Situemo-nos, antes de mais, que desenvolvimento corresponderá a estabelecer a ideia de evolução, desde as etapas e fases mais primárias até a um nível superior de amadurecimento, cognitivo incluído.

Nesse trajeto, naturalmente que um importante número de condutas, valores e formas de pensar vão contribuir para, na relação com a vida em sociedade e na partilha com os outros - colegas de equipa-, nos diferentes tipos de situações e momentos, se potenciar o talento que, desde o minibasquete, poderemos ter nas nossas mãos.

Deveremos ter presente que, ao focarmo-nos no desenvolvimento do atleta, corresponderá a um processo de ampliação das escolhas, no sentido de lhe serem proporcionadas capacidades e oportunidades para ser aquilo que ele deseja ser.

Na circunstância, o jovem, o atleta deseja ser praticante de basquetebol!

À partida, jogador e treinador ao encetarem um caminho, estabelecendo uma parceria, indispensável se tornará que o jogador o deseje e vá interiorizando o sentimento do QUERER, bem diferente do sentimento do precisar, que tenderá a ir bloqueando o objetivo a alcançar.

Se e com a mentalidade do precisar, o jogador, se não obtiver o que ambiciona, na sua vida de praticante limitar-se-á à mediania, tenderá a instalar-se numa frágil rotina, com alguma frustração, na medida em que a sua felicidade depende disso.

Ao invés, se o jogador fôr preparado mentalmente para o sentimento do querer, não se sentido infeliz se e quando não o conseguir, observar-se-á a nível comportamental que o jogador acabará por conseguir, de forma expontânea, o que verdadeiramente deseja, com alegria e não com a carga da necessidade.

Razão pela qual, em estreita obediência ao processo ensino-aprendizagem, centrado no eixo transmissão/assimilação, haverá primeiro que ensinar e só depois treinar, com a mais bem conseguida estruturação dos conteúdos, adequados a cada um dos diferentes escalões etários.

Na parceria que à partida se estabelece, treinador/Jogador, competirá ao treinador ensinar, trilhando o caminho que a agulha da "bússola" indicar, com verdadeira consciência de saber o que sabe e de como - com que referências (excluindo as virtuais) - adquiriu o saber, sendo de importância decisiva saber como fazer e não apenas de saber o que fazer.

Conseguido isto, o treinador, na condição de agente de ensino, assumirá a mais aconselhável opção pedagógica, fazendo de cada unidade de treino, nos planos físico, técnico, psicológico, social e moral, uma situação gratificante, como resultante da aplicação de uma ideia, suportada pela formulação, experimentação e reflexão.

Uma vez mais, porque a propósito, alicerçamos este nosso "ensaio", numa mensagem que, a dado momento, mestre - porque sábio! - Teotónio Lima nos transmitiu : "Ensinar primeiro e treinar depois deve ser, necessariamente, a prática que os treinadores responsáveis pela formação desportiva dos jovens têm de seguir como opção pedagógica, resultante de uma metodologia de ensino dos jogos desportivos coletivos que defenda em primeiro lugar os interesses e as necessidades das crianças e dos jovens".

De há muito se diz e rediz - e por autores de reconhecida competência, que "quem sabe só de basquetebol sabe pouco de...basquetebol". Valerá, então, como contributo ao mais completo desporto de equipa - o basquetebol -, vestirmos o "fato de macaco", irmos ao encontro do conhecimento.

De forma decidida e ambiciosa, na via da obtenção do sucesso, sem constrangimentos, cientes das nossas capacidades, porque na vida do treinador dois caminhos se poderão percorrer: o do sucesso ou o do fracasso!

Ainda que tenhamos de saber lidar com a triste realidade de que, não poucas vezes, quantos mais êxitos temos, mais se acumulam razões para o desagrado dos frustrados e dos invejosos. Talvez que, por isso, em estilo "roda livre" se agitem os fantasmas, com mecanismos ardis no caminho da ...inveja.

Conhecimento que, como nos lega outro grande mestre - porque sábio! -  Manuel Sérgio :  "Conhecimento e informação com eficácia, é teoria que a prática confirma a utilidade". E mais acrescenta o mestre : "A verdade não passa de uma procura da verdade", mas sempre vai lembrando, em jeito de desafio : "A prática é o critério da verdade".

Já mesmo quase a fecharmos, por agora, ocorreu-nos que ontem, 01 de Junho, se assinalou o Dia da Criança. Criança que todos já fomos, ainda que, na trilogia de comportamento suportada pela análise transacional, nos possamos revelar enquanto tal, dia a dia, a qualquer momento e perante as mais diversas situações, com a particularidade de nos podermos mostrar submissas ou, ao invés, rebeldes.

Tal como na escolha da via do treino chato ou gratificante, é-nos conferida a responsabilidade de nos devermos adaptar à criança, de forma coerente (agindo como pensamos e pensando como agimos) e correspondendo às suas legítimas expetativas, considerando que a compreensão gera confiança e aproxima as pessoas.

Se é bem verdade que na relação afetiva com as crianças os laços se tornam mais fortes, quando lhe contamos boas histórias, "contemos", então, a história que este "ensaio", de forma despretensiosa, preconiza.

Talvez que, por via disso, o "Desenvolvimento do praticante e do nível do jogo" possa vir a revelar-se de alguma utilidade.

Continuaremos com este tema, a 16 e a 30 de Junho, sendo que, numa sequência metodológica, iremos abordar a correlação da importância dos conteúdos a trabalhar em cada um dos diversos escalões etários, com o nível do jogo a praticar.

Regressaremos a 16 de Junho com : "Desenvolvimento do praticante e do jogo (II)".

Então, até lá e bom Basket!