Aproxima-se a passos largos um dos momentos mais importantes da longa vida do Basquetebol em Portugal. Termina um ciclo, é visível o desânimo geral,

mas há quem tenha e alimente esperança num futuro próspero do Basquetebol. Ainda bem que assim é. Afinal, diria o cantor - o sonho comanda a vida.

O artigo desta semana também irá com o vento certamente de curto que é, mas leva preocupação, porque me parece estarmos perante o o futuro de uma modalidade que não se esgota de riqueza e virtuosismos. Alinham-se candidatos, divulgam-se manifestos, posicionam-se convicções, ambições e a coragem de pegar no leme e tentar conduzir um barco que navega em alto-mar, em mar agreste.

Aos candidatos desejo bom desempenho na campanha, mas mais do que tudo, grande sabedoria na escolha de pessoas da sua equipa, perspicácia na caracterização das prioridades para inverter. Certamente com o seu plano estruturado, quem liderar os destinos da modalidade nos próximos 4 anos, enfrentará a travessia de um deserto para poder voltar a semear. Mas para isso teremos seriamente de saber para onde queremos ir e encontrar respostas para as seguintes questões:

• Como captaremos, ensinaremos e fidelizaremos crianças e jovens para a prática do Minibasquete e Basquetebol?
• Como conseguiremos acompanhar atletas com potencial, talento, mas que competem em zonas onde evoluirão de forma bem mais lenta?
• Como potenciaremos as nossas seleções nacionais através das nossas seleções regionais?
• Como poderemos levar o Basquetebol a mais pessoas, levando-as a consumir um “bom produto”?
• Como poderemos levar ao maior número de treinadores uma ideia comum, orientações, para que possamos realmente formar jogadores, construir uma boa escola de formação e sermos uma referência nacional quanto às preocupações para com o Amanhã do Atleta?
• Conseguiremos voltar a ter pavilhões cheios?
• Voltaremos a ver Basquetebol Português, em canal público, ou pelo menos de canal aberto?
• Conseguiremos ser pioneiros na forma como poderemos reconhecer os treinadores de jovens, em conformidade com o que muito se tem escrito sobre o papel do treinador de jovens?

Aqui ficam boas dicas para guião de entrevista aos Candidatos. Podemos dizer que estamos na eminência de um verdadeiro corte epistemológico, uma verdadeira mudança de paradigma.

Quem alimentará essa mudança? A incerteza poderá alguma, mas serão as pessoas a darem uma nova oportunidade à modalidade de renascer.

Como disse, apenas desperto a reflexão sobre as ideias acima descritas. Que haja futuro, recursos, mas acima de tudo pessoas para manterem o Basquetebol com saúde.