Diz-se que uma casa começa-se a fazer pelas suas fundações, no basquetebol é exactamente o mesmo, quanto mais sólida for a base, ou seja o minibasquete, mais sólido será o futuro.

Um pais, com uma cultura desportiva enorme, como a Itália percebeu rapidamente que uma base grande é fundamental para sustentar o resto da pirâmide, sendo que esta sustentação começa logo pela qualidade dos treinadores dos escalões de sub 8, sub 10 e sub 12.

No artigo passado, escrevi como se procedia relativamente à estruturação dos cursos de treinadores dos escalões de sub13 até seniores, tanto a nível regional como nacional, deixando para hoje o mesmo tema relativamente ao minibasquete.

Cada região/província, tem a autonomia de implementar o curso de treinador de minibasquete, sendo que é preciso dois anos para completar o mesmo e, nestes dois anos, tem que haver no mínimo uma actividade de 10 meses.

A idade mínima é de 18 anos, sendo que tem um custo de 100 euros por ano, este valor dará direito às aulas teóricas/praticas, tal como todo o material de apoio e respectivo seguro.

Tal como foi dito anteriormente, o curso tem uma duração de dois anos (duas épocas sendo que cada época tem que ter 10 meses), tem que ter frequência obrigatória, com 20 horas de aulas teóricas e práticas nos respectivos dois anos.

Cada aluno tem que possuir um tutor, tutor este que deve acompanhar a actividade do aspirante a treinador de minibasquete com reuniões periódicas.

1º ano de curso

Os conteúdos do 1º ano do curso, serão ajustados ao nível dos aspirantes do mesmo, sendo que estes são avaliados primeiramente.

Para perceber o nível dos aspirante ao curso de minibasquete, são feitos alguns questionários no 1º dia do mesmo, que inclui o seguinte:

• a importância do curso em questão para o aspirante;
• divisão dos aspirantes em pequenos grupos para debate de alguns temas relacionados com o curso;
• uma reflexão sobre a metodologia aplicado ao curso.

Tanto no primeiro, como no segundo ano, os aspirantes realizam testes práticos no campo de jogo.

No final do primeiro ano, os aspirantes considerados aprovados, passam para o segundo ano, sendo que estão temporariamente credenciados para realizar actividades como monitores de minibasquete, apenas a nível regional..

2º ano de curso

O segundo ano, terá um acompanhamento mais intenso por parte do tutor, tendo em conta o processo de crescimento do monitor, nas actividades de minibasquete que irá realizar. Serão, realizados testes teóricos e práticos, tal como no primeiro ano.

Caso esteja apto, o monitor de minibasquete passa a ser instrutor de minibasquete nacional.

A grande diferença, do monitor, para o instrutor, é que este poderá participar com um grupo mais jovem num campeonato de sub13 regional ou nacional.

Para que não existam dúvidas, quem possuir o curso de grau 1 (dando acesso a treinar os escalões de sub13 a seniores, apenas em campeonatos regionais) não está apto para ser monitor ou instrutor de minibaquete, sendo que um curso é completamente independente do outro, ou seja, um treinador da liga profissional em Itália, sem o respectivo curso, não poderá ser monitor ou instrutor de minibasquete.

Quando questionei, relativamente sobre este facto, a resposta foi curta e exacta, o minibasquete é um escalão especial, não é apenas um “entretenimento” ou uma “ocupação de tempos livres”, é o começar de tudo, a implementação de base fundamentais para o futuro, logo, nem todos têm essa capacidade para o ser. Estou completamente de acordo.

Não se pode deixar passar todos os aspirantes a grau 1, sem experiência de campo, capacidade para perceber as idades em questão, e colocar 15 atletas de 10 anos à sua frente.

É um curso com uma estrutura pesada, e com uma monitorização intensa por parte do tutor e do próprio organismo que o organiza.

A base é fundamental para que a “casa” seja construída, será que se passa o mesmo no nosso pais?

Nuno Tavares
+39 347 339 8969
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