Hoje, dia 12, dia em que nos comprometemos, até ao fim do ano, em homenagem ao nosso querido companheiro Luís do Ó, a publicar um pequeno escrito recordando o tempo em que fomos companheiros de uma equipa - o Sporting Olhanense -, onde ele atuava com o número 12.
Talento, muito (!), fama, também muita (!), presunção, é que nem por isso, a corresponder à sua condição de descendente de gente humilde, mas muito laboriosa e trabalhadora.
Estas as características de Luís do Ó, realmente um (muito) talentoso jogador, um tremendo lançador, autêntico 'on fire' em áreas de 4,5/5 mts do cesto, que, com muita fama, advinda dessa mesma particularidade e reconhecida pelos adversários mais fortes, se constituía num ídolo, sobretudo para os mais jovens que acompanhavam de perto a modalidade, que aliava a sua 'intratável' qualidade de belíssimo praticante a uma postura com assinalável humildade, logo, porque cuidadoso, sem presunção!
Das muitas conversas que a nossa muito forte relação ia suscitando, a exemplo de outros companheiros como Manuel de Brito (Lélé), José Manuel Santos, Flávio, Samuel, de menor duração com o impagável Armando Garranha, um guião nos 'comprometia' a darmos o melhor de nós: "Melhorar a qualidade de nós próprios, melhorando a qualidade do jogo".
Foi um embrião que, pela prática a fora, quando nos iniciámos neste, por vezes, apaixonante, noutras nem tanto assim, 'mister' de ser treinador em que cedo deparámos com a imensidão de 'coisas' para fazer, visando as tarefas essenciais para alcançar o objetivo maior - missão que nos é muito querida - : a construção do edifício-atleta.
Basicamente será em função de um efetivo e responsável planeamento, devidamente articulado entre os objetivos do clube e a função de coordenador técnico - qualificado e competente -, que daí poderá emergir a qualidade do(s) atleta(s) e do nível do jogo, validando a via do sucesso, tendo sempre como 'vigilante', atento às circunstâncias e ao desenrolar dos acontecimentos, o facto de que o sucesso, o êxito, não se compra, apenas se deverá merecer!
Neste evocar sobre a memória de Luís do Ó, socorremo-nos de uma célebre ideia-pensamento, vinda das terras do tio Sam, via Oceano Atlântico, da autoria de mestre - porque sábio! -, John Wooden: "O talento é um dom de Deus, seja grato; a fama é um dom dos homens, seja humilde; a presunção é um dom de si próprio, seja cuidadoso".
E a fechar este 'time out', agora 'do lado de cá', António Damásio, outro mestre - porque sábio! - 'adverte-nos' : "Antes de chegar ao saber é preciso percorrer o ser e o sentir"
E como o Luís do Ó o era e o sentia!
Permita Deus continuares sob o seu sagrado manto!