Memória do minibásquete
 
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Memória do minibásquete

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altÉ com todo o gosto que publicamos o depoimento enviado pelo João Ribeiro, colaborador do Planeta Basket, que neste site não necessita de apresentações, pois os seus artigos,

são nos tempos actuais, um grande contributo para a existência de uma massa crítica e de reflexão no universo do basquetebol. Neste depoimento relata a sua primeira vivência na modalidade e a importância que o seu primeiro treinador teve para a paixão e fidelização ao basquetebol. Foi a partir deste depoimento que chegámos a fala com o Vítor Sepodes, que através duma entrevista carregada de emoção, será o próximo depoimento desta iniciativa.


Na perspetiva de contribuir para o tema em questão deixo o meu depoimento:

Já a decorrer a minha 4ª classe, fui convidado pelo meu vizinho Edgar a experimentar o Minibasquete. Na memória está o momento do convite e os argumentos que alimentaram a expectativa, estávamos em Outubro de 1980, corria a época 1980/1981. O treinador era vizinho conhecido e trazia consigo a paixão dos seus tempos de minibasquete em Moçambique, de seu nome Vítor Sepodes. O primeiro treino teve emoção especial, estrear um fato de treino e sapatilhas comprados a propósito, desatar a correr logo a seguir ao término das aulas para ser o primeiro a chegar ao campo, a emoção de carregar as tabelas (ainda com base de pneu) e os primeiros dribles e lançamentos com a famosa bola azul, branca e vermelha. Estava dado o primeiro passo para que me apaixonasse definitivamente por esta modalidade.

Desafio seguinte? O meu primeiro jogo: Dia 4 de Janeiro de 1981

Pavilhão da Casa do Povo da Chamusca: Casa do Povo da Chamusca Vs Clube Desportivo de Torres Novas

O resultado pouco interessa, mas até acho que ganhámos o jogo. Contudo, tendo sido um jogo intenso, ainda centrado naquilo que cada um de nós aproveitaria quando desfrutasse da posse da bola, e, não tanto no que a equipa poderia fazer, marquei 2 cestos. Aí nasceu o desafio de conseguir parar o meu companheiro João Pernes. Rapidíssimo e muito intenso a jogar o João Pernes seria meu adversário, colega de escola e amigo. Uma rivalidade com a qual desenvolvi um respeito e estima ao longo da minha formação.

Recordo, que aquele dia, provavelmente, coincidiu com a minha mudança perante a outra modalidade que sempre me fascinou - O Futebol. À tarde assisti à visita do FC Porto a Torres Novas, numa eliminatória da Taça de portugal. De manhã o Minibasquete, à tarde o Futebol. Dia em cheio este.

Mas a emoção pelo Minibasquete continuaria, sendo igualmente de assinalar um segundo jogo realizado no salão das Lapas, aldeia do Concelho de Torres Novas e que dinamizava na altura a modalidade. A particularidade do jogo se realizar num salão de festas com tabelas aí colocadas e com cadeiras à volta para muita gente assistir são memórias com as quais fui construindo a minha fidelização com a modalidade.

Desses tempos fica a emoção do primeiro cesto, a paixão que o treinador de então colocava nos treinos e o gosto pela prática de um jogo novo e divertido. Mas nem tudo era divertido. Na altura não havia Sub-8, sub-10 e sub-12; nem minis A e B. O Vítor Sepodes era cuidadoso na constituição das equipas, mas em alguns momentos a angustia era jogar na equipa do Carlos Miguel! Talvez o jogador que melhor vi driblar em toda a minha vida. Pois claro está que perante estes argumentos o passe não era um fundamento que lhe apetecesse utilizar em jogo. Assim, ninguém recebia a bola entenda-se. Pena foi que o Carlinhos não tivesse ido longe enquanto jogador, pois o comportamento não ajudava. Mas certo é que ninguém tinha mais contacto com a bola do que ele. Em Torres Novas aprendia-se a jogar no campo da Escola Maria Lamas, onde era necessário chegar cedo para integrar uma equipa que ganhasse e não saísse. O drama estava entre ganhar pela equipa do Carlinhos sem tocar na bola, ou perder mas dispor de oportunidades para desfrutar do drible, do passe e do lançamento. Técnicas ainda verdes mas que nos alimentavam a paixão de jogar.

Essa paixão ainda hoje existe e alimenta o gosto por ensinar, enquanto professor e treinador. Se quem lidera ou vier a liderar a modalidade recordar, nem que seja o seu primeiro jogo e o que motivou a ida para o Basquetebol, provavelmente vai sentir a real importância do Minibasquete no crescimento e desenvolvimento. Sim porque não haverá desenvolvimento sem que o crescimento seja significativo.

No tempo que dedico ao Basquetebol esta é a minha memória do Minibasquete.

 

Comentários 

 
+2 #1 Humberto Gomes 07-03-2014 11:36
Meu caro João Ribeiro,

Não receando - nunca ! -que me tomem como adepto da "troca de galhardetes" fáceis, e nem a favor nem contra, percebo agora melhor o porquê da razão - colocadas nas propostas, nas relexões atentas, lucidas e com grande sentido de oportunidade - advir de tão grande paixão !
Não é intensa a minha relação com o João, tem ocorrido aqui e acolá, numa ou outra formação, na Festa do Basquetebol, mas sobretudo ela advem, dando corpo e alma a este provérbio :"para os entendidos acenos lhe bastam". E entendidos no sentido de estarmos frequentemente "alinhados".
É que, sei agora, o João preferia ter "oportunidade, ganhando ou não, para desfrutar do drible, do passe e do lançamento", não me enganei, verdade, João?
Grande professor, grande treinador.Mesmo à distância, "dá-me o cheiro".
Parabens, João.
Aquele abraço.
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