O basquetebol necessita de êxitos, como os que tivemos em 2025, necessita de referências de bons treinadores e grandes jogadores. Mas a nossa modalidade também precisa de muita gente dedicada que adora e vive com e para a modalidade, desconhecida do grande público.

Quando as conheço, e as admiro como pessoas, passam a ser também minhas referências.

Foi com enorme consternação que li num post do amigo Pedro Silveira que o Júlio, o “Faísca” , tinha falecido. Lidei de perto com o Júlio em meados dos anos noventa, quando duas vezes por semana treinava no pavilhão da Ajuda a equipa da Mundial Confiança, que jogava no Campeonato do INATEL.

Nessa ocasião fiquei a saber muitas estórias do Júlio, como aquela, que em viagem de núpcias, quando queria tirar uma fotografia, caiu na Ponta da Piedade, perto de Lagos. Outra vez depois de o ter deixado no Terreiro do Paço, à noite depois dum jogo do referido campeonato, o Júlio já com o ferry noturno em andamento saltou do cais para cima da embarcação já com as portas fechadas e ficou, na parte inicial da viagem, pendurado do lado de fora, até alguém lhe abriu as portas. Só o Júlio!

Contudo a forma carinhosa, como o Pedro se despediu do amigo Júlio, “Aquele leitãozinho vai ficar para outro dia”, diz bem uma faceta sua, na qual ele era praticamente imbatível. Lembro-me bem de vários almoços ou jantares de equipa, em que durante a refeição o Júlio conseguia fazer sempre umas belas “boias” de pão, bem encharcadas no molho de um bom bife, ou qualquer outro petisco.

Termino esta singela homenagem com parte da mensagem que deixei no post do Pedro Silveira. “Desta vez não conseguiste fintar o destino. Mas a tua boa disposição e capacidade de juntar pessoas há ficar sempre na minha memória, desde os tempos em que treinei a Mundial Confiança, que bem jus faz à tua personalidade, pois todo o mundo podia confiar em ti!"