Ensinar fundamentos
 
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Ensinar fundamentos

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João RibeiroO artigo desta semana emergiu de habituais momentos de pesquisa, relendo vários artigos que integram o meu Dossier do Treinador. De entre muitos com elevado valor,

reencontrei um que particularmente me desafiou a partilhar convosco – 26 ideias para ensinar fundamentos individuais. Quem o escreve é Juan José Liras, treinador superior, de origem espanhola.

Preocupado com a importância de ensinar corretamente, listou 26 dicas importantes para ajudar o treinador no ensino dos fundamentos individuais do jogo de basquetebol. No artigo desta semana realizo uma tradução desta listagem originalmente escrita por Juan Liras. Os mesmos constituem uma excelente sistematização de princípios orientadores do nosso ensino e treino de formação.

Para que melhor possamos digerir esta informação, dedicarei alguns artigos a listar e comentar as ideias de Juan Liras.

  1. Procura que os teus exercícios chamem a atenção e atraiam o interesse do teu grupo de atletas. Desta forma, conseguirás estimular a motivação dos jogadores, que apenas deverás tentar manter. Exercícios variados, jogos, competições e recurso a diversos elementos, são algumas das coisas que farão com a atracção pelo treino aumente;
  2. Tenta que os exercícios que propões apresentem algum grau de dificuldade, mas realizáveis – desafios. Certamente aumentarão a motivação para a aprendizagem. Se é algo impossível de realizar a motivação desaparecerá. Por seu lado, se o exercício é demasiado fácil poderá desencadear igual efeito;
  3. Faz exercícios que solicitem um objectivo concreto e algo mais. Poderemos assim falar de exercícios “multiobjectivos” com um objectivo concreto. Poderemos dar como exemplo um exercício que pretenda focar-se nas paragens e rotações, permitindo no entanto que termine sempre com lançamento;
  4. Tenta que os teus praticantes estejam muito tempo em contacto com a bola, uma vez que a aprendizagem das habilidades com bola requer mais tempo de prática relativamente às habilidades sem bola. De salientar ainda que na aprendizagem da grande maioria das habilidades com bola a atenção e concentração nos detalhes está mais patente do que propriamente a repetição massiva da acção ou encadeamento de acções motoras. Este facto advém da complexidade da acção motora, veja-se por exemplo a combinação de um arranque em drible, precedido de finta de lançamento e arranque e a sua ligação a um passe para um companheiro, na sequência do drible penetrante;
  5. Procura que os teus praticantes estejam quase sempre em actividade física e mental. Não se pretende “espectadores” do jogo, mas antes gente em esforço físico e mental, que se traduza em ganhos efectivos e que expresse em treino de qualidade. Que este princípio proporcione aos vossos praticantes crescer como jogadores. Há que tentar proporcionar aos nossos saírem de cada sessão prontos para que os efeitos do treino os transformem positivamente, quer seja fisicamente, tecnicamente ou tacticamente, quer seja na atitude perante o treino. Que o treino estimule o saber fazer tomando decisões.
  6. Cria situações de “tráfico” procurando exercício reais, aproximados ao que acontece no jogo. Sem dizer aos jogadores que estorvem, podes criar situações que o mesmo ocorra, proporcionando reacção e decisão em resposta ao está a ocorrer no campo. Por exemplo, poderemos trabalhar finalizações em que os que já finalizaram regressem pelo trajecto de quem está a executar a finalização. Importa complementar a ideia de Juan Liras, alertando para uma correta avaliação da capacidade, do grupo que dirigimos, para realizar a tarefa em condições de segurança;
  7. Após um domínio técnico razoável, possibilitar a adequação do gesto àquilo que o jogo pede. Por exemplo, em situações de exercício que solicitam passar, cortar, receber e finalizar, introduzir a presença do defensor aumentando ou diminuindo a sua interferência na tarefa – Acompanha o atacante, obriga a decidir sobre a melhor solução de finalização, obriga a identificar distâncias, etc.
  8. Cria riqueza nos exercícios, recorrendo às ferramentas disponíveis: arcos, pinos, cadeiras, bolas de outras modalidades, etc. Com isto consegue-se aumentar a atenção e motivação para a tarefa, enriquecendo o estímulo apresentado e estimulando as capacidades coordenativas. Exemplo: drible com uma mão e realizar manipulação de uma bola de ténis na outra mão (lançando-a ao ar e agarrando-a enquanto dribla).
  9. Pensa em formas de transformar um exercício aparentemente “aborrecido” em algo motivante e que desafie os praticantes a alcançarem objectivos/competências;
  10. Pesquisa ou cria exercícios imaginativos e ajusta-os sempre que pretendes respostas diferentes. Isto implica pensar na dinâmica do exercício acrescentando-lhe variantes de dificuldade ou facilidade ajustas ás necessidades dos praticantes.

Comentários 

 
+2 #1 Francisco Ribeiro 21-11-2013 22:49
É preciso, sem duvida alguma ser forte nas suas acções, dando aos outros a possibilidade de saberem mais cultivando assim aquilo, para que se propuseram , a prática do desporto, particularmente o Basketebol. Isto, para dizer o quê ! Após um intenso dia de trabalho, tendo sempre por perto a família e ainda arranjar tempo, para não só pesquisar, como proceder á publicação de um texto com este nível, é na realidade obra. Fazer algo, para enriquecer a mente dos outros, também é trabalho. Parabens ao seu autor.
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