Apesar de aqui na Madeira, ainda não ter surgido nenhum caso confirmado do corona vírus, estou em isolamento social. A presidente da Associação, decidiu e muito bem, que todos os que colaboramos para a Associação deveriam trabalhar a partir de casa.

Face ao momento crítico, que todo o mundo passa, também resolvi, abordar este tema mas numa perspectiva mais lata: o mal endémico nacional de não termos coragem de tomar decisões em função de um rumo ou do que é verdadeiramente importante, mesmo que isso não agrade a muita gente. As nossas decisões são maioritariamente reactivas. Assim que a crise endémica descambou em pandemia, lembrei dum artigo que escrevi, em 20 de Outubro de 2015, intitulado: "O decisivo, o importante e o urgente". Disse nesse meu artigo “Às vezes sinto, que por um conjunto alargado de situações pouco claras e falta de transparência de todos os intervenientes, andamos sempre a apagar fogos e não há tempo para pensar e resolver as coisas decisivas do basquetebol. Perdemos tempo de mais a resolver o que se torna muito importante, apenas porque deixámos que se tornasse muito urgente.”

A falta de decisão, para o que é verdadeiramente importante: as vidas humanas, levaram a que em menos de 24 horas, o que num dia o governo afirmava serem cautelas exageradas, no dia seguinte se transformassem em decisões urgentes e indispensáveis à sobrevivência. Sou por natureza uma pessoa tendencialmente conciliadora, mas também tenho consciência, de que quem manda não pode agradar a gregos e troianos. Não pode estar nomeadamente em tempos de crise a pensar na popularidade das suas decisões. Não sou economista, mas gostaria que se fizessem estudos sobre o que tem mais custos a longo prazo, o correr atrás do prejuízo, ou tomar medidas que no imediato parecem exageradas, mas que a longo prazo terão eventualmente custos menores. A navegação à costa, sem um rumo claro é infelizmente, salvo algumas excepções, um mal endémico nacional.