Quando me pedem para escrever sobre minibásquete, fico sempre algo apreensivo. Apreensivo porque muita coisa me ocorre dizer, mas também porque o sentimento que me invade,
tira-me as palavras, portanto vou falar do Carnide Clube, e da minha história no mini.
Quando dei por mim a iniciar a minha caminhada enquanto treinador, fui desafiado pelo treinador Gonçalo Marques, então coordenador técnico do Carnide Clube, a tentar, para além da equipa de Sub 14 que treinaria, criar uma escola de minibásquete até então inexistente no clube. Eu e ele, acreditávamos piamente que só com uma escolinha organizada, numerosa e competente, seria possível o Carnide crescer e passar definitivamente a criar as suas próprias equipas, e a formar os seus próprios atletas.
Como sozinho ninguém consegue nada, reunimo-nos (eu e o Gonçalo) das pessoas que achámos mais competentes e capazes de fazer esta dinâmica crescer. É então que surgem dois ENORMES treinadores de minibásquete, e pessoas capazes de multiplicar o número de crianças a aparecer para a modalidade, o Ivo Antunes e a Rita Oliveira.
Queriamos crescer... mas não sabiamos como. Foi então que tive de procurar o melhor de todos para nos ajudar.
Contactei o San Payo e ele, foi ajudar-nos nas primeiras divulgações, e entre as actividades nas escolas dinamizadas por ele, e os verdadeiros “clinics” de minibásquete, que ele nos dava nas horas de almoço entre actividades, a escola cresceu de 3 para 40 minis, logo na primeira temporada!
A máquina estava montada, e as portas começaram a abrir-se nas escolas da proximidade. Felizmente posso hoje dizer que é com muito orgulho que temos 100 minis em dois polos distintos, proporcionamos a prática gratuita a cerca de 60 crianças de um Agrupamento de Escolas na Brandoa, e alimentamos anualmente as nossas equipas de Sub 14 com atletas “made in carnide”.
Tenho uma opinião muito própria sobre a evolução do nosso basquete, e o crescimento dos clubes, mas na realidade que me é próxima (Lisboa) e do minibásquete, é perfeitamente visivel que apenas os clubes com aposta continua e permanente no mini, conseguem ter TODOS os anos equipas nos escalões de competição. São dezenas os exemplos de gerações fantásticas nos clubes, que depois não tiveram a devida continuidade porque simplesmente se estagnou no trabalho do mini.
Não digo que sejamos um clube perfeito, pelo contrário... Mas enquanto eu, e os fantásticos treinadores que o Carnide Clube tem, por cá estiverem, o minibásquete é e será a prioridade no desenvolvimento de todo o projecto.
Não queria deixar de mencionar neste testemunho várias pessoas que tiveram influência neste projecto de minibásquete, pedindo desde já desculpa se me escapar alguém. Um muito obrigado ao Gonçalo Marques, Ivo Antunes, Ruben Gonçalves, Rita Oliveira, Filipa Diniz, Inês Santos, Madalena Faria, Marta Brito, Madalena Alves, Marta Pereira, Filipa Pinto, David Castro, Monica Tomás, Ana Catarina Moreira, pais, atletas, dirigentes, Agrupamento de Escolas Amadora 3, Junta de Freguesia de Carnide, outras entidades que nos apoiaram, e por último ao simbolo maior do nosso minibásquete em Portugal, ao San Payo Araujo.