Pensamos ter deixado bem claro que a evolução do nosso basquetebol passará sempre por uma melhor formação e pela valorização do trabalho do treinador na fase de iniciação. Pela sua singularidade defendemos também cursos específicos abrangendo matérias que a atual formação de treinadores não dá.
Quem treina os minis estará preparado para isso?
Treinar minibasquete requer uma maturidade que não se adquire em pouco tempo; não basta conhecer a matéria do ensino se não se conhecer o jovem ou os métodos de ensino adequados às diferentes idades. É importante saber motivar, recompensar e não transmitir ansiedade.
Os jovens não são simples recetáculos de informações que se carregam com exercícios, mas antes seres que estão a aprender a decidir, naturalmente a cometer erros, mas a explorar a sua criatividade e inteligência motora.
Qualquer jovem quando começa a praticar um determinado desporto deve seguir um processo de formação o mais adaptado possível à sua idade e nível.
A aprendizagem no desporto deve evoluir através de uma série de etapas ou fases que começam antes do seu primeiro contacto e terminam depois da especialização.
O estabelecimento dessas fases implicará um trabalho metódico com tempo suficiente, progressivo e sem pressa evitando assim que se ultrapassem etapas necessárias à educação motora dos jogadores.
O desenvolvimento harmonioso do jogador implica por isso um processo contínuo de práticas que permitam dar respostas eficazes no jogo.
Os conteúdos do ensino – aprendizagem devem se desenvolver durante toda a vida desportiva de uma forma progressiva e adequada às capacidades do aprendiz.
A complexidade deste processo implica numa fase inicial a identificação de uma primeira etapa centrada no desenvolvimento psicomotor do iniciante seguida de uma fase de iniciação genérica caracterizada por um trabalho multidesportivo, depois o começo de uma modalidade desportiva e por fim a fase de especialização e de alto rendimento.
A idade idónea para a tomada de contacto com o desporto oscilará entre os 8 e 10 anos quando a criança adquire capacidades percetivo-motrizes assim como a concentração e coordenação suficiente para começar a aprendizagem das habilidades específicas.
Podemos, pois, concluir que nas diferentes fases da iniciação desportiva uma educação física genérica em apoio de uma aprendizagem multidesportiva dotará a criança de uma melhor capacidade motora que beneficia a aprendizagem específica do desporto que decide escolher.
Na iniciação a competição é um excelente meio formativo desde que não se hipervalorize o resultado em detrimento da aprendizagem e desenvolvimento integral da criança.
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