitada. Mais se agrava se estivermos a falar de uma defesa estendida em todo o campo, algo que a ser aplicado deverá considerar as capacidades dos praticantes para lidarem com mais referências (cesto, defensor direto e a sua movimentação, bola e sua movimentação).

O caminho para o progresso desta regra será o de dotar os nossos praticantes com a capacidade de, defendendo quem está longe da bola, conseguirem estar aptos para: intercetar um passe, ajudar o atacante que é batido em drible ou recuperar rapidamente o seu defensor direto (caso este se desmarque para uma primeira linha de passe ou receba a bola).

5ª REGRA – O MAIS IMPORTANTE NA DEFESA? É O BLOQUEIO DEFENSIVO
Em jeito de pergunta, desde cedo é passada a ideia de que nada serve o trabalho todo realizado com as 4 regras anteriores se, caso haja um lançamento, toda a gente não bloqueie o seu atacante.

A este nível será importante ensinar os fundamentos do bloqueio defensivo quando defendemos o lançador, a primeira linha de passe ou um jogador do lado contrário da bola.

Ensinar a defender é uma tarefa cada vez mais difícil. Defender significa estimular a responsabilidade individual, num forte e entusiástico sentido de grupo. Eliminar comportamentos de atribuição causal perante o insucesso ou a falta de atitude é uma tarefa de paciência e que está sempre associada à nossa conduta e ao nosso exemplo. Por este facto acredito que ensinar a defender deverá ser feito com entusiasmo, intensidade, gosto e atenção aos progressos para não perder a mínima oportunidade de, em grupo, valorizarmos uma recuperação da bola sem sofrer cesto ou sem haver lançamento.

Saibamos implementar uma cultura defensiva. Sim porque Defender…… defender é mais importante do que respirar!

 

 


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