Duas leituras completamente distintas, um comentário do José Cardoso e o artigo do Prof. Jorge Araújo “A comunicação do treinador 2” motivaram-me a publicar o magnífico post de Octávio Correia, que transcrevo na íntegra no final deste artigo.
- Comentário do José Cardoso à entrevista do Jorge Rato e passo a citar: “Uma das melhores pessoas que já conheci dentro e fora do basquetebol. (…) O Jorge Rato é mais um dos agentes da nossa modalidade, do país real, que contribui diariamente para que a mesma se mantenha viva.”
- Excerto do artigo do Prof. Jorge Araújo: “Ver é afinal, aproximarmo-nos ou afastarmo-nos daquilo que pretendemos ver, tentando quanto possível descobrir no que estamos a ver aquilo que sempre nos irá escapando por ser invisível.”
Nesta mais de uma década, em que colaboro para o Planeta Basket, sempre tive uma enorme preocupação em olhar para, como refere José Cardoso, o país real, e na medida das minhas capacidades tentar tornar visível o que é invisível aos olhos de muitos.
Para a história duma modalidade é essencial homenagear as lendas do basquetebol, e esta tem sido uma das grandes preocupações do Planeta Basket. Contudo reconhecer, quem longe das luzes da ribalta muito do seu tempo dedica ao basquetebol é apoiar o principal ativo da modalidade: as pessoas.
Com a devida vénia transcrevo o “post” do Octávio Correia que em tempos li no facebook.
Orgulhosamente treinador!
Muitas vezes troquei o fim de semana e tempo de lazer com a minha família, por treinos, jogos, campeonatos e viagens. Troquei noites e tardes de festa, por noites de planeamento de unidades de treino e microciclos.
Troquei a roupa da moda, pelas calças e calções de treino.Mas não me importo nada!
Não me incomoda tudo aquilo que abdiquei, pela felicidade e satisfação dos meus atletas, vê-los crescer, progredir e evoluir.
Não há satisfação maior que ver os meus atletas a vencer medos, a vencer no desporto e na vida.
Alguns deles agradecem, outros simplesmente se esqueceram de tudo e nem uma curta despedida nos fizeram. Alguns pais esquecem o quanto apoiamos os seus filhos e no final ainda somos considerados inimigos.
Nós, treinadores, fazemos o papel de psicólogo, fisioterapeuta, médico, motorista e muitas outras tarefas, mas sabem que mais? Somos felizes.
Somos felizes porque este é o nosso estilo de vida.
A ingratidão existirá sempre, os colegas traiçoeiros e aproveitadores, os que vão denegrir o nosso trabalho... mas nem isso, nem o frio, nem o calor, nem a chuva nos fazem desistir.
O desporto para nós não é um Hobby é uma forma de estar na vida.
O desporto é a nossa melhor escolha.
E a falta que me está a fazer.
As saudades são mesmo muitas.