Até já Itália, olá Portugal
 
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Até já Itália, olá Portugal

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altPerceber as diferentes culturas desportivas e os diferentes modelos de basquetebol praticados em diferentes países, faz com que se perceba a realidade portuguesa de uma forma mais clara.

Abril de 2018 fica marcada pela o fecho do meu capitulo no basquetebol italiano, após dois anos de contrato. Foram dois anos de muito trabalho e aprendizagem, ficando uma subida de divisão, um campeonato italiano e uma participação numa divisão 100% profissional, o que deixou marcas relevantes em mim como treinador e especialmente como pessoa.

A minha partida de Itália, obviamente, coincide com a chegada a Portugal. Durante a minha segunda semana em Lisboa, assisti um convívio de minibasquete no Pavilhão da Ajuda, um jogo de sub16 feminino, um jogo do playoff da liga feminina e, para finalizer, um jogo de sub14 feminino.

A conclusão que tirei foi que em 2 anos de ausência nada mudou, e eis as razões porque digo isto:

  • O convívio da Ajuda, embora com as equipas definidas para o mesmo, deveria ter mais apoio da associação local. Com o marcador “ausente”, um treinador usa um tablet para assinalar o tempo para os 4 campos de jogo, com os jovens a praticar a modalidade mas uma oportunidade excelente para se criar algumas bases fortes para o basquetebol nacional como a presença de árbitros para dar um incentivo a estes jovens, com a oportunidade de convidar alguns atletas profissionais de equipas locais para falar um pouco aos atletas, realizar-se alguns workshops não só para pais como para atletas, ou seja, não ser apenas mais um convívio;
  • Os dois jogos, de sub16 e sub14, sem árbitros, continuando no mesmo caminho errado da não aprendizagem da importância da figura do arbitro e da aplicação das regras, fazendo partes do jogo parecer a um jogo de rua, apenas com equipas com equipamentos. Não podemos criar melhores jogadores, estruturas profissionais quando os pequenos passos fundamentais do basquetebol continuam a não ser tratados. As arbitragens são parte fundamental de criação e desenvolvimento do atleta de basquetebol;
  • Por fim, o jogo do playoff da liga feminina, as meias finais de principal competição feminina do pais, onde oponha um das maiores marcas do desporto nacional, o Benfica, e um das mais fortes equipa dos últimos anos, a Quinta dos Lombos. O pavilhão estava praticamente vazio, ou melhor, deveria ter muito mais pessoas para a importância do jogo e das equipas, até porque o jogo não tinha qualquer custo para o adepto. Este problema da relação do publico com os principais escalões do nosso basquetebol tem que ser resolvido, pois mede bem a importância da nossa modalidade na cultura desportiva do pais.

Falta de árbitros, falta de publico e falta de dinamizar certos momentos do nosso basquetebol (entre outros), são fundamentais de modo a que possamos alagar mais a base e atrair mais sponsors para a nossa modalidade, sponsors estes que ajudam a profissionalizar as nossas estruturas.

O basquetebol tem perdido muitos praticantes para outras modalidades, modalidades essas que tem se modernizado e adaptado os dias de hoje. Todos os dias que passam perdemos essa “guerra” com os outros países europeus.

Nuno Tavares
+351 968 341 414
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