Bons passadores
 
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Bons passadores

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João RibeiroHá algumas décadas o Prof. Olímpio Coelho escrevia um brilhante artigo, destacando a importância do passe, nomeadamente no domínio dos seus princípios de execução técnica.

Vivia-se uma fase da evolução do jogo praticado em Portugal onde, colectivamente as coisas pareciam necessitar de rigor na execução e investimento no ensino.

A utilidade das propostas do Prof. Olímpio Coelho ainda vigora. Porém, passar e receber parece estar a perder vitalidade e importância no nosso jogo. Não podendo afirmar que em todo o país se passa mal, pois seria falar sem conhecimento preciso de todas as equipas de formação ou seniores. Creio estar convicto que o Passe parece ser um gesto técnico, para qual estaremos a dar menos importância no treino. Especificamente em princípios tácticos para quem passa e quem cria linhas de passe.

O Passe, no jogo actual, é muito mais de que uma correta execução técnica, não devendo porém ser descurados princípios de execução elementares. Nomeadamente a pega da bola ajustada ao tipo de passe que queremos realizar.

Mas será que no treino dedicamos atenção a aspetos mais abrangentes do passe, para além da sua execução e treino em exercícios sem oposição (mesmos que dinâmicos)? Apenas deveremos dedicar tempo à mecânica de execução? Estou certo que muitos treinadores sentem a importância de que as situações de treino do passe se aproximem daquilo que o jogo exige, pelo que muito do que se poderá exercitar em treino passará por questões alusivas à tomada de decisão, ao timing do passe, à sua ligação ao drible e ao lançamento.

Todas estas preocupações parecem merecer uma análise profunda de todos nós enquanto treinadores. A expressão do passe e recepção no jogo colectivo de muitas equipas de formação expressa algo mais do que questões técnicas. Dos jogos que observo, da equipa que treino, verifico que muitas das perdas de bola por mau passe resultam de insegurança, de pouco conhecimento do jogo de Basquetebol, associado a limitações natureza técnica. Se acrescentarmos a estes problemas o facto de muitos dos nossos praticantes não assistirem a jogos de Basquetebol em quantidade suficiente para interferir na sua aprendizagem, então deparamo-nos com problemas difíceis e morosos para resolver. Embora direccionando o trabalho em treino para passar com oposição, em deslocamento e parado, são bastantes os problemas motores para que o passe satisfaça as necessidades do jogo.

Observando jogos dos campeonatos universitários norte americanos e jogos de equipas europeias de topo podemos constatar duas correntes, duas preocupações. Por um lado as preocupações de muitas equipas universitárias na qualidade de execução do passe, na forma como criam linhas e ângulos de passe seguros. Por outro lado o jogo europeu onde passar a uma mão parece ser prática corrente num jogo intenso e com imensa pressão defensiva sobre o portador da bola. Teremos uma escola de passadores mais conservadores e outra mais ousada, assumindo riscos de perdas de bola causadas por uma má recepção, em momentos chaves do jogo? Recordo a esse respeito uma posse de bola final num jogo onde a Espanha participava e onde o jovem prodígio Ricky Rubio, realizando um passe a uma mão vindo do drible, envia a bola diretamente para fora, quando esta pretendia chegar até ao companheiro Navarro, que ao sair de um bloqueio indireto em dificuldade se desequilibra e cai no solo. Dirão muitos de vós que são as circunstâncias do jogo e que passar a uma mão responde de forma eficaz e espectacular à enorme pressão exercida sobre quem passa.

E na aprendizagem do passe e recepção? Que caminho seguir no que ao ensino do passe diz respeito? Preparamos o jogo para conseguir passar bem com uma mão, seguindo uma linha ousada? Ou pelo contrário abordamos o seu ensino fomentando princípios que dêem segurança a quem passa, bem como ao desenvolvimento da posse da bola e da sua circulação.

Ainda no nosso jogo andamos a resolver questões técnicas de execução de formas clássicas e mais avançadas de passar com duas mãos e mão e meia e já a evolução do jogo nos influencia para formas de passar mais arriscadas, recorrendo a passes com uma mão apenas.

Seria interessante poder ouvir ou ler contributos de treinadores experientes nesta matéria. Continuando a ser o drible uma arma ofensiva fortíssima para quebrar a estrutura defensiva de uma equipa. Assistindo-se a um jogo ofensivo poderoso, quando as penetrações em drible surgem, assiste-se de igual modo a jogos de escalões de formação onde o mau passe é causa de muitas perdas de bola sem lançamento, descaracterizando o jogo e trazendo à tona comportamentos de medo, insegurança ou precipitação.

Numa equipa em que os jogadores são bons executantes deste fundamento técnico, assiste-se a muitos momentos em que o passe é útil ao jogo, trazendo-lhe boas oportunidades para que outras ações, de cariz individual, surjam oportunamente. A utilidade do passe nos diferentes níveis do jogo, bem como capacitar os jogadores de ferramentas para passar uma bola ao companheiro de equipa sem perda mesma e de ofensividade será um bom tema de clinic. Assim possamos contar em momentos de formação contínua com treinadores que valorizam a arte de bem passar e de melhor receber.

 

 


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