As regras do jogo
 
Localização: HOME

As regras do jogo

Enviar por E-mail Versão para impressão PDF
Avaliação: / 10
FracoBom 

João Ribeiro - As Regras do JogoPor muito que possamos encontrar modalidades com regras peculiares, criativas e a favorecerem a evolução e mediatização da mesma, o Basquetebol é, sem dúvida,

a modalidade que melhor soube fazer evoluir as suas regras do jogo, defendendo o espectáculo. Longe vão os tempos em que o lançador dispunha de 3 tentativas de lançamento livre para converter 2, ou poder optar entre repor a bola na linha lateral ou dispor de “1+1” em lançamentos livre.

As posses de bola eram, até ao final do século passado de 30 segundos, recentemente a regra dos 24 segundos sofre ajustamento com o pormenor dos 14 segundos. Quem pensou o jogo e contribuiu para a evolução das suas regras, sem dúvida que pensou sempre nas necessidades do jogo praticado pelos seniores. A linha de 6,75 que era de 6,25 constituiu igualmente uma adaptação onde se procurou preservar a espectacularidade do jogo. Honra seja feita a quem se sentou pensando na evolução das regras do jogo. Mas terá havido as mesmas preocupações com o jogo das crianças e jovens?

Se um motivo para alterar as regras do basquetebol foi a questão do espectáculo, tornando o jogo atraente, onde houve preocupação de tornar o jogo das crianças e jovens suficientemente capaz de satisfazer as suas necessidades de aprendizagem?

Será necessário ao jogo praticado pelos sub-14 implementar as mesmas regras do jogo de seniores? Quando pedagogicamente se defende que o jogo dos seniores não é igual ao jogo dos “iniciados”, parece não haver por parte dos órgãos de decisão europeu e mundial quaisquer preocupação em investir nas regras do jogo para quem principia, quem inicia a especialização e quem entra no rendimento. Claro que existem ajustamentos, tais como o tamanho da bola, se bem que com interpretações diferentes para masculino e feminino. Mas será necessário reflectir sobre o papel da linha dos 6, 75 no jogo dos Iniciados?

Em Portugal vigora o regulamento técnico pedagógico para o escalão de sub 14, essencialmente sensível à questão da utilização de jogadores. Boas preocupações estas que, inclusive, nalgumas provas e associações são igualmente aplicadas ao escalão seguinte – Sub-16.

Pensar no jogo dos sub-14 não é pensar no jogo dos seniores, mas antes pensar em construir uma atitude perante o jogo que favoreça a evolução do jogo em senior. Do que conheço do jogo dos sub-14 partilho algumas sugestões que poderiam contribuir para o que anteriormente foi questionado:

  • Na formação dos juízes estes, para além da aprendizagem das regras e sinalética da arbitragem, deveriam conhecer, caracterizar e intervir no jogo dos principiantes, enriquecendo a sua intervenção ajudando quem ainda á os primeiros passos na aprendizagem do basquetebol. Se um jogador que inicia é diferente de um sénior, um jovem árbitro é igualmente desconhecedor das particulares e finalidades, de natureza pedagógica inerentes ao ensino e à aprendizagem do jogo – servir as necessidades dos jogadores;
  • Provavelmente a bola só necessitaria de ir ao árbitro em situações de início, reinício do jogo e faltas. Nas restantes situações a bola não ir ao árbitro fomentará a reação de todos os jogadores à perda ou ganho da posse da bola e estimulará ao aumento do ritmo do jogo;
  • À semelhança da experiência feita em Espanha, com jovens sub-12 e já implementada na Festa do Minibasquete, desencorajar o defensor a permanecer dentro da área restritiva quando o seu adversário direto está, por exemplo, do lado contrário da bola – regra dos 3 segundos defensivos – é uma regra que contribuirá para criar um bom ambiente de aprendizagem do jogo;
  • Proporcionar as mesmas oportunidades de jogar, poderá ser uma medida que ajudará mais crianças e jovens a fidelizarem-se à modalidade. Daí que a duração de um jogo de iniciados poderá muito bem ser reduzida no tempo de cada período, podendo aumentar no número de períodos. Se se jogar 5 períodos de 8 minutos cada jogador poderá muito bem jogar obrigatoriamente 2 períodos e o treinador poderá gerir a utilização dos jogadores no 5º período;

