O treino exige o conhecimento de tácticas, estratégias de jogo e também de competição, normalmente envolvendo a elaboração de esquemas,

substituição de jogadores e outras acções dentro e fora do campo.

A grande maioria dos treinadores são ex-jogadores da modalidade em que estão envolvidos, tendo ou não formação académica.

Após ter lido a notícia, sobre a o antigo treinador do Angrabasket, que não pode continuar a exercer as suas funções devido ao facto de não possuir o Grau 3 em Portugal, mesmo sendo tendo as habilitações máximas dadas pela federação espanhola, fez-me pensar sobre todo o processo que precisamos para nos tornar  treinadores.

Tendo completado recentemente o grau 3 em Portugal, quando cheguei, a Itália pedi as equivalências e foram me dadas as de grau 2 pela federação Italiana, podendo treinar todos os níveis em termos regionais, sendo que para os níveis nacionais terei que realizar um exame.

Fiquei curioso como funciona este processo em Itália, e após ter recolhido informações sobre os diferentes níveis achei interessante o processo que aqui é usado.

Sendo assim, tal como em Portugal, existem 3 níveis mas o seu enquadramento é bastante diferente, e passo a explicar:

Grau 1 – composto por duas partes:
1º parte que dura 1 época o candidato tem que ter 18 anos ou mais, é de livre inscrição e durante essa época só pode ser treinador adjunto a nível regional dos escalões de sub13 a sub20. Após completar uma época terá, que fazer um exame teórico e prático para validar sua carteira.

2ª parte do grau 1 começa logo com uma exame de admissão, separando logo os candidatos. Após passar esse exame, o treinador poderá ser treinador principal de equipas que participam em campeonatos nacionais, entre os escalões de sub13 e serie C Silver. No final da época, terá que fazer um exame teórico e prático para validar a sua carteira.

Grau 2
Este grau começa com, um novo exame de admissão, após este exame, o grau 2 divide-se em duas épocas, sendo que no fim da primeira época haverá uma prova teórica e prática, caso passe, no final da segunda época existe a prova final teórica e pratica. Este grau permite treinar todos os níveis nacionais de sub13 até serie B masculina e A2 feminina.

Grau 3
O candidato terá que possuir o nível anterior, e fazer uma prova de admissão, prova esta que além dos conteúdos teóricos e práticos, ainda junta uma prova de análise de vídeo.

Sendo assim, acho muito interessante dois aspectos que podia ser transportados para o basquetebol em Portugal, o primeiro é no grau 1 no primeiro momento só se poder ser treinador adjunto pois acho fundamental esta experiência antes de começarmos a tomar decisões fundamentais para a modalidade e especialmente para a vida do jovem atleta. O segundo aspecto interessante é o facto de haver provas de admissão, algo que sempre achei um pouco descorado no nosso basquetebol pois para se inscrever no grau seguinte basta duas coisas, estar vivo e ter o grau anterior, sendo que a taxa de sucesso para completar os graus é sempre acima dos 90%.

Fazer uma escolha dos treinadores capacitados, é fundamental para que a modalidade tenha sucesso.

O basquetebol italiano está de parabéns com estas duas medidas que referi.

Nuno Tavares
+39 347 339 8969
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