Pais difíceis
 
Faixa publicitária
Localização: HOME FUTURO ARTIGOS DIVERSOS Pais difíceis

Pais difíceis

Enviar por E-mail Versão para impressão PDF
Avaliação: / 14
FracoBom 

altA grande diferença do ponto de vista sociológico, dos primórdios do minibásquete há meio-século atrás e a actualidade, não são as crianças e os seus comportamentos, mas é a atitude dos pais no acompanhamento dos seus filhos.

Há cinquenta anos atrás poucos ou nenhuns eram os pais que acompanhavam os seus filhos ou assistiam aos jogos de minibásquete. Há cinquenta anos atrás os jogos de minibásquete não tinham assistências e hoje em dia tem muitas das vezes, maiores assistências que muitos jogos de séniores.

Nos últimos quinze dias estive envolvido na Festa do Minibásquete em Paços de Ferreira e no Jamboree de Paredes de Coura. Em ambos os casos pude verificar um claro aumento do número de pais a acompanhar os seus filhos. Se em Paços de Ferreira, por se tratar de um evento classificativo, que se tem vindo a afirmar no panorama do universo do basquetebol, este facto já era espectável, já em Paredes de Coura, ver no torneio do jamboree as bancadas do pavilhão municipal muito compostas de pais vindos do Albufeira até Bragança, foi para mim uma surpresa. Nunca tínhamos tido um torneio final do Jamboree com tanta assistência.

Ambos os eventos tinham uma classificação e em ambos os jovens empenharam-se ao máximo em ganhar os jogos. Não foi necessário o peso de representarem uma Associação, que não os levou a darem o seu melhor de si. A diferença residiu nos pais, que ao contrário de Paços de Ferreira, aqui em Paredes assistiram calmamente ao desenrolar da competição.

Em Coura nunca foi necessário, como na Festa do Minibásquete, pegar no microfone e pedir aos pais que, face à idade dos participantes, nos ajudassem a educar os seus filhos. E isto não seria certamente feito com insultos aos árbitros, palavrões e atitudes que incendeiam os ambientes. Aqui cabe-me dizer, infelizmente, que às vezes os pais que são treinadores, e que como tal deveriam ter maior responsabilidade, são os piores, pois como são conhecedores do jogo se protestam, mais facilmente levam os outros pais atrás, pois se quem sabe do jogo está a protestar, facilmente influencia os outros a atitudes e comportamentos semelhantes ou piores.

Para a semana que vem continuarei a falar dos pais, nomeadamente, daqueles que não deixam os seus filhos crescerem, facto que é mais observável nos jamborees. Hoje termino com uma pequena história.

A convite da presidente de um clube, assisti em tempos, com ela a um jogo de sub-14 femininos, da Associação de Basquetebol de Santarém. Sentada ao meu lado estava uma senhora que nos jogos costuma, pelo que vim a saber, ser muito “interventiva” no que diz respeito à arbitragem. Não sei se foi por deferência à minha presença, o que é certo, é que nesse jogo, a senhora esteve sempre ao meu lado calada a fazer tricot e espreitando de tempos a tempos para o campo. Afastados de nós, havia uns pais mais exaltados, isto num jogo de sub-14 femininos. Já perto do fim, a senhora que estava a fazer tricot comentou em voz baixa referindo-se ao comportamento dos pais mais exaltados: “As tristes figuras que eu às vezes faço.”

Ter consciência das suas atitudes é na minha opinião, meio caminho andado para conseguir alterar comportamentos.

O pior são os pais donos da razão e da verdade e que não tem consciência dos seus comportamentos. Estes são os mais difíceis. Felizmente penso que no universo e cultura do basquetebol estes são poucos.

 

Comentários 

 
+4 #2 San Payo 16-07-2014 10:10
Caro Humberto

Obrigado pelo teu comentário. Queria apenas elucidar que no torneio do jamboree realizado pelas 6 equipas constituídas no evento decorre em sistema de "poule" todos contra todos. Quis o decorrer da competição que na quinta e última jornada se defrontassem as duas equipas que ainda não tinham perdido. É fácil perceber que o empenho dos jovens nesse jogo, depois de terem feito quatro jogos, foi enorme, e os vencedores ficaram muito felizes. O que não houve no torneio do jamboree foi pressões desmesuradas, desajustadas para a idade dos praticantes, e os jovens que perderam e venceram puderam fruir o jogo.
Citar
 
 
+4 #1 Humberto Gomes 15-07-2014 12:48
Caro San Payo,

Elucidativo este teu artigo. Somos, vezes quantas, um País de alguma gente complicada e esquisita.
Com a tua permissão e, sobretudo, da Isabel Coelho, recordo o depoimento dela, em 04 de Maio último, sobre a importância do Jamboree, de um qualquer Jamboree, quando referia que dois dos seus filhos presentes em Jamboree's, consideram que se deve observar: . regras-disciplina-amizade-companheirismo-solidariedade e, só por último, basquetebol, porque tudo é mais fácil de ensinar quando as outras cinco estão adquiridas.
Talvez também caiba aqui recordar que a compreensão profunda dos outros - a empatia - constitui uma das maiores provas de inteligência emocional.
Valerá, então, a pergunta : Que legado pretendem esses "tais" encarregados de educação deixar aos seus filhos?
Uma vez mais, as tais coisas da "coisa desportiva".
Aquele abraço.
Citar
 
 


Facebook Fronte Page

Buscas no Planeta Basket

  • Treinadores

  • Lendas

  • Resultados

Sample image Canto do Treinador Exercicios, comentários, artigos, etc...ver artigos...

Sample image Lendas de Basquetebol Quem foram as personagens marcantes da modalidade. ver artigos...

Sample image Resultadoos e Classificações Todos os resultados na hora... Ler mais...

Facebook Side Panel

 
Faixa publicitária
Faixa publicitária
Faixa publicitária
Faixa publicitária