O “milagre” do minibásquete
 
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O “milagre” do minibásquete

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altCompreender o movimento do minibásquete é compreender as suas origens, a sua trajectória, a sua importância o seu futuro. Na procura de depoimentos sobre o minibásquete,

a nossa iniciativa encontrou testemunhos de protagonistas dos primórdios do minibásquete, infelizmente, já falecidos. Numa extensa reportagem do jornalista Jorge Schnitzer, publicada no jornal “A Bola” de 25 de Maio de 1972, intitulada “O milagre do minibasquete”, com o sub-título “A escola à procura de 40 000 crianças” encontrámos os depoimentos do professores Calvet Magalhães director da Escola Francisco de Arruda, grande promotora do minibásquete no início da década de 70 do século passado e do mentor desta iniciativa o professor Mário Lemos. Dada a extensão da reportagem que iremos transcrever na íntegra resolvemos publicá-la faseadamente a partir dos subtítulos da própria reportagem que são:

  • A escola contra a segregação
  • Rapazes “ameninados” e meninas “arrapazadas”
  • Desporto para toda a vida
  • “Meninos da rua” e “meninos da escola”
  • O jogo é da criança
  • Mas só para a criança que quiser
  • Dover e o minibasquete
  • O futuro do basquetebol português
  • A escola é de todos
  • O desporto na batalha da educação

A escola na rua à procura de 40 000 crianças

As crianças, o outro mundo que só muito poucos conhecem, a que só muito poucos dão importância. A importância que elas merecem. A importância que elas necessitam. Crianças a saltar, a brincar, mais e um milhar de crianças, não se vê um único adulto, crianças que dirigem crianças. Ninguém penetra no seu mundo. O jogo é da criança.

- O desporto está em primeiro lugar nas preocupações da escola. Têm-se feito inúmeras experiências mas é a melhor forma que conhecemos para prepará-las para a vida. O desporto, juntamente com a música e as artes plásticas ocupa um lugar primordial na educação que transmitimos aos jovens – disse-nos o professor Manuel Calvet Magalhães, director de quatro escolas, e a primeira que apareceu disposta a incentivar esta iniciativa baseada numa velha ideia do professor José Esteves.

Com efeito, foi o Professor José Esteves, também mestre na Escola Francisco de Arruda e a maior autoridade do nosso país no campo da educação física, que impôs os princípios do basquetebol simplificado, que é como o nome indica uma forma de simplificar o basquetebol de forma a que este possa ser praticado pelas crianças mais novas. Foi adaptando esta ideia que se chegou ao minibasquete.

- Escreva minibasquete e não minibasquetebol – pediu-nos o professor Mário Lemos. Minibasquete quer significar precisamente que este jogo é uma coisa e o basquetebol outra.

A escola contra a segregação

Este é o terceiro ano em que se disputam campeonatos de minibasquete. Começou-se com trezentas crianças, depois seiscentas e, finalmente, chegou-se ao número record de mil rapazes e raparigas.

- Lutamos pela integração de sexos, aqui na escola – revelou-nos o professor Calvet Magalhães. – A escola tem de ser anti-machista. Assim começámos com as turmas mistas em todas as aulas e, agora, também no desporto fazemos com que haja turmas mistas. Até aqui, juntavam-se as turmas duas a duas, e, depois, as metades femininas das duas turmas juntavam-se entre si o mesmo sucedendo com as metades masculinas, fazendo-se então, para o desporto, uma só turma masculina e uma só turma feminina. Achámos que era anacrónico o sistema – porque existem turmas existirem turmas mistas para a matemática e não existirem para a educação física? Porquê segregar os rapazes das raparigas, se a escola é uma forma de preparar as crianças para a vida futura, e se essas mesmas crianças, quando chega a adultas, tem de conviver na mesma sociedade, de uma forma cada vez mais indiscriminada?  Por isso esta escola apareceu, de novo, a inovar nosso ensino, fazendo com que surgissem as turmas mistas de educação física, Esta ideia evoluiu, ainda mais, quando, no minibasquete, apresentámos equipas mistas, isto é, não só apenas equipas de rapazes, não só apenas equipas de raparigas, mas também, e simultaneamente, equipas constituídas por rapazes e raparigas.

 

Comentários 

 
+6 #1 João Ribeiro 21-03-2014 21:58
Eis que surge mais uma convincente prova de que aquilo que a história nos diz não serve apenas para lamentar que naquele tempo é que era. Ser também para poder sonhar com algo que possa dar seguimento à própria história.
Apetece ouvir o que o cantor Pedro Abrunhosa nos canta: vamos fazer o que ainda não foi feito. Mas complementando, isto é, vamos fazer o que realmente tem de ser feito. Hoje com mais sapiência, mais recursos, melhor comunicação mas com a mesma paixão
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