Cada criança é um ser único, cada criança tem a sua forma de aprendizagem. Eu por educação e natureza nunca me senti dono da verdade e não sou fundamentalista não sigo cegamente nenhuma metodologia eu procuro encontrar as melhores formas de conseguir ensinar.
Foi sempre com as crianças com maiores dificuldades que eu mais aprendi a ensinar. Foi com elas que eu fui descobrindo processos e metodologias de ensinar. Tudo na vida cabe no mais difícil e se temos as respostas para as situações mais difíceis tudo se torna mais fácil.
Tenho atentamente seguido o podcast do Luís Abreu "SerMinibasquete" (parabéns pela iniciativa). Sobre as questões das metodologias do ensino, que hoje abordo, aconselho vivamente todos os treinadores de minibásquete a ouvirem o episódio do companheiro José Almeida. São sem dúvida de elevada qualidade as suas reflexões e a forma clara como as expõe. Preferencialmente, também hoje em dia, eu gosto mais de ensinar através de jogos e exercícios, que as crianças gostem, pois quanto mais elas gostarem do que estão a fazer mais se empenham e mais aprendem. Em cada um desses jogos e exercícios que utilizo eu sei exatamente o que eu quero que eles aprendam. São exercícios que desenvolvem os seus “skills”, enquanto capacidade de executar ou melhor ainda “skills” como refere o José Almeida, enquanto capacidade de decisão mais técnica.
Também na entrevista ao José Almeida fica claro que temos de diferenciar o trabalho nos diversos escalões do minibásquete. Nas minhas últimas intervenções, que eu tenho tido por esse país fora, Funchal, Caniço, Algueirão e Ponte de Sôr, eu tenho reforçado sempre a ideia, de que quem ensina minibásquete deve perceber que há três áreas, que não sendo estanques, tem de estar sempre na mente de quem quer ensinar: o desenvolvimento das capacidades coordenativas, ensino dos fundamentos e o ensino do jogo. Embora em todos os escalões do minibásquete esta áreas devam estar presentes, a sua prioridade e importância é que se vai alterando conforme o quadro em baixo:
A realidade é um todo e não existe separadamente, estas áreas não são estanques, pelo que este é um quadro referencial. Por exemplo quando estamos através de exercícios a ensinar fundamentos seguindo a metodologia do “Random and pratice” em vez do “Block and pratice”, mencionadas na entrevista ao José Almeida, podemos estar a ensinar fundamentos em contexto de formas de jogos e a desenvolver capacidades coordenativas, tudo em simultâneo.
Contudo como disse inicialmente cada criança é um ser único e se de repente me chegar uma criança já com idade de Mini-12, que por ser mais alta que as outras têm maiores dificuldades de coordenação as prioridades podem inverter-se e as metodologias serem diferenciadas para cada caso. Os fatores, as condições, as variáveis são tantas, que se há área em que não existem verdades absolutas uma delas é o ensino. O que é decisivo é termos consciência clara do que estamos a ensinar em cada um dos exercícios lúdicos, globais ou analíticos etc sabermos onde queremos chegar.
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