A importância da interação humana
 
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A importância da interação humana

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A importância da interação humanaShaun Gallagher, é um filósofo norte-americano conhecido pelo seu trabalho sobre cognição incorporada, cognição social e filosofia da psicopatologia. Em 2012, publicou na Revista Filosófica de Coimbra n. 42,

o texto "Fenomenologia da Intersubjetividade", (traduzido pelo Professor Doutor Diogo Ferrer), onde defendeu a importância da interação em todo o processo de cognição social. Nomeadamente, defendendo que estamos perante uma intersubjetividade primária que tem como base capacidades sensoriais e motoras, inatas ou de desenvolvimento precoce, que nos permitem estabelecer uma continuada interação com aqueles que nos rodeiam.

Cito:

“As abordagens fenomenológicas defendem que as emoções e as intenções das outras pessoas estão normal e frequentemente manifestas nos seus comportamentos corporalizados e contextualizados, incluindo as suas vocalizações, gestos, expressões faciais, olhar e posturas determinadas.”
“Podemos, por exemplo, ver se alguém está triste ou zangado pelas suas expressões faciais ou, que pela sua postura e movimento pretende fazer algo de específico.

As intenções não são estados mentais escondidos, mas corporalizados da ação do outro, de tal modo que podemos ver a sua intenção, podemos percecionar as suas intenções motoras e as suas intenções em ação.”

“Do mesmo modo, as emoções não são puros estados mentais, são constitutivamente corporalizados e manifestas de maneiras percecionáveis. As intenções e as emoções das ações não são corporalizadas de modo abstrato, mas estão sempre contextualizadas em situações. E frequente que as circunstâncias nas quais vemos e interagimos com os outros tornem claro porque estão tristes ou zangados, o que tencionam fazer ou qual será o sentido da sua ação determinada.”

“Ora, em quase todos os nossos encontros quotidianos, o nosso entendimento dos outros não precisa de ir além do que podemos percecionar em tais comportamentos e expressões. Ou seja, habitualmente não é necessário nenhuma leitura da mente, embora esta não esteja excluída em raras ocasiões desconcertantes.”

“Numa perspetiva fenomenológica, não compreendemos os outros assumindo posições observacionais, ou procurando elaborar explicações para o seu comportamento em termos dos seus estados mentais, mas nos contextos de situações partilhadas onde colaboramos, jogamos ou, de qualquer outro modo, nos envolvemos numa interação com eles.”

"O que significa que a compreensão social não é tão pouco redutível a mecanismos situados nas mentes ou cérebros individuais. Pelo contrário, estão em última instância vertidos em processos de interação cuja realização requer mais de uma pessoa.

Mais do que a observação, a interação desempenha um papel central...na nossa mútua compreensão intersubjetiva... fazendo de cognição social.”


Jorge Araújo
Presidente da Team Work Consultores

 

 


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