Há algum tempo que os motores dos Pistons não funcionam lá muito bem. Após mais uma revisão durante este verão, Stan Van Gundy perfila-se como a solução para o problema.

Mas será ele a peça que faltava para colocar a máquina da cidade dos motores a funcionar?

Stan Van Gundy chega a Detroit para assumir não só a posição de treinador principal, mas também a de Diretor de Operações de basquetebol, dois cargos que na NBA apenas são acumulados em simultâneo por outros dois treinadores, Gregg Popovich e Doc Rivers. A sua missão não será seguramente fácil, até porque apesar da enorme valia individual do plantel à sua disposição, o termo equipa não tem feito parte do vocabulário dos Pistons nos últimos tempos. Os Pistons têm no papel um jogo interior fortíssimo, com o trio formado por Josh Smith, Andre Drummond e Greg Monroe a meter respeito a qualquer adversário, no entanto na época passada revelaram uma evidente falta de compatibilidade ao serem utilizados em simultâneo. É ainda cedo para saber se Van Gundy os conseguirá colocar a render em conjunto ou se optará por colocar Smith a “4” e por um melhor lançador a jogar na posição “3”, perdendo os Pistons algum poder de choque nas áres próximas do cesto mas ganhando uma maior capacidade de tiro no exterior. Lançamento exterior que foi reforçado com a chegada de Jodie Meeks, que deverá formar a dupla de bases com o inconsistente Brandon Jennings, um dos jogadores-chave para o sucesso destes Pistons. No banco, Stan Van Gundy poderá contar com algumas soluções interessantes com destaque para D.J. Augustine, Will Bynum, Kentavious Caldwell-Pope, Caron Butler, Kyle Singler e ainda para os europeus Luigi Datome e Jonas Jerebko.

A figura: Josh Smith

Dono de uma capacidade física extraordinária e de um enorme talento, Josh Smith chegou na época passada a Detroit como o salvador da pátria, contudo a sua primeira temporada em Detroit foi tudo menos positiva. A transição da posição “4” onde habitualmente jogava em Atlanta para a “3”, onde passou grande parte dos minutos em Detroit não lhe correu de feição, como se comprova pelas fracas percentagens de lançamento obtidas (LC: 41.9% e L3: 26.4%). Com um novo treinador e novos métodos que deverão privilegiar a defesa, Smith poderá assumir um papel mais relevante no seio do grupo e ganhar confiança para subir também de nível no ataque.

O treinador: Stan Van Gundy

Van Gundy teve a sua primeira oportunidade enquanto treinador principal há cerca de uma década atrás, então ao serviço dos Miami Heat, mas foi em Orlando que mais se notabilizou. A boa experiência a comandar os Magic onde pontificava na altura um jogador interior dominante como Dwight Howard, serve de bom cartão-de-visita para esta sua aventura com os Pistons, cuja grande mais-valia está claramente no jogo interior. O trabalho de Van Gundy passará pois por colocar a funcionar um conjunto de atletas explosivos e atléticos, mas que nem sempre são capazes de tomar as melhores decisões.

Cinco inicial

Brandon Jennings
Jodie Meeks
Josh Smith
Greg Monroe
Andre Drummond

O joker: Brandon Jennings

Talento também não lhe falta, mas a sua fiabilidade enquanto primeiro base deixa algo (muito) a desejar. Sempre que está em campo por ele passam praticamente todas as posses de bola dos Pistons e por isso é nele que recaem as maiores responsabilidades na liderança do conjunto. Capaz do melhor e do pior, Jennings pode conseguir ganhar um qualquer jogo praticamente sozinho, mas nem sempre revela a consistência necessária a um base de elite. Jennings é outro dos que poderá sair beneficiado com uma voz de comando mais forte como Stan Van Gundy, mas terá de ser ele a provar dentro do campo que o seu nome merece constar entre a elite da competição.