Saber respeitar os tempos difíceis que vivemos, sem deixar de viver a vida é a nossa maior responsabilidade social. Vem isto a propósito da época natalícia. Com todos os riscos que isso acarreta decidi vir passar o Natal a Lisboa com a minha família.
Apesar de vir de uma região de menor risco, apesar de não ser obrigatório para voar para Lisboa fiz novamente o teste Covid para ter a certeza que não represento risco para os meus filhos e netos.
Este vai ser decididamente um Natal diferente, que irá ficar na memória de todos os que o viveram. Pela primeira vez em sessenta e sete anos da minha vida não terei o tradicional almoço de Natal, com todos os descendentes do fotógrafo San Payo, meu avô. Somos mesmo muitos. Nem pela primeira vez estarei na véspera do Natal, com as minhas irmãs e sobrinhos, apenas estarei com a minha descendência directa.
Contudo nem com a minha descendência directa estarei em simultâneo o que me obriga a realizar várias celebrações do natal. Se por um lado é muito triste não poder reunir os meus três filhos, respectivos cônjuges e os meus seis netos, por outro lado poderei dar mais atenção a cada um deles e fazer o que tanto gosto brincar com os meus netos. Cada um deles terá certamente mais tempo da minha atenção. É neste lado positivo que eu me quero concentrar.
No universo do basquetebol tive a mesma atitude, por exemplo no Centro de Treino da ABM, por não podermos juntar praticantes de clubes diferentes, pelo que a cada segunda-feira dou treino rotativamente a jovens de um dos quatro clubes que estavam a comparecer no Centro de Treino. O que faço? Tento ensinar/aperfeiçoar qualquer coisa que eles possam depois treinar em casa.
Nós, que mesmo de forma diferente ainda temos a possibilidade de festejar o Natal, pensemos por um momento, por mais breve que este seja, em todos em que a morte de um familiar ou de um amigo deixou uma dor que ninguém pode sarar, mas que também nos deixou memórias que ninguém nos pode apagar, celebremos a vida. Com votos de muita saúde desejo a todos um bom Natal!