1956 - Os penantes do Garranha
 
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1956 - Os penantes do Garranha

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O Garranha e o seu famoso gancho marcaram uma época do basquetebol lisboeta e nacional. Na década de 50 houve um períaltodo em que a base da selecção nacional era formada pelos jogadores do Sporting.

Contudo não é apenas de campeonatos e campeões, que se faz a história duma modalidade. Ela também se faz de pequenas estória e peripécias. Esta estória foi-nos narrada pelo António Feu, que em boa hora regressou ao universo do basquetebol sendo actualmente director da secção de basquetebol do Sporting Clube de Portugal. Em 1956 o Sporting fez uma digressão por França, onde foi jogar com vários clubes franceses, entre os quais o campeão francês, o Nantes.

As estradas eram outras, as deslocações por avião ainda não se tinham generalizado, motivo pelo qual o Sporting se deslocou a França no autocarro que era utilizado pela equipa de futebol, e que para os padrões da época tinha o luxo de ter duas camas para os passageiros poderem descansar. Apesar dessas condições, como a viagem era muito cansativa e demorada a comitiva do Sporting antes de chegar a França pernoitou, num hotel no norte de Espanha em San Sebastian e na manhâ seguinte lá seguiu viagem para Nantes. Já em França o Garranha soltou um grito: ”Ai os meus penantes” e num misto de desespero e desabafo informou toda a comitiva que os seus “penantes” como chamou aos seus sapatos tinham ficado debaixo da cama no hotel em San Sebastian.

Nessa época era impensável, que os jogadores se apresentassem na recepção que estava prevista no salão nobre da Câmara Municipal de Nantes, com a presença do presidente da Câmara, com botas de basquete.  Como Garranha afirmou não ter dinheiro suficiente para comprar sapatos, toda a comitiva se cotizou, incluindo o dirigente Correia César e duas funcionárias da agência de Turismo Cruzeiro, que organizava a excursões e acompanhavam a viagem para juntar dinheiro para comprar uns sapatos para o Garranha. Ao chegar a Nantes foi tudo à procura de uma sapataria, mas sendo feriado em França estava tudo encerrado.

A sorte do Garranha era que as suas botas Busnel eram pretas. Então Garranha levou a sua gabardine comprida para tentar esconder os pés e passar despercebido, e assim, para gozo de toda a equipa lá andava o Garranha a tentar esconder os pés durante a recepção. Esta é apenas uma das muitas estórias do Garranha. A digressão conforme testemunham os jornais portugueses e franceses da época saldou-se num grande êxito social e desportivo tendo a equipa do Sporting, campeão nacional da época 1955/56, vencido ao Nantes campeão de França. A equipa do Sporting treinada pelo Prof. Mário Lemos era constituída pelos seguintes jogadores: Fonte Santa, Fernando Vaz, Armando Garranha, Rui Mota de Almeida, José Monteiro, Abílio Ascenso, António Feu, Alvaro José R. Martins e Henrique Figueiredo.

 

 


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