O basquete e as reflexões sobre a modalidade fazem parte da minha vida. Este fim-de-semana na sexta-feira depois do treino dos minis fui assistir à primeira jornada da final a 4 dos Sub-18 do Campeonato Regional de Lisboa,
competição com excelente organização do Odisseia Basket. Está de parabéns o João Marques e toda a sua equipa.
No sábado fui ao pavilhão da Ajuda, colaborar com o ex-pupilo Mário Correia na organização de uma das jornadas das Olissipiadas, que movimentaram, com alguma pompa e circunstância, com direito a desfile e tudo para cima de 200 crianças, muitas das quais, nomeadamente as da Junta de Freguesia com Alcântara, nunca tinham praticado basquetebol.
No domingo fui assistir ao CB Queluz x Benfica, jogo que decidia o título de campeão regional de Sub-18. No final do jogo, entre equipas treinadas por dois amigos, o Ivan Kostourkov e o Nuno Rodrigues, fui convidado pelo Odisseia Basket a entregar alguns dos prémios.
Por iniciativa da A.B. de Lisboa esta fase final tinha por patrono uma das pessoas mais estimadas e consensuais do universo do basquetebol o amigo Manuel Campos, a quem tive a honra de entregar um troféu merecido e muito original.
No final do fim-de-semana dei por mim à procura de explicações, nomeadamente do âmbito sociológico, que levam a que o pavilhão da escola D. Dinis estivesse completamente cheio para assistir a um jogo de Sub-18, em contraste com o recente jogo, que também fui assistir, dos seniores do Benfica para as competições europeias.
Estar atento aos sinais é decisivo para compreendermos o momento actual do basquetebol e as seguintes questões passaram pela minha cabeça:
- Será apenas culpa da federação, como às vezes nos querem fazer querer, o facto de o pavilhão da Luz ter estado praticamente às moscas nos jogo Benfica x Lukoil Academic?
- O que leva ao surgimento fora do âmbito dos clubes tradicionais, entre outros, de novos projectos, como o Odisseia Basket, o C.B. Queluz em Lisboa e o 5 Basket no Porto que se tem afirmado no universo da formação? Há uma coisa que me agrada em qualquer destes projectos começaram e dão muita importância ao minibásquete.
- Terceira e última reflexão. O aumento da massa crítica, passa pelo aumento do número de praticantes, desde que estes tenham pratica regular. Praticantes que tem apenas duas actividades por ano como muitas das crianças das Olissipíadas são apenas números para as estatísticas, e se sempre me recusei a olhar para as crianças, numa perspectiva mercantilista da formação desportiva, como um cifrão também me recuso a olhar para as crianças como uma mero dado estatístico para fins políticos.
