Sei que é muito redutor fazer a análise da prestação das nossas selecções nos campeonatos europeus baseando-me apenas nas classificações obtidas. Contudo, se essa avaliação for baseada num histórico de uma década a subjectividade será certamente menor.
Como tem sido hábito, de há alguns anos a esta parte, no mês de Setembro costumo fazer um breve balanço global sobre a prestação das nossas selecções.
Não vou entrar nas discussões recorrentes, que surgem sempre nestas ocasiões nas redes sociais, como por exemplo a utilização ou não das defesas à zona. Para mim esta é e será sempre uma eterna discussão. A questão é simples, porque é que se utilizam defesas zonas? Com a única finalidade de conseguirmos resultados, ou porque a evolução dos praticantes já o exige e já estão em condições de interpretar correctamente as defesas zona? Reconheço que em Portugal não serão muitas equipas de Sub-16 a terem praticantes suficientes para interpretarem correctamente a defesa à zona, mas neste caso sou liberal e prefiro deixar à consciência de cada um, o caminho que quer seguir. Fica responsável pelas suas opções e pelos seus actos. Poderei até não gostar, mas a liberalização” das defesas à zona incomoda-me menos, do que ver treinadores a assinarem compromissos, que não cumprem, sem que nada lhes aconteça, ou então recorrerem aos tradicionais subterfúgios dos “zomens”. Nunca gostei da hipocrisia.
Mas voltemos às prestações das nossas selecções. Em primeiro lugar penso que é de realçar o excelente lugar da selecção Sub-20 feminina na divisão A. Contudo é para mim cada vez mais evidente que o nosso patamar é lutarmos por um lugar entre as 8 primeiros lugares da divisão B. Se por uma constelação de factores pontuais e favoráveis, subirmos de novo com outra selecção à divisão A, muito dificilmente nos manteremos nessa divisão mais do que um ano, facto que ainda mais realça a prestação nos últimos anos da nossa selecção feminina dos Sub-20.
Sendo o nosso patamar alcançar um lugar entre os 8 primeiros da divisão B teremos que considerar que globalmente as prestações das nossas selecções foram positivas. Como poderemos verificar no quadro em baixo. Não tivesse a selecção de Sub-16 masculina perdido o último jogo da fase de grupos por 1 ponto com a Grâ-Bretanha, alcançaríamos no sector masculino a melhor prestação global dos últimos 10 anos, pois na pior das hipóteses teríamos ficado em oitavo lugar da divisão B o que daria um somatório de 73 pontos (25+24+24). Este seria nos masculinos o melhor resultado dos últimos 10 anos. Mesmo assim relativamente ao ano passado houve, quer nos masculinos, quer nos femininos uma ligeira melhoria. Esperemos que para o ano que vem essa melhoria se acentue.