Existem equipas que parecem uma Chuva de Estrelas, de tanto talento junto que existe. Acontece também muitas vezes com Seleções Distritais (a propósito das Festas de Albufeira), com Seleções Nacionais,

e também com equipas que contratam muitos atletas de topo.

Quem tem possibilidades de juntar muito talento, acho algo ótimo, isto, claro, se se conseguir integrar esse talento nos interesses do coletivo.

Por vezes creio ser mais proveitoso, em vez de juntar num grupo "os melhores", conseguir construir uma equipa. São coisas distintas e fazem toda a diferença. Deixem-me explicar...

Já alguma vez olhaste para uma equipa cheia de bons jogadores ou jogadoras, por vezes até os melhores do campeonato em que competem, mas que não conseguem produzir os resultados esperados?

Quando vários atletas que estão habituados a ser os que assumem e resolvem em momentos críticos, se juntam numa equipa, todos vão querer assumir. Sendo assim, alguém vai ficar descontente.

• O que acontece quando um deles é menos utilizado do que está habituado?
• O que acontece quando é outro que assume?
• O que acontece quando outro é o protagonista?

Acontece que o descontentamento começa a ser contagioso.

Nestes casos (em todos, mas especial atenção a estes) o trabalho mental do coletivo é tão importante como o treino em campo. Isto porque o que provavelmente acontece é que, em vez de termos atletas focados no que fazer dentro de campo, estão, em vez disso, focados em aparecer dentro de campo.

A dinâmica é quebrada cada vez que alguém vem descontente para o banco, porque quer jogar mais, ou entra descontente em campo, porque já queria estar lá dentro.

O espírito de equipa é mínimo, pois alguém está descontente porque não lhe passam a bola, ou o outro está descontente porque lhe pedem para passar a bola.

É um desafio, mas costumo recomendar sempre duas coisas aos treinadores de equipas com estas características:

• Que cada integrante da equipa saiba claramente o seu papel - Se ficar claro quem é quem, e quem faz o quê, não haverá desilusões, nem competições internas. Haverá um maior foco da parte dos atletas em cumprir o seu papel. É sempre bom ressaltar os aspetos positivos de cada atleta, e porque é que ele foi escolhido para aquela equipa. Assim sendo, entenderá que contributos pode dar, sem necessidade de ofuscar outro.
• Que o objetivo coletivo seja forte o suficiente para suplantar os objetivos pessoais - Quando o objetivo coletivo é claro, é mais fácil para os atletas entenderem que os seus objetivos pessoais podem não ser tão importantes como o objetivo da equipa. E quando esse objetivo é suficientemente apelativo, acaba por suprir os objetivos pessoais de cada jogador.

Parece simples, e até é. Mas paralelamente a isso, tem que haver uma grande capacidade de gestão de grupo, para que estes dois itens estejam bem integrados no trabalho com muita congruência.

Construir uma equipa é mais do que juntar pessoas de várias posições de campo, diferentes alturas e atributos técnicos e físicos. Também deve existir um grande trabalho para que esses atletas consigam integrar num grande objetivo comum, todos esses atributos.

Todos devem sentir-se úteis ao se sentirem-se parte da equipa, e por terem capacidade para contribuir para o objetivo coletivo.

Até para a semana!

Nádia Tavares
Psicóloga - Coach Certificada - Practitioner PNL
Skype: nadia_t33
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