Parar para pensar
 
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Parar para pensar

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Parar de pensar - por João RibeiroO Treinador, seja a que nível atue e independentemente da sua relação percentual entre sucesso e insucesso (seja qual for o conceito de sucesso e insucesso que queiramos utilizar), é obrigado a refletir periodicamente sobre o seu trabalho,

sobre o sentido da sua missão, sobre os motivos que ainda alimentam a vontade de ser treinador.

Pormos em causa as opções que tomámos na organização de um grupo, a seleção e planeamento dos conteúdos a incluir num programa de trabalho com uma equipa desportiva, são momentos inevitáveis de reflexão e avaliação, oportunamente desencadeados quando uma época termina, numa paragem mais longa da competição, ou num interregno de uma carreira.

Se um exercício de treino não está a contribuir para a melhoria das capacidades dos nossos jogadores ou não traz ao treino a dinâmica que se idealizou através da sua aplicação, então o treinador terá de alterar algo, mudando, por exemplo, de exercício ou adaptá-lo na sua estrutura inicial. Digamos que o treinador, nestas mudanças, tem a capacidade de controlar o processo, mudá-lo na perspetiva de melhorar o contexto onde atua.

Todavia, se pensarmos no contexto desportivo onde atuam a grande maioria dos treinadores portugueses ou muitos dos candidatos a treinadores, talvez me atreva a dizer que não há muitos momentos onde se pare para pensar. Ou melhor, para pensar no todo, para recolher pensamentos sobre o todo.

Uma reunião técnica num clube ganhará uma maior dimensão se for liderada pelo treinador a quem se reconheceu competências e capacidades para coordenar tecnicamente. Dessa reunião, periódica ou não, sairão conclusões que se pretendem sincronizadoras do trabalho das equipas do clube. Também ao nível regional poderá fazer sentido surgirem, em momentos oportunos de uma época, um ou mais descontos de tempo onde, como sempre defendi, cooperamos primeiro para podermos competir melhor depois.

As associações nacionais de treinadores certamente promovem anualmente momentos de agregação dos seus associados. Mas, nesta azáfama de procedimentos serão estes momentos oportunidade para debater questões mais existencialistas do exercício da função do treinador? Provavelmente não o serão na sua raíz, mas poderão despertar outras instituições capazes de estudar aquilo que é o treinador em Portugal e o que poderemos esperar da importância dada ao seu papel no desenvolvimento do desporto como um todo. Mas quando falamos do todo, falamos de questões tais como:

  • Que razões levam, atualmente, alguém a ser treinador?
  • Gostar de ensinar? De liderar?
  • As vitórias, a adrenalina de ganhar?
  • Construir algo mais do que simplesmente ganhar? Formar atletas para o rendimento?

O Treinador é um educador, dizem muitos escritos de referências do treino. O Treinador é um agente de mudança, frase que não deverá ser esquecida. Não esquecendo a dita frase, o treinador procura, com maior ou menor intervenção, transformar o contexto onde atua, com pedagogia, com organização, com o seu exemplo e sua ética. Esse é o lema e a mensagem que é passada nos cursos de treinadores, nas referências bibliográficas que sustentam a formação de treinadores. Mas será que a energia emanada de todos os que exercem a função de treinador tem na realidade transformado a nossa sociedade, dando-lhe uma cultura desportiva diferente?

Da demagogia das minhas palavras emerge a sensação que por vezes possamos estar a cair num vazio coletivo onde muitos dos treinadores se sintam isolados e desvinculados de um propósito global.

Embora o nosso território tenha uma dimensão pequena, a diversidade de realidades desportivas no nosso País é demasiado acentuada, consolidando a ideia de que algo terá de unir essas mesmas diferenças para que o nosso todo não seja uma mera soma de partes completamente desligadas umas das outras.

O corporativismo entre treinadores terá obrigatoriamente que passar por partilha de ideias diferentes sustentadas por um fim comum – constituir-se uma massa crítica capaz de influenciar a mudança de paradigma desportivo em Portugal. Sem que as minhas palavras pretendam constituir qualquer forma de ativismo, pretendem sim despertar-nos para que a comunicação entre pares possa ser a razão de querermos contribuir para que a nossa função ganhe um reconhecimento decorrente da partilha de saberes e filosofias e possa mudar a realidade com saber e filosofia.

Parar para pensar é simplesmente encontrarmos resposta para o que, na realidade atual, é a nossa função enquanto agentes desportivos e agentes educativos.

 

 


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