Desde há uns anos, que no final do verão, faço sempre um balanço e teço algumas considerações sobre os campeonatos europeus dos escalões de Sub-20, Sub-18 e Sub-16, masculinos e femininos. Muito mais do que me focar num campeonato, que correu particularmente bem,

como por exemplo no passado, o campeonato dos Sub-20 masculinos em que fomos campeões da divisão B, com jogadores que agora brilharam no Europeu sénior, como o Queta, o Lisboa e o Amarante, ou termos sido vice-campeões da Europa nos Sub-16 femininos na divisão A, pessoalmente gosto mais de olhar para o quadro geral, para o conjunto dos resultados das nossas seleções e verificar, globalmente os momentos de evolução, estagnação ou retrocesso do nosso basquetebol.

Vamos aos factos, para o ano que vem deixámos de ter qualquer seleção na divisão A, o que já não acontecia há muitos anos.

Historicamente, como se pode verificar no quadro evolutivo, os resultados globais dos femininos foram sempre melhores que os resultados globais dos masculinos. Remonta ao ano de 2011 o resultado mais próximo no somatório das três classificações dos masculinos e dos femininos, apenas 10 pontos de diferença. Nesse ano penso que todas as nossas seleções estavam na divisão B.

Para o ano que vem infelizmente não temos seleções na divisão A pelo que o ponto de partida da comparação será mais equilibrado.

Este ano o melhor resultado nos masculinos foi alcançado pelos Sub-16 que ficou a um passo da subida à divisão.

Os sub-18 masculinos, apesar de contarem com um dos mais promissores jogadores do país, o Apolo Caetano, foi a seleção com a pior classificação de todas as seleções.

Também historicamente este é o escalão onde temos tido sempre mais dificuldades e é a única seleção que nunca conseguiu subir à divisão A, desde que há este modelo de campeonatos da Europa para os escalões de formação. Este é um tema que irei abordar no meu próximo artigo.

Infelizmente após uma trajetória tendencialmente ascendente, preocupa-me, num ano de tantas alegrias para a modalidade, a tendência de trajetória descendente verificada desde 2022, ano em que obtivemos o melhor resultado global de sempre.

Para finalizar, esperemos que no próximo ano a seleção Sub-20 feminina, com base na seleção que alcançou o 7º lugar no mundial de Sub-19 e com a presença da Clara Silva e os Sub-20 masculinos liderados pelo Apolo Caetano, dois valores completamente afirmados na modalidade, e que conheço desde muito jovens, ajudem a colocar Portugal na Divisão A.

Será que em 2026 vamos conseguir interromper a trajetória descendente? Termino com outra interrogação, será que para o ano que vem Matosinhos, cidade talismã dos campeonatos europeus, vai continuar a ser palco de uma das competições?