Há três objectivos/medidas, pelos quais há muito tempo ando a escrever, que poderiam na minha opinião, melhorar significativamente o basquetebol em Portugal.
1. Uma grande massificação de minis, com prática regular e sustentada. Massificar sem prática regular traz poucos benefícios ao basquetebol. Embora sejam notórias melhorias na modalidade, se não conseguirmos aumentar, nomeadamente o escalão dos Mini-12, dificilmente conseguiremos dar um salto ainda mais significativo. O escalão de Mini-12 não só é menor em número de praticantes que o escalão de Sub-14, como sabemos que na passagem de Mini-12 para Sub-14 há uma elevada taxa de abandono da modalidade o que indica que um elevado número de praticantes se inicia na modalidade apenas no escalão de Sub-14.
2. A alteração dos escalões etários, para além de muitas vantagens, que já aqui abordei diversas vezes, eventualmente ajudaria na resolução deste problema. Esta alteração no mínimo antecipa a formalização de uma competição mais estruturada por um ano. Continuo a defender que os escalões do basquetebol, há semelhança do futebol e do desporto escolar, deveriam ser Sub-13, Sub-15. Sub-17 e Sub-19.
3. Outra medida verdadeiramente estrutural seria a reorganização geográfica e administrativa e desportiva da modalidade. Há muito que ando a dizer que a divisão em distritos, não faz nos dias de hoje grande sentido. Contudo a solução não é agrupar distritos, pois assim continuaríamos na mesma lógica.
A geografia da modalidade sempre foi um tema ao qual estive muito atento, quer nas ligas, e divisões subsequentes, quer nos escalões de formação.
Hoje vou tecer algumas considerações sobre as seis fases finais dos campeonatos nacionais realçando os factos mais significativos.
Em breve abordarei as ligas e as fases finais das taças nacionais. Nas fases finais dos campeonatos nacionais de formação três factos são claramente dignos de realce.
1º Historicamente, as Associações que regularmente têm clubes nas Finais a 4 dos escalões de formação no masculino são Lisboa, Porto, Aveiro, Coimbra, Setúbal e mais recentemente o Algarve. Penso que desde que há Finais a 4 nunca nenhum clube pertencendo a outras Associações sem serem as mencionadas alguma vez conseguiu ir a uma fase final de um campeonato nacional, nomeadamente de Sub-18, facto pelo qual a prestação do Gumirães da Associação de Basquetebol de Viseu é um facto extraordinário e inédito.
2º Diz-nos a história da modalidade, que estas são as Associações que conseguiram ter, ao longo dos anos, clubes campeões nacionais nos escalões de formação.
- Nos masculinos: Aveiro, Coimbra, Lisboa, Porto, Setúbal e recentemente, o Algarve.
- Nos femininos: Aveiro, Coimbra, Leiria, Lisboa, Madeira, Porto, Setúbal, Viana do Castelo e este ano pela primeira vez Santarém. Está de parabéns o Chamusca pela sua brilhante e inédita vitória no campeonato nacional de Sub-14 femininos.
3º O Algarve apenas recentemente conseguiu através do Imortal em Sub-14 o seu primeiro título de campeão nacional, mas aos poucos tem se vindo a afirmar no panorama da formação desportiva, nomeadamente nos masculinos e este anos juntou, numa assentada, mais dois títulos em Sub-18 o Imortal e em Sub-14 Os Tubarões.
Finalmente estranha-se a ausência nas fases finais de clubes de duas Associações históricas, Coimbra e Setúbal e a título de curiosidade resolvi contabilizar por Associação as presenças nas fases finais deste ano, que foram as seguintes: Porto 9, Lisboa 7, Algarve 3, Aveiro 2, Madeira 1, Santarém 1 e Viseu 1.
Estão de parabéns todos os jogadores e jogadoras e as suas equipas técnicas do Chamusca, Gumirães, Imortal e Tubarões.