Pensar no que o jogo dos nossos iniciados pede carece de estudo e tempo, implicando mobilização de recursos humanos capazes de caracterizar o jogo. As sugestões aqui deixadas estão longe de serem consideradas verdades absolutas, mas estão perto de nos ajudarem a construir um jogo atractivo onde a criança e o jovem que inicia na prática do Basquetebol possa desfrutar da participação efectiva no seu desenrolar. Valerá a pena pensar nelas?

 

Comentários 

 
0 #5 San Payo 03-02-2014 11:56
Caro João

Para além de subscrever as propostas concretas que fazes, acima de tudo concordo com o princípio subjacente, que não são os jovens que se tem de adaptar às regras dos adultos, são as regras que se tem de adaptar às características e necessidades dos jovens. Parabéns por mais este artigo.
Citar
 
 
+2 #4 Henrique Santos 30-01-2014 15:00
Caro joão ribeiro, concordo globalmente com as propostas aqui feitas. Já agora quero apontar que desde há alguns anos existem estudos científicos de autores espanhóis no sentido de proporem alterações às regras para os jogadores de minibasket (9-11 anos). Cada uma dessas propostas novas é aplicada e comparada nos seus efeitos no jogo com as regras existentes.
É o caso de uma tese de doutoramento que se pode encontrar em:
http://hera.ugr.es/tesisugr/15346389.pdf
Que eu saiba várias dessas propostas já se tem utilizado no minibasket da Catalunha.
Citar
 
 
+2 #3 Humberto Gomes 30-01-2014 11:05
Já em tempo de prolongamento, uma sugestão, em matéria de se poder vir a operacionalizar alguma "coisa": - a constituição de um grupo de trabalho, avalizado pela ENB/Gab.técnico FPB, para com um efectivo acompanhamento, na altuda da realização da Festa do Basquetebol, se concluir das necessidades de se fazer "algo", em prol da evolução do basquetebol para as crianças e para os jovens.
Parabens, caro João, pela abordagem do tema que deverá merecer de todos uma atenta e serena reflexão.
Aquele abraço.
Citar
 
 
0 #2 Humberto Gomes 30-01-2014 10:58
O prometido é devido. Saído do banco de suplentes, cá estou "em jogo".
Tomando como ponto de partida - realidade concreta !- de que a evolução das regras do jogo têm ocorrido muito mais a pensar nas necessidades do jogo praticado pelos seniores e muito menos(ou quase nada) a pensar nas crianças e jovens, visando a capacidade de satisfazer as suas necessidades de aprendizagem,fa ce às sugestões apresentadas, pertinentes e adequadas, claro que valerá a pena pensar nelas.
Como também quero ir a jogo, acrescentaria mais duas, em concreto: - estabelecer regras no sentido de procurar ordenar alguma da "pressão todo o campo" que por aí prolifera de forma desordenada e à molhada..., por forma a que se cumpram os verdadeiros princípios da defesa para, só assim, se saber defender; - reconhecida e ineficácia do gesto ténico fundamental do jogo - o lançamento -,inclusivé em àreas próximas do cesto, não considerar de 3 pontos o lançamento realizado para além dos 6,75.
Citar
 
 
+1 #1 Humberto Gomes 30-01-2014 08:53
Meu caro João Ribeiro,

Dei um espreitadela e, pq com mais tempo, irei a jogo.Situo-me no banco de suplentes, por ora, e ainda hoje "ajustaremos contas", combinado?
Aquele abraço, com a amizade que Aristóteles preconizava :"a ter lugar entre os bons".Entretanto vou analisar as sugestões e não faltarei ao jogo.
Citar
 
 


Facebook Fronte Page

Buscas no Planeta Basket

 
Faixa publicitária
Faixa publicitária
Faixa publicitária
Faixa publicitária