“Diga minibásquete e não minibasquetebol. Minibásquete quer significar precisamente que este jogo é uma coisa e o basquetebol é outra.”
Mário Lemos
Esta é uma frase. que frequentemente cito e que marcou para sempre as minhas convicções de como deveremos, na minha opinião, encarar o minibásquete. O minibásquete não é o “basquetebol bonsai.” Não é uma questão de pegarmos numa máquina e conseguirmos reduzir e pôr em ponto pequeno o campo, a bola, as tabelas, os cestos e os jogadores, tudo em ponto pequeno, tudo em miniatura.
E não é uma questão de pôrmos tudo em ponto pequeno, pela simples razão, que um adulto é um adulto e uma criança é uma criança. O pensamento, os interesses e as necessidades duma criança não são certamente iguais às necessidades e interesses dum adulto. Não compreender este simples facto é não compreender o que na minha profunda convicção deve ser o minibásquete.
No minibásquete o mais importante são as crianças esta atividade existe para servir o desenvolvimento das crianças e não o contrário, as crianças existirem para servirem o desenvolvimento da modalidade.
Nos 16 anos que fui responsável pela coordenação do minibásquete na Federação sempre defendi que o caminho para fidelizar mais crianças à modalidade era preocuparmo-nos com o desenvolvimento das crianças e que daí resultassem benefícios para a modalidade, nomeadamente, o seu crescimento e fidelização de número de praticantes. Não o inverso, o foco estar no desenvolvimento da modalidade e que daí resultassem, eventualmente, benefícios para as crianças.
O foco o caminho mais seguro para conseguirmos atrair e fidelizar tem de estar sobre as crianças. Por outras palavras, o minibásquete é uma atividade que existe para servir as crianças. As crianças não existem para servir o minibásquete. Não nos devemos esquecer que, se no basquetebol em Portugal, o principal papel do minibásquete é a captação e a fidelização e fomento de praticantes, então o plano de atividades da federação deve encontrar estratégias e promover atividades que fomentem esse objetivo.
Para além desta diferença conceptual entre minibásquete e minibasquetebol existem outras expressões que eu não gosto de utilizar, e que normalmente não utilizo como: Concentrações de minibásquete e a designação dos escalões por Sub-12, Sub-10 e Sub-8 e Sub-6. Mas essas considerações ficam para o próximo artigo.
Por hoje termino com uma breve explicação sobre a grafia da palavra. Já lá vão mais de vinte anos, quando o companheiro e amigo António Lopes, à época responsável pelo departamento de comunicação da federação levantou ao site Ciberdúvidas da Língua Portuguesa a questão da grafia da palavra minibasquete. Transcrevo excerto da resposta obtida: “A grafia adoptada/adotada até aqui em Portugal tem sido básquete (ex.: Vocabulário de Rebelo Gonçalves, Dicionário da Sociedade da Língua Portuguesa, coordenado por J. P. Machado). Nesta base, recomendo minibásquete.
Comentários
Sinceramente não me revejo em praticamente nada do que as associações e federação faz neste momento na formação e por isso resta-nos ser seletivos escolhendo para os nossos atletas sempre que possível o contexto que dedendemos