O depoimento que partilho não será novidade, principalmente para o Jorge Adelino, mas terá o mérito de “antropologicamente” perceber as características que, por certo, estarão evidenciadas no conjunto de depoimentos expressos. Isto é, ao ter tido o privilégio de conviver com o Jorge Adelino a partir dos 8 anos de idade,
zona de habitação e escola, antecipei o que mais tarde reconhecemos no Jorge Adelino. Portanto, a partir de relatos da infância foram, no mínimo, compreendidas estas qualidades:
Habilidade inata para a prática desportiva e crescimento em ambiente desportivo
- nos jogos de futebol era um drama tentar tirar-lhe a bola (uma finta curta…);
- líder nas outras modalidades de quintal – voleibol (fio a servir de rede); basquetebol (cesto imaginado num suporte de estendal, triangular); atletismo (pista desenhada a giz ou com pedras da calçada, salto em altura com cabo de vassoura encostado à parede);
- mais tarde, no polo aquático ficaram célebres as “vaselinas” do Jorge e no basquetebol a evolução de Juvenil a Sénior com a qualidade reconhecida como base do Algés.
Organizado e metódico (aparentemente pleonástico, não no caso do Jorge Adelino como se reconhece)
- quando o conjunto de amigos partia com a bola debaixo do braço para as peladinhas bem longe (ringue do Restelo) ao segundo dia de férias (Natal/Páscoa) já o Jorge tinha concluído o TPC de férias;
- os jogos de futebol com “bonecos da bola” e um berlinde disputados no corredor da sua casa eram cronometrados e com apontamento, em caderno, de resultado e classificação.
Inteligência (excelente aluno) criativa (imaginativo – muitos exercícios de basquetebol criados como testemunharão os atletas que treinou)
- (já divulgado em outras ocasiões) – invenção de um Benfica x Sporting em atletismo com caricas;
- (não estou seguro mas..) – criador no nosso grupo da disputa de um “pentatlo moderno”: matraquilhos, “ping-pong”, tiro ao alvo....
Exemplar na relação interpessoal
- mediador de qualquer confusão, naturalmente muitas, que ocorriam entre nós;
- célebre a sua intervenção dissuasora junto dos polícias que queriam multar-nos por jogarmos hóquei no passeio.
Atitude permanente em favor do colectivo
- não me lembro de alguma vez ter utilizado a 1º pessoa do singular. O nós já era, naquela altura a sua norma de vida.
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