O final do ano é sempre um momento de reflexão e de fazer um balanço e perspetivar o futuro. No entanto, desta vez vou limitar-me a falar sobre o que se passou no último fim-de-semana do ano,
em Paços de Ferreira, onde quase uma centena de pessoas vindas de todos os cantos do país, em tempos difíceis e em plena época festiva, se reuniu para “Comemorar 50 anos de minibásquete” em Portugal.
Tive a felicidade de ser influenciado diretamente na minha formação pelo prof. Mário Lemos e já no exercício das funções de diretor técnico do minibásquete, conhecer Cremildo Pereira. Nunca tinha contactado pessoalmente com o prof. Eduardo Nunes. No evento “Comemorar 50 anos de minibásquete”, foi para mim um privilégio conhecer pessoalmente e ouvir de viva voz o professor falar sobre as origens do minibásquete.
Como referiu o prof. Eduardo Nunes na sua exposição, antes de 1964, já existiam experiências e atividades ligadas à iniciação do basquetebol, contudo estas eram normalmente iniciativas de clubes ou ideias e atividades sem uma organização estruturada. O termo minibásquete é na verdade introduzido em 1964 no léxico português através de Cremildo Pereira, quando traduziu e publicou na Associação de Basquetebol de Manica e Sofala, as primeiras regras na língua portuguesa.
Ao conhecer o prof. Eduardo Nunes fiquei a conhecer pessoalmente os três grandes pioneiros do minibásquete em Portugal, Cremildo Pereira em Moçambique, Eduardo Nunes no Porto e Mário Lemos em Lisboa. Mais que não fosse por esse facto, a minha presença em Paços de Ferreira, já tinha valido a pena. No entanto, esta valeu por tantas coisas mais, que apenas vou referir quatro:
1ª A possibilidade de reencontrar tantos amigos vindos de todos os cantos do país. Nunca joguei minibásquete, mas o minibásquete possibilitou-me nestes últimos anos redescobrir uma coisa única na vida, a capacidade de uma forma genuína, como só se tem na infância e juventude, de fazer amigos.
2ª A sugestão que me, deixou a pensar foi-me dada pelo Dr. Jaime Silva do Olivais de Coimbra, sobre ser este um momento, de se começar a pensar em fazer um museu digital do minibásquete.
3ª A revista publicada, com a colaboração da E-cópia do amigo Eduardo Almeida, pelo Planetabasket com 50 depoimentos constitui um documento de reflexão ímpar. Se alguém se der ao trabalho de listar todos os nomes que surgem depoimento após depoimento na revista chega a uma listagem de nomes muito sonantes e nomes desconhecidos do grande público enorme. É aqui na multiplicidade das pessoas, que está a maior riqueza do minibásquete.
4ª Olhar e interpretar, isto em época natalícia de família e em tempos difíceis, para a capacidade de motivação e mobilização vivida no salão nobre da Câmara Municipal de Paços de Ferreira, é compreender na realidade atual, salvo melhor opinião, um dos caminhos e prioridades da modalidade.
A todo o universo do minibásquete um bem-haja pela sua dedicação, capacidade de motivação e empenho, a todas os amigos e leitores do Planeta Basket votos de bom ano novo.