O basquetebol é uma modalidade em constante evolução e daí a frequência com que se alteram as regras. Contudo nem todas as alterações beneficiam a meu ver o jogo e estas são sempre modificadas em função do jogo dos profissionais.
A título de exemplo quando se altera a linha dos 3 pontos dos 6.25 para os 6.75 metros não estamos certamente a falar, que isso seja uma necessidade, para melhoria do jogo de jovens masculinos ou femininos de sub-14. É por essas e outras razões, e ainda hei-de voltar a este tema do lançamento dos três pontos no escalão de sub-14, que Josep Bordas me disse numa longa conversa que tivemos em Collel: “No dia em que o basquetebol compreender que são as regras que se tem de ajustar às necessidades dos jovens e crianças e não estes a adaptarem-se às regras dos seniores, a modalidade e a qualidade do jogo vão melhorar substancialmente”.
Na Festa do Basquetebol em Albufeira foi este ano introduzida uma alteração às regras de arbitragem, que desde o primeiro ano em 2011 foi introduzida na Festa do Minibásquete em Paços de Ferreira. Muito me agradou ver, que na situação das violações, na reposição a bola não tinha que passar pelas mãos dos árbitros. Se uma das características que queremos desenvolver nos jovens é o seu tempo de reacção esta alteração, não apenas permite que o jogo seja muito veloz, assim como potencia e estimula o desenvolvimento da velocidade de reacção dos jovens.
Sou do tempo em que os seniores jogavam com esta regra, e não me hei-de esquecer dum jogo do campeonato nacional da 1º divisão nos anos 70, no pavilhão da Ajuda, entre o Benfica, que lutava pelo título e o Cruz-Quedradense, hoje mais conhecida pela SIMECQ, que lutava para não descer de divisão. Jogavam no Cruz-Quebradense os irmãos Coelho, o José Carlos e o Tozé. Entre ambos havia uma química especial, que assim que o árbitro apitava, fora, passos, dribles ou qualquer outra violação, que não fosse falta pessoal, lá estava um dos irmãos a repor a bola e o outro a finalizar para grande desespero do Benfica, que teve muitas dificuldades em vencer este jogo.
Esta foi uma das alterações que estou convencido que foi efectuadoa, não para benefício do jogo, mas para protecção dos árbitros. Espero que esta alteração em Albufeira tenha vindo para ficar, e gostaria que ela se generalizasse, em todas as competições dos Sub-14.
Comentários
O rumo (comum, obrigatório e com metas bem definidas por escalão) tem que ser traçado pelo DT Nacional, focada na evolução dos atletas, sendo da competência dos DT regionais a supervisão do mesmo. Para isso seria necessário investir em técnicos especializados para auxiliar os DT nessas funções.
Em suma, enquanto a FPB não tomar as rédeas deste assunto, criando um programa nacional obrigatório, a maior parte dos clubes continuará a pensar a curto prazo.
Um abraço