Hoje o jogo é a sério?
 
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Hoje o jogo é a sério?

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altConfrontar os jovens com a noção de responsabilidade, perante uma figura de autoridade, é fundamental para o seu processo de formação, seja ele em casa, na escola ou no desporto.

Com o passar dos anos, tenho vindo a refletir muito sobre a maneira como se devem encarar os árbitros numa partida, e, verdade seja dita, durante os primeiros anos sempre fui um treinador muito insistente e “chato” perante as arbitragens dos meus jogos, mesmo estando muitas vezes a ganhar por muitos pontos.

Há quase 1 ano em Itália, e mantendo, sempre, o contacto com o basquetebol português, o que tem ouvido é que, no aspeto da arbitragem, continuamos sem dar os passos necessários para garantir a evolução e construção natural do jovem atleta. Numa altura onde a sociedade mudou por completo apenas em 20 anos, onde o que antigamente era o normal, hoje é o raro, expor jovens jogadores (e jovens pais) a partidas sem o homem do apito, é quase como estar a “atirar gasolina” para um fogo que vem a queimar já há algum tempo.

Os jovens, os principais agentes da modalidade, aqueles para os quais todos nós deveríamos trabalhar para o seu sucesso, percebem a diferença entre uma partida com e sem árbitros, dizendo muitas vezes antes do inicio do jogo, ainda não sabendo se haverá juízes na partida, a seguinte frase “Este jogo é a sério?”

O problema da arbitragem vai para lá da falta ou não falta, dos passos ou não passos, o problema da arbitragem tem um poder que sai para fora do recinto de jogo e influencia a vida de cada 1 destes jovens que praticam basquetebol. Como fazê-los perceber a diferença entre o certo e o errado se a pessoa que deveria intervir é um mero estranho?
Como combater este problema? Como colocar árbitros em todas as partidas de sub13? O que é que nós, agentes do basquetebol, podemos fazer?

Primeiramente, deveria haver um entendimento entre todos os agentes, de modo a que estes percebessem e concordassem com a real importância da presença dos árbitros na vida do jovem atleta. Porque são realmente importantes! Assim sendo, todos os agentes deveriam estar interessados em trabalhar para que a sua presença passa-se a ser uma constante e não uma exceção.

Depois, os próprios árbitros são também culpados neste processo. Estes não percebem que quanto menos presença estes marcarem nos jogos, mais a sua importância na vida dos clubes cai, tornam-se estranhos onde deviam ser fundamentais. Eles deviam ser os primeiros a marcar presença e não os primeiros fugir das suas responsabilidades, e entenda-se por responsabilidades, as constantes falta de presença em inúmeros jogos de formação.

As associações continuam a não adoptar regras que tentem pelo menos colmatar esta gravíssima lacuna, como a presença só de um arbitro (por exemplo) ou o não castigo aos que constantemente faltam à sua chamada, mas que faltam, por vezes, sem terem culpa por serem nomeados tardiamente ou para distâncias que não se percebem, uma vez que, na área existem árbitros. Não se pode pedir a um jovem de 17 anos que pague constantemente as suas deslocações e que seja ressarcido uns meses depois.

Os clubes continuam nesta “corda bamba” de interesses internos. Se por um lado gritam pela falta de árbitros, por outro, calam-se porque os seus orçamentos talvez não estejam preparados para pagar a equipas de arbitragem em todas as partidas, todos os fins de semana.

Por fim os pais. Os mesmos continuam a permitir que a formação desportiva dos seus filhos seja desviada da realidade mesmo assegurando o pagamento da inscrição mensal que permite também sustentar a presença de árbitros.

Como resolver?

É complexo claramente, mas deixem-me comparar com alguns pontos comuns em Itália e como eles resolvem algumas das situações:

  • Com a excepção dos jogos a partir de sub20, todas as mesas só têm a pessoa da folha de jogo como oficial, os 24 segundos e o cronometro é sempre algum da casa;
  • Desde os sub13 que oficialmente estão nomeados árbitros, quando não são dois, é apenas 1, mas jogar sem a presença de 1 arbitro nem sequer é hipótese;
  • Com a excepção de sub20 e seniores, os oficiais de mesa são pagos pelo clube antes do inicio da partida;
  • Os pais também gritam e reclamam, mas a presença constante de árbitros faz com que exista um respeito diferente de todos;
  • Até ao escalão de sub20, é normal ver-se os mesmos árbitros nos mesmos jogos da formação, pois é preferível ter sempre os mesmos árbitros da zona do que obrigá-los a deslocações;
  • Existem árbitros melhores e outros menos bons, mas o que não existe é um poder tremendo dado a esta classe, o que faz com que a sua importância no meio seja relativa, despercebida e não condicionante na vida da modalidade;

O arbitro é fundamental na vida da modalidade, e especialmente na formação do jovem (que um dia será treinador/dirigente/pai na bancada). Não podemos continuar a prescindir do mesmo e não podemos deixar que os nossos jovens continuem a dizer antes do jogo: “Este jogo é a sério?”.

Nuno Tavares
+39 347 339 8969
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