É chegado o dia de ouvirmos a capitã da Seleção nacional feminina de Sub-18, Laura Ferreira. Veja já de seguida a entrevista que a Laura concedeu ao Planeta Basket.
Laura Ferreira participou já em 6 campeonatos da Europa, dois de Sub-16, dois de Sub-18 e outros dois de Sub-20. Foi dos elementos mais importantes na subida à Divisão A no ano passado e na permanência deste ano e é uma das jovens jogadoras nacionais que mais brilha na liga feminina, representando o GDESSA do Barreiro.
Olá, Laura. Obrigado por teres aceite o nosso convite. Onde começaste a jogar basquetebol e quem foram os teus primeiros treinadores?
Comecei a jogar basket na Amadora, pelo incentivo da minha irmã e o meu primeiro treinador foi o Fernando Guerreiro.
Fizeste parte dos centros de treino de Calvão e do Jamor, sendo que o primeiro destes já não existe. Achas que faz falta ao basquetebol português? Porquê?
Sim. Porque em relação ao resto da Europa, aqui em Portugal trabalha-se menos. E nos centros de treino temos a oportunidade de trabalhar muito mais, com uma oposição mais forte, com os selecionadores nacionais e sem prejudicar os estudos.
Aos 15 anos aceitaste a proposta do GDESSA do Barreiro. O que motivou essa tua decisão?
O Nuno Manaia contactou-me e eu decidi aceitar esta grande oportunidade de jogar numa equipa da Liga. Sabia que ia evoluir muito e não tinha nada a perder.
Com 18 anos tens já um lugar indiscutível na equipa feminina do Barreiro. Como vês a Liga Feminina portuguesa?
O facto de ter oportunidade de jogar com regularidade numa equipa competitiva como o GDESSA, é uma grande chance de desenvolver o meu jogo e de me tornar uma jogadora mais consistente e experiente. Após um rejuvenescimento da liga na época anterior, esta será uma época de continuidade nesse processo.
Este verão fizerem história com o nono lugar no Europeu de sub-18. Mas começaram a prova com 3 derrotas (Suécia, Servia e Grécia). O que faltou na seleção portuguesa, na tua opinião, nestes encontros?
Sobretudo algumas falhas de concentração resultantes de algum nervosismo.
Seguiram-se três jogos (Reino Unido, Bielorrússia e Eslováquia), nos quais a equipa conseguiu dar a volta. O que mudou, na tua opinião?
Os principais fatores predominantes para a subida de forma e a consequente melhoria dos resultados foram a coesão da equipa associado ao termos conseguido impor uma defensa mais agressiva.
O que sentiste no final do jogo com as anfitriãs da Croácia, decidido após prolongamento e que garantiu a permanência na divisão A?
Senti-me muito feliz e orgulhosa da equipa. Conseguimos cumprir o objetivo de nos mantermos na divisão A e fazer história no basquetebol português.
Nos dois jogos seguintes (Republica Checa e Grécia), não pudeste dar o contributo à equipa, por lesão. Como foi para ti assistires aos jogos do banco, sem poder ajudar dentro do campo?
É frustrante, porque sabia que tinha um papel na equipa e não o podia desempenhar. A vontade de jogar e de contribuir para um resultado positivo era enorme.
Depois de teres participado em campeonatos da divisão A com as sub-18 (2013) e as sub-20 (2012), achas que o basquetebol português feminino tem valor suficiente para esta entre os melhores e porquê?
Jogar contra as melhores seleções do nosso escalão faz com que obrigatoriamente tenhamos de jogar sempre no limite, esta experiência traduz-se num processo de melhoria contínua, que espero não ser meramente geracional mas que tenha continuidade nas seleções vindouras para que estas possam jogar a este nível de forma a que o nosso basquetebol feminino e a qualidade das suas praticantes continue a melhorar significativamente. Dito isto, sim, acredito que pertencemos à Divisão A, a competir de igual para igual com qualquer seleção , caso saibamos cumprir os pressupostos anteriormente expostos.
Qual foi a equipa e a jogadora que mais te impressionou no Campeonato da Croácia deste ano?
Foi a Sérvia liderada pela Sanja Mandic, é uma jogadora muito inteligente e imprevisível.
Quais são os teus planos relacionados com o basquetebol num futuro próximo?
Continuar a evoluir ao longo desta época, em conjunto com a minha equipa, lutar de forma a conquistar os vários troféus e na próxima rumar para o outro lado do Atlântico e representar a University of South Florida.