Jogo muito equilibrado
 
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Jogo muito equilibrado

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Daniela DominguesTallinn (Estónia) – Terminou a 1ª volta da fase de qualificação do EuroBasket 2015, Grupo C. Neste momento as perspectivas não são as melhores para os objectivos de Portugal, que anseia estar presente na fase final da competição, no próximo ano.

Matematicamente o apuramento ainda é possível, mas as coisas complicaram-se com a derrota deste final de tarde aqui na capital da Estónia. Não vai ser fácil mas ainda dependemos apenas de nós.

No 1º período (19-18) houve várias alternâncias de comando e situações de igualdade, com as comandadas de Ricardo Vasconcelos a carregarem no ressalto ofensivo (1-4 ressaltos), ganhando por isso as tabelas (7-10 ressaltos). As anfitriãs eram mais colectivas (6-2 assistências), com a capitã Merike Anderson (32 anos) a destacar-se nesse capítulo, jogando bem para a poste Valeria Kast (2,01m), na área pintada. A eficácia lusa nos duplos era baixa, comparativamente com a da Estónia (58%-39%), mas em contrapartida o acerto da linha de lance livre (67%-83%), por banda das nossas representantes, compensava o prejuízo nos lançamentos de 2 pontos.

No 2º quarto (17-14) Portugal começou por empatar (21-21), por intermédio de Daniela Domingues logo no minuto 11, passando depois para a frente (21-24), dois minutos volvidos, novamente através de Daniela, que voltou a fazer nova jogada de 2+1, obrigando o treinador anfitrião, Jaanus Levkoi, a parar o cronómetro. Mas o seleccionado luso manteve a concentração e até ao minuto 15 (28-30) continuou a comandar, pese a reacção da equipa da casa, com a base Oksana Miils a acertar 2 triplos consecutivos (24-26 e 27-28), respectivamente no minuto 14 e 15, dois lançamentos frontais, cópia um do outro. Isso obrigou Ricardo Vasconcelos a pedir o seu 1º desconto de tempo (minuto 15) e depois de Inês Faustino ter desempatado (30-32), ainda no minuto 15, Portugal consentiu um parcial de 6-0, com Anderson a dar o mote e a suplente Mailis Pokk a converter um duplo e a marcar 2 lances livres. Estava assim feito o resultado ao intervalo (36-32). Portugal apesar de continuar a ganhar as tabelas (17-21 ressaltos), com destaque para a tabela ofensiva (3-8), pagava a factura pela fraca eficácia nos duplos (48%-32%). Mesmo assim a desvantagem não era maior porque o seleccionado luso continuava com pontaria elevada da linha de lance livre (11/12), excelentes 92%.
No 3º período (12-17) a selecção portuguesa mostrou que regressava do balneário disposta a inverter a situação, pese embora ter visto a capitã Carla Nascimento fazer a 3ª falta e ir naturalmente para o banco logo no minuto 22 (38-34). A reacção lusa apareceu muito por culpa de Inês Faustino que entrando para o lugar da capitã, assumiu e de que maneira o papel não só de organizadora, mas também de marcadora, ao anotar 7 pontos consecutivos (2 lances livres, 1 duplo e 1 triplo), num parcial de 4-7, com o triplo a encostar o resultado (42-41), à entrada do minuto 27. A única bomba de Mª João Correia devolvia a liderança a Portugal (42-44), ainda no minuto 27 e ao cabo de 30 minutos jogados a nossa equipa mantinha-se na frente (48-49), mesmo com o regresso de Carla Nascimento ao banco por lhe ter sido averbada a 4ª falta, no minuto 28. As nossas representantes continuavam a limpar as tabelas (27-30 ressaltos), com realce para a tabela ofensiva (4-10) e melhorava a pontaria nos tiros do perímetro (33%), com 3 triplos em 9 tentativas, dando para equilibrar as contas.

No último quarto (19-11) a nossa equipa depois dos 51-51 (minuto 32) consentiu um parcial de 4-0, o que obrigou o seleccionador luso a parar o jogo aos 55-51 (à entrada do minuto 34). Embora com sinal mais da Estónia, a partida manteve-se em aberto até ao minuto 38, quando Portugal virava o resultado (59-60), com a poste Sofia Carolina a emergir na ponta final, assumindo as despesas (2 lances livres e 2 duplos). Na resposta Mesila-Kaarmann fazia o 61-60 (minuto 39), recebendo um passe decisivo de Anderson e poucos segundos decorridos, Jaanus Levkoi esgotava os descontos de tempo. Com 1 minuto e 23 segundos para jogar, Portugal já não se reencontrou, com a capitã Anderson a dar o mote para novo parcial de 6-0, pese embora o seleccionador luso tenha esgotado também os descontos de tempo, sem resultados práticos. A acção da extremo/poste Viive-Kai Rebane nas tabelas, neste derradeiro parcial (5 ressaltos sendo 3 ofensivos) foi decisiva para que Portugal perdesse o controlo dos ressaltos que tivera até ao final do 3º período.

Resultado: Estónia 67-60 Portugal

No final do encontro registámos o comentário do seleccionador Ricardo Vasconcelos: «Tínhamos a consciência de que ia ser um jogo muito equilibrado uma vez que o adversário tem um valor muito semelhante ao nosso. Contudo uma má prestação defensiva na 1ª parte, impossibilitou-nos de chegar aos últimos minutos mais frescos e mais serenos para vencer este encontro. A vitória contra a Itália colocou-nos numa posição em que sabíamos que o ganhar este jogo seria muito importante para atingir o ambicionado 2º lugar. Isso fez-nos assumir uma pressão superior à capacidade de desfrutar do jogo e entrar na partida de forma menos dinâmica do que nós necessitávamos. Em relação ao jogo, penso que a perda do controlo da tabela no último período (12-8 ressaltos) e a percentagem de 3 pontos abaixo dos 33% foram dois factores decisivos para não sairmos daqui com a vitória. Apesar de não termos atingido o resultado que ambicionávamos, na 2ª volta temos 2 jogos em casa e por isso matematicamente continuamos a depender só de nós.»

Destaque nas vencedoras para as prestações da base Oksana Miil, MVP da partida (17,5 de valorização) ao contabilizar 12 pontos, 3/4 nos triplos, 8 ressaltos defensivos, 4 assistências, 2 roubos e duas faltas provocadas com 1/4 nos lances livres), logo seguida da capitã Merike Anderson (17,0 de valorização) ao somar 12 pontos, 4 ressaltos defensivos, 5 assistências, 3 roubos e 6 faltas provocadas com 2/3 nos lances livres. Foram bem secundadas por Viive-Kai Rebane (6 pontos, 9 ressaltos sendo 5 ofensivos, 3 assistências, 2 roubos, 2 desarmes de lançamento e uma falta provocada com 2/2 nos lances livres), Pirgit Püü (9 pontos, 3/4 nos duplos, 1/3 nos triplos, 4 ressaltos sendo 1 ofensivo e duas faltas provocadas) e Laina Mesila-Kaarmann (10 pontos, 2 ressaltos defensivos, uma assistência, 1 desarme de lançamento e uma falta provocada).

Na selecção portuguesa a mais valiosa acabou por ser Daniela Domingues (15,0 de valorização) ao anotar 11 pontos, 3/7 nos duplos, 8 ressaltos sendo 3 ofensivos, 1 roubo e 5 faltas provocadas com 5/6 nos lances livres. Foi bem acompanhada pelas postes Sofia Carolina (12 pontos, 5 ressaltos sendo 1 ofensivo, uma assistência, 1 roubo, 1 desarme de lançamento e duas faltas provocadas com 2/2 nos lances livres) e Lavínia Silva (7 pontos, 6 ressaltos sendo 4 ofensivos, 3 roubos e duas faltas provocadas com 3/4 nos lances livres). Bons contributos de Inês Faustino (16 pontos, 1/3 nos triplos, 2 ressaltos sendo 1 ofensivo, 1 roubo e 5 faltas provocadas com 3/3 nos lances livres) e Laura Ferreira (4 pontos, 6 ressaltos sendo 2 ofensivos, uma assistência, 1 roubo e duas faltas provocadas).

Ficha de jogo
Audentes Sports Hall, em Tallinn

Estónia (67) – Oksana Miil (12), Merike Anderson (12), Pirgit Püü (9), Viive-Kai Rebane (6) e Valeria Kast (5); Laina Mesila-Kaarmann (10), Maaja Bratka, Birgit Piibur (6), Kerttu Jallai (3) e Mailis Pokk (4)

Portugal (60) – Carla Nascimento (5), Daniela Domingues (11), Ana Oliveira (2), Lavínia Silva (7) e Sofia Carolina (12); Laura Ferreira (4), Inês Faustino (16), Mª João Correia (3), Michélle Brandão e Jessica Almeida

Por períodos: 19-18, 17-14, 12-17, 19-11

Árbitros: Marek Maliszewski (Polónia), Semen Ovinov (Rússia) e Volodymyr Pediev  (Ucrânia)

No outro encontro da 3ª jornada, Grupo C, a Letónia venceu a Itália (70-59). Concluída a 1ª volta da competição, a liderança pertence à Letónia, com 3 vitórias. Portugal desceu à 4ª posição, ainda que em igualdade pontual com a Itália (2º) e Estónia (3º), mas com pior cesto-average (-5) no desempate a três, favorável às italianas (+6), com a Estónia (-1) de permeio.

Classificação actual (final da 1ª volta):

  1. Letónia - 3V- 0D - 215-176 - 6 p.
  2.  Itália - 1V- 2D - 177-182 - 4 p.
  3. Estónia - 1V- 2D - 181-200 - 4 p.
  4. Portugal -1V -2D - 175-190 - 4 p.

A comitiva portuguesa regressa a Portugal na 2ª feira (dia 16). A partida do voo LH 883 que nos levará até Frankfurt onde é previsto chegar às 19H05 locais, está marcada para as 17H35, pelo que teremos de estar no aeroporto de Tallinn cerca de duas horas antes (15H30). Naquele aeroporto alemão, nosso ponto de escala na esmagadora maioria das viagens efectuadas nesta campanha, teremos 1H40 de espera pelo voo LH 1180 que nos transportará até ao Porto, com chegada prevista ao Aeroporto Sá Carneiro pelas 22H25. A razão do destino ser a Cidade Invicta prende-se naturalmente com o facto de o próximo jogo ser em Caminha (4ª feira, dia 18, às 21H00), com a Letónia, partida que assinala o início da 2ª volta. A cidade minhota acolhe as duas selecções, numa parceria constituída pela autarquia de Caminha e pela AB Viana do Castelo, que dão um inestimável apoio à FPB na realização deste jogo muito importante para as aspirações lusas, no tocante a um apuramento matematicamente ainda possível.

 

 


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