Mais do que assistir à intervenção do Nenad Trucic, o que me levou a Queluz, foi a minha natural curiosidade da anunciada intervenção do Bruno Cazeiro sobre as “Orientações Nacionais para o Minibásquete”, que sem que alguma explicação dada, não se realizou.
Contudo, nunca estas ações são tempo perdido, pois quando se está atento e quando queremos, aprendemos sempre qualquer coisa.
Quanto à intervenção do Nenad Trucic seguindo uma lógica em princípios mais analíticos e de repetição das aprendizagens muito focada nos fundamentos foi de elevada qualidade, se levarmos em linha de consideração, que estava a trabalhar com um grupo homogéneo, os selecionados de Lisboa, que irão a Paços de Ferreira. Não foi certamente uma ação destinada aos jovens treinadores que estão a trabalhar com crianças que se estão a iniciar na modalidade ou para os Mini-8.
Embora atualmente eu dê alguma preferência a metodologias mais aleatórias, em que são as circunstâncias criadas, que levam as crianças a aprender o que nós queremos ensinar, como disse recentemente no meu artigo metodologias: “Eu não sigo nenhuma metodologia como verdade absoluta para se chegar a um fim, eu aprendo com todas.”
Posto este parêntesis, o exercício que mais me chamou a atenção foi o exercício em que o Nenad obrigava os participantes a passarem com a mão esquerda. Nesse momento recordei-me duma intervenção que tive há mais de uma década num Clinic organizado pelo Barreirense em que o tema que abordei foi: “Passe o fundamento esquecido”. Também há mais de dez anos no artigo “Passe de peito” de 27 de Novembro de 2012 escrevi: “O basquetebol é um jogo desportivo coletivo, no entanto verificamos que o passe começa logo por ser subalternizado, pelas crianças e é normalmente um fundamento esquecido por muitos treinadores.
Quando abordamos o lançamento e o drible, felizmente já muitos treinadores se preocupam que os praticantes saibam lançar na passada com a mão direita e com a esquerda, saibam driblar com a mão direita e mão esquerda, mas normalmente esquecem que o praticante deve saber passar com a mão direita e a mão esquerda.”
O reforço desta prática, adequado aos jovens presentes, foi o que mais me chamou a atenção na intervenção do Nenad Trucic.