O clube mais titulado da história da NBA continua a sua travessia do deserto e com ou sem Rondo, a situação não deverá mudar muito esta temporada.

A incerteza em torno da permanência ou não do base All-Star Rajon Rondo é para já a questão mais relevante e decisiva para o futuro dos verdes de Boston a curto-médio prazo. Recentemente operado à sua mão esquerda, Rondo não estará seguramente no cinco dos Celtics que abrir a temporada daqui a menos de um mês, no entanto afirma-se disponível para se manter em Boston após o termo do seu contrato no final desta época. A decisão de transferir ou não Rondo poderá mudar por completo o caminho e os objectivos traçados pelos responsáveis dos Celtics, sendo certo que independentemente desta decisão, o conjunto de Boston terá ainda um longo caminho a percorrer antes de voltar a entrar na discussão pelos lugares cimeiros da conferência.

No draft deste verão, os Celtics escolheram um dos melhores bases disponíveis ao contatarem o talentoso Marcus Smart. Tal opção deu origem a alguns rumores de que a permanência de Rondo poderia estar por um fio e que mesmo que este abandonasse Boston, os Celtics teriam um novo talento a quem entregar a condução do jogo. E se talento não falta aos Celtics na posição de base, chegaram a Boston outros jogadores exteriores com enorme potencial. São os casos de Evan Turner e Marcus Thornton, dois atletas ainda à procura do lugar certo ou da equipa mais indicada para fazer algo de significativo nas suas carreiras. O jogo interior é composto por alguns elementos competentes como Gerald Wallace, Brandon Bass, Jared Sullinger, Kelly Olynyk, Vitor Faverani e Tyler Zeller, mas o futuro dos Celtics estará muito mais dependente da versatilidade de Jeff Green e da capacidade deste em se assumir como uma das figuras da competição.

A figura: Rajon Rondo

O criativo base é o último resistente da equipa dos Celtics que se sagrou campeã em 2008. Líder incontestado do grupo desde as saídas de Kevin Garnett e Paul Pierce, Rondo foi escolhido para o jogo All-Star em quatro ocasiões (2010-2013), antes de uma lesão no joelho o ter obrigado a falhar o final da temporada 2012/13 e o início da época seguinte. O seu talento é indiscutível, tal como a sua capacidade competitiva, no entanto o seu temperamento algo conflituoso e egocêntrico não lhe facilita a vida quando os resultados alcançados pela equipa são menos positivos. Apesar de ter recentemente jurado fidelidade aos Celtics, o seu futuro vestido de verde é ainda incerto e um mau início de época aliado a um negócio vantajoso poderá levar a uma separação prematura entre as duas partes.

O treinador: Brad Stevens

A cumprir o segundo dos seus seis anos de contrato, tempo não falta a Brad Stevens para atingir resultados. O objectivo inicial para esta época passa por fazer crescer a equipa e superar as 25 vitórias conquistadas na temporada passada. Caso possa contar com o seu plantel na máxima força, essa marca deverá ser facilmente atingida, contudo, caso perdurem os rumores em torno de Rondo, toda a química da equipa poderá ser afectada. Aí se verá se Stevens, um treinador jovem com provas dadas ao nível universitário, mas que tem ainda muito a provar na NBA, será capaz de se impor entre os melhores.

Cinco inicial

Rajon Rondo
Evan Turner
Jeff Green
Gerald Wallace
Vitor Faverani

O joker: Jeff Green

No talentoso Green residem muitas das esperanças dos Celtics para a nova época. Depois de um início de carreira promissor ao serviço dos Seattle Supersonics, que entretanto se mudaram para Oklahoma, Green passou por um período conturbado quando no final de 2011 lhe foi diagnosticado um aneurisma aórtico que o obrigou a perder toda a temporada 2011/12. Superadas as dúvidas do seu regresso à competição em 2012/13, Green voltou no ano passado ao nível que exibiu no início da sua carreira e prepara-se agora para emergir finalmente como uma das estrelas da competição